A encarnação de Deus na história é motivo da maior de todas as alegrias
São Paulo, 15 de Dezembro de 2014 (Zenit.org) Edson Sampel
João Maria Masttai-Ferretti, o beato papa Pio IX, proclamou o
dogma da imaculada conceição (concepção) de santa Maria em 8 de Dezembro de 1854. Tempos mais tarde, em viagem a Ímola, na Itália, num
encontro com um grupo de freiras, foi-lhe solicitado que descrevesse as
emoções e os sentimentos experimentados aquando da leitura da fórmula
dogmática na basílica de São Pedro. Sua santidade se expressou
exactamente com as palavras abaixo, as quais, pela alacridade, reputo
oportunas como uma verdadeira mensagem natalina, pois a virgem
intemerata gerou Deus para os homens (“Resumo de Direito Canónico”,
Santuário, Edson Luiz Sampel). Feliz e santo Natal!
“Quando comecei a publicar o decreto dogmático, sentia minha voz
impotente para se fazer ouvir pela imensa multidão (50 mil pessoas) que
se apinhava na basílica vaticana. Mas, quando cheguei à fórmula da
definição, Deus deu à voz de seu vigário tal força e tal vigor
sobrenatural, que fez ressoar toda basílica. E eu fiquei tão
impressionado por tal socorro divino que fui obrigado a suspender, por
um instante, a palavra para dar livre desafogo às minhas lágrimas. Além
disso, enquanto Deus proclamava o dogma pela boca de seu vigário, ele
mesmo deu a meu espírito um conhecimento tão claro e tão grande da
incomparável pureza da santíssima virgem que, abismado na profundidade
desse conhecimento, o qual linguagem alguma poderia descrever, minha
alma ficou inundada de delícias inenarráveis, delícias que não são
terrenas e que se não poderiam experimentar senão no céu. Nenhuma
prosperidade, nenhuma alegria deste mundo poderia dar daquelas delícias a
menor ideia. E não temo em afirmar que o vigário de Cristo precisou de
uma graça especial para não morrer de doçura, sob a impressão de tal
conhecimento e de tal sentimento de beleza incomparável de Maria
imaculada. Tu, minha caríssima filha [dirige-se o papa à
freira-superiora], foste felicíssima no dia de tua primeira comunhão e
mais ainda no dia de tua profissão religiosa. Eu mesmo conheci o que
significa ser feliz no dia da ordenação sacerdotal. Ora bem, reúne todas
essas felicidades, com outras ainda, multiplica-as sem medida para
fazer todas juntas uma só felicidade, e tu terás, assim, uma pequena
ideia do que provou o papa no dia 8 de Dezembro de 1854” (Bertetto, D. Il papa dell’Immacolata, Pio IX. Civiltà, 1972, páginas 63 a 65).
(15 de Dezembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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