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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Francisco: nunca tirar da igreja uma criança chorando

Conversas do Santo Padre com grupos de paroquianos de uma paróquia que ele visitou neste domingo


Roma, 15 de Dezembro de 2014 (Zenit.org)


Francisco retomou suas visitas pastorais às paróquias de Roma. Neste domingo esteve na paróquia São José, em Aurelio, que foi a oitava visita a uma paróquia da diocese. Antes de celebrar a missa, quis encontrar-se com diferentes grupos de paroquianos:  crianças da catequese, comunidade de ciganos, enfermos e as famílias que baptizaram seus filhos recentemente. Além do mais, o Papa teve a oportunidade de confessar a algumas pessoas. A todos e cada um dos grupos, dedicou algumas palavras e deu alguns conselhos.

Às crianças da Primeira Comunhão: recordar sempre esse dia em que Jesus vem a nós. À comunidade cigana: não perder a esperança nos momentos difíceis. Aos enfermos: ser a força na Igreja. Às famílias com filhos recém-baptizados: o choro da criança é a melhor pregação.

O Santo Padre contou para os pequenos a sua experiência da Primeira Comunhão e da Confirmação, que recebeu há 70 anos: no dia 8 de Outubro de 1944. Ambos os sacramentos no mesmo dia, explicou-lhes Francisco. “Não esqueço esse dia. Sempre, vocês que vão fazer a primeira comunhão, lembrem sempre, por toda a vida, esse dia: o primeiro dia que Jesus veio até vocês”, disse. Assim, Francisco disse às crianças que “Ele vem, se faz um connosco, se faz nosso alimento, nosso alimento para dar-nos força”. Além do mais, pediu-lhes que não se esqueça dos catequistas. “Eu não os esqueci nunca na minha vida”, afirmou Francisco e contou-lhes que no dia 17 de Outubro de 1987, quando morreu a freira que o preparou para a primeira comunhão e a confirmação, foi rezar por ela “porque essa freira me aproximou de Jesus”. Finalmente o Santo Padre lhes incentivou para que a cada ano, no aniversário da Primeira Comunhão, se confessem e comunguem.

O Bispo de Roma também se reuniu com a comunidade de ciganos aos quais desejou “que sempre haja paz nas vossas famílias; e haja trabalho e haja felicidade”. Da mesma forma convidou-lhes a “não perder a esperança nos momentos difíceis, porque a esperança não decepciona: a dá o Senhor”. E o Senhor – continuou o Papa – mais cedo ou mais tarde nos espera sempre, sempre. Está próximo de nós. “Talvez não o vejamos, mas Ele está próximo e nos quer muito. Confiança no Senhor, esperança no Senhor e seguir em frente com o trabalho”, concluiu Francisco.

Outro grupo que teve a oportunidade de compartilhar um encontro com o Santo Padre foram os doentes da paróquia. Francisco agradeceu-lhes pelo testemunho que dão "testemunho de paciência, de amor de Deus, de esperança no Senhor: isso faz muito bem para a Igreja". O Papa disse que eles continuamente regam a Igreja com a própria vida, com os sofrimentos, com a paciência. Além disso, o Santo Padre disse que "a Igreja sem doentes não iria para a frente”. Da mesma forma observou que eles são “força na Igreja, são verdadeira força”. E continuou afirmando que “o Senhor quis visita-lo nesta doença”, e convidou a seguir em frente: “com paciência, também com alegria. A alegria é a paz que nos dá o Senhor, com essa paz dentro”. Francisco observou que" aqui, a maior parte somos do século passado... E assim, temos que olhar em frente, porque ali nos espera o Senhor. Sempre, sim, nos espera”.

Por fim, o Santo Padre compartilhou um tempo com as famílias que baptizaram recentemente os filhos. Uma criança – disse Francisco – diz sempre uma palavra de esperança com o seu ser. O bispo de Roma assegurou que “no menino, na menina, estão as nossas esperanças. Lhes damos uma tocha de fé, de vida e eles a levarão adiante com os seus filhos, seus netos... E assim é a vida”. Dessa forma, o Papa convidou os presentes a perguntar o dia em que foram baptizados e lembra-lo porque “é um dia de festa”, “é o dia que encontramos Jesus pela primeira vez”.
E para finalizar uma advertência: “As crianças choram, fazem barulho, vão de um lado para outro... e me incomoda quando numa igreja uma criança chora e as pessoas querem que saia. Não! É a melhor pregação! O choro de uma criança é a voz de Deus! Nunca, nunca tirá-las da Igreja!”

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