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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O Natal de 2014 com o papa Pio IX

A encarnação de Deus na história é motivo da maior de todas as alegrias


São Paulo, 15 de Dezembro de 2014 (Zenit.org) Edson Sampel


João Maria Masttai-Ferretti, o beato papa Pio IX, proclamou o dogma da imaculada conceição (concepção) de santa Maria em 8 de Dezembro de 1854. Tempos mais tarde, em viagem a Ímola, na Itália, num encontro com um grupo de freiras, foi-lhe solicitado que descrevesse as emoções e os sentimentos experimentados aquando da leitura da fórmula dogmática na basílica de São Pedro. Sua santidade se expressou exactamente com as palavras abaixo, as quais, pela alacridade, reputo oportunas como uma verdadeira mensagem natalina, pois a virgem intemerata gerou Deus para os homens (“Resumo de Direito Canónico”, Santuário, Edson Luiz Sampel).  Feliz e santo Natal!

“Quando comecei a publicar o decreto dogmático, sentia minha voz impotente para se fazer ouvir pela imensa multidão (50 mil pessoas) que se apinhava na basílica vaticana. Mas, quando cheguei à fórmula da definição, Deus deu à voz de seu vigário tal força e tal vigor sobrenatural, que fez ressoar toda basílica. E eu fiquei tão impressionado por tal socorro divino que fui obrigado a suspender, por um instante, a palavra para dar livre desafogo às minhas lágrimas. Além disso, enquanto Deus proclamava o dogma pela boca de seu vigário, ele mesmo deu a meu espírito um conhecimento tão claro e tão grande da incomparável pureza da santíssima virgem que, abismado na profundidade desse conhecimento, o qual linguagem alguma poderia descrever, minha alma ficou inundada de delícias inenarráveis, delícias que não são terrenas e que se não poderiam experimentar senão no céu. Nenhuma prosperidade, nenhuma alegria deste mundo poderia dar daquelas delícias a menor ideia. E não temo em afirmar que o vigário de Cristo precisou de uma graça especial para não morrer de doçura, sob a impressão de tal conhecimento e de tal sentimento de beleza incomparável de Maria imaculada. Tu, minha caríssima filha [dirige-se o papa à freira-superiora], foste felicíssima no dia de tua primeira comunhão e mais ainda no dia de tua profissão religiosa. Eu mesmo conheci o que significa ser feliz no dia da ordenação sacerdotal. Ora bem, reúne todas essas felicidades, com outras ainda, multiplica-as sem medida para fazer todas juntas uma só felicidade, e tu terás, assim, uma pequena ideia do que provou o papa no dia 8 de Dezembro de 1854” (Bertetto, D. Il papa dell’Immacolata, Pio IX. Civiltà, 1972, páginas 63 a 65).

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