Como habitual, esta é uma data do ano, em que se procura efetuar um pequeno balanço do trabalho e missão, bem como dos desafios futuros que temos pela frente em matéria de combate à pobreza e exclusão social, data esta em que de forma geral se sente uma maior tolerância, onde porventura se consegue até parar um pouco, para dar um pouco de atenção aos demais, contudo e para se viver um verdadeiro espirito de Natal, importa em primeiro lugar perceber, que o que se comemora verdadeiramente nesta época, não é o consumismo, mas sim o nascimento de Cristo, onde somos por isso desafiados a que também nasça em nós a vontade e o sentido de fazer natal todos os dias do ano. Somos desta forma impelidos, em primeiro lugar a valorizar a célula da família, tão posta em causa nos nossos dias, dar verdadeiramente valor ao que mais importa, transmitindo e partilhando valores, educando os filhos, tendo tempo, carinho e atenção para com os nossos idosos. Quando porventura não existe este tempo para a própria família, será que existe tempo para os outros?
Quando se fala de pobreza, esta não é um problema só de alguns, ela reflete uma sociedade doente e egoísta, pois ninguém pode ficar indiferente à mesma até à sua erradicação. A história da Humanidade, e a história de Portugal mostra-nos que é sempre possível mudar, que é possível acreditar, pelo que em primeiro lugar temos de tomar consciência do problema, para de seguida procurar as soluções adequadas, que passam necessariamente pela nossa atitude individual do dia a dia, mas também da nossa capacidade de trabalhar em conjunto na resolução de problemas e na ambição de os ultrapassarmos. Foi desta forma que a gente Lusa deu novos Mundos ao Mundo. É desta forma, que de forma humilde e com os mais humildes, desenvolvemos a nossa atividade com inúmeras intervenções, merecendo particular destaque o “Projeto Flores de Esperança”, que resulta de um trabalho concertado e em rede, com a própria população, e com demais entidades, no valorizar e promover da auto estima, no promover da mudança de imagem, no promover de oportunidades de negócio no bairro da Esperança em Beja, promovendo-se os valores, o “empoderamento”, os saberes, os produtos endógenos da nossa terra,…. Ou seja promover a ESPERANÇA, onde temos de estar todos do lado da solução e não do problema, e nesta nossa terra abençoada por Deus, sempre ligada à ruralidade, podemos e devemos aproveitar as inúmeras oportunidades que temos, fruto de um País banhado pelo sol todo o ano, e de uma região de excelentes solos, muitos dos quais atualmente com acesso a água oriunda do maior lago artificial da Europa – Alqueva, que oferece condições únicas e diferenciadoras para o turismo e agricultura de valor acrescentado, setores que se potenciam e apoiam mutuamente. Olhemos e posicionemo-nos por isso do lado das soluções com ESPERANÇA, Fé e Caridade, no novo ano que se adivinha, onde o maior desafio que temos pela frente é o da nossa mudança interior, para que possamos fazer verdadeiro Natal todos os dias do ano, sendo agentes da solução e não dos problemas.
Atenciosamente,
João Martins
Coordenador do Núcleo Distrital de Beja
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