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sábado, 20 de dezembro de 2014

"Agora os talibãs não vão parar por nada"

Arcebispo de Karachi, dom Joseph Coutts, comenta sobre o atentado contra a escola de Peshawar


Roma, 19 de Dezembro de 2014 (Zenit.org)


“O ataque contra a escola de Peshawar foi um ato de vingança contra o exército do Paquistão. Agora os talibãs não vão parar por nada”, declarou por telefone, em 17 de Dezembro, dom Joseph Coutts, arcebispo de Karachi e presidente da Conferência Episcopal Paquistanesa. Ele conversou com a organização Ajuda à Igreja que Sofre sobre o trágico atentado cometido pelos talibãs em 16 de Dezembro, numa escola de Peshawar.

Segundo o arcebispo, é alto o risco de que os terroristas ataquem novas escolas, hospitais, igrejas, mesquitas e outros lugares públicos. “Os serviços de segurança devem necessariamente intensificar os controles. Estamos diante de gente cega de ódio e sem nenhuma consciência”. O arcebispo pede maior proteção do governo para os alvos mais sensíveis.

O atentado contra a escola foi reivindicado pelo talibã como represália pela ofensiva do exército paquistanês na região do Waziristão do Norte. A escola é frequentada pelos filhos dos altos oficiais. “Os talibãs queriam atingir as famílias dos militares, mostrando que podem atacar a qualquer momento, inclusive nos territórios controlados pelo exército”, comenta dom Coutts, que, no entanto, considera que o ataque “não foi uma prova de força, mas uma tentativa desesperada de mostrar do que os talibãs são capazes”.

Logo após a tragédia, dom Coutts emitiu um comunicado pedindo que todas as instituições católicas do país observassem um minuto de silêncio em memória das vítimas do “bárbaro ataque”.

No texto, o arcebispo de Karachi exorta a comunidade cristã a celebrar o Natal com sobriedade, “em respeito pelos mortos nos ataques terroristas”, além de rezar também pelos “cem cristãos martirizados em Peshawar no ano passado, pelos dois cônjuges cristãos queimados vivos em 4 de Novembro e pelas outras vítimas de uma violência insensata”.

Dom Coutts fez o mesmo apelo, através da Ajuda à Igreja que Sofre, aos benfeitores e amigos de todo o mundo: rezar pelos cristãos e pelos que sofrem no Paquistão. “É muito importante saber que há quem se preocupe connosco e nos apoie. Apesar das dificuldades, achamos força em quem se importa connosco. Obrigado a cada um que se lembra de nós, em especial nestes momentos trágicos de tristeza”.

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