Em Henan, um pastor foi condenado a 12 anos de prisão apesar de ter construído a sua igreja com todas as autorizações
Roma, 24 de Dezembro de 2014 (Zenit.org)
Continua na China a campanha para eliminar as cruzes das
igrejas, iniciada em Zhejiang e estendida para outras regiões do país.
Segundo a Associação China Aid, até o final de Novembro foram destruídas
426 cruzes só em Zhejiang. O número leva em conta só as igrejas
protestantes. É preciso acrescentar ainda a destruição nas igrejas
católicas.
A campanha contra as cruzes e templos cristãos foi lançada ao
início do ano, quando Xia Baolong, secretário do partido em Zhejiang,
declarou que “o horizonte de Wenzhou”, uma das cidades da província,
“tem cruzes demais”. Os fiéis consideram que o partido quer reduzir o
impacto e a influência da comunidade cristã na sociedade chinesa, que
vem experimentando um aumento das conversões ao cristianismo.
Em 2013 foi divulgado um plano para que a região de Zhejiang adquira
grande projecção económica até o ano de 2020, o que tem levado o governo
provincial a “embelezar” a região mediante a eliminação das “estruturas
ilegais”.
O governo provincial afirma que as demolições atingem todas as
comunidades e lugares privados indistintamente, mas é notável que a
campanha afecta principalmente os lugares cristãos, incluindo os que
foram construídos com toda a documentação necessária e com a aprovação
do governo.
A campanha já se estendeu a outras regiões, como Shandong, Anhui e
Henan. Nesta última província, foi destruída em 18 de Dezembro a cruz da
igreja de Nanle. O edifício, construído com todas as autorizações, está
no centro de uma disputa com as autoridades locais, que se apoderaram
da propriedade da igreja e condenaram seu pastor, Zhang Shaojie, a 12
anos de prisão.
O Departamento de Assuntos Religiosos também bloqueou cerca 1 milhão
de reais da conta bancária da comunidade. Trata-se de donativos que os
fiéis fizeram ao longo dos últimos anos para a construção de novos
edifícios religiosos.
Nos últimos meses, o bispo oficial de Wenzhou e os sacerdotes da
diocese têm apelado ao governo para parar as demolições e a destruição
das cruzes, medida que aumenta a instabilidade social na China.
(24 de Dezembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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