Destituído de uma robusta compleição psicológico-emocional, o padre adoece
São Paulo, 05 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Edson Sampel
A Igreja, desde o Concílio Vaticano II, com o decreto Optatam Totius,
tem outorgado bastante ênfase à formação dos padres ou presbíteros.
Deveras, preparar bem os novos sacerdotes implica a coalescência de
vários factores, principalmente a capacitação teológica e a identidade
emocional dos candidatos. Na verdade, o chamado “coeficiente emocional”
(Q.E.) parece ser o elemento de maior relevância. Um padre não tem de
ser necessariamente um teólogo de escol, pois o sacerdócio constitui um
serviço humilde, ou seja, um “operariado” em prol do povo de Deus. Por
outro lado, destituído de uma robusta compleição psicológico-emocional, o
padre, em meio a tantas dificuldades e demandas na paróquia, acaba por
se estafar, adoecer, deprimir-se etc.
Como formar um bom padre? Em primeiro lugar, é mister que o
formador ou o reitor do seminário tenha olhos clínicos, para, a curto
prazo, conseguir separar o joio do trigo, porquanto não se deve aceitar
quem procura no presbiterado apenas uma profissão como outra qualquer,
um status social ou um meio de viver tranquilamente. O
mencionado ministério depende de uma “vocação”. O que é isto? Trata-se
de um chamado divino! A pessoa precisa se sentir atraída por Deus a
cuidar da Igreja dele.
O sacerdócio é, outrossim, caracterizado pela pobreza. Um padre ou um
bispo tem de ser um homem pobre. É claro que a pobreza difere da
miserabilidade. Esta, fruto da injustiça, denigre a dignidade humana.
Aquela se traduz num conselho evangélico e engrandece a pessoa,
tornando-a semelhante a Deus, que se encarnou na penúria de um estábulo.
Hoje em dia, desafortunadamente, certas condutas desairosas no
ministério da ordem chocam sobremaneira os católicos. São casos
específicos, mas os há. Pensemos, por exemplo, na pedofilia. A propósito
das referidas patologias, recomendo vivamente a leitura do livro “A
impostura no ministério da ordem”, da professora dra. Denise Bacarji
(adquirível pelo correio electrônico arlened@uol.com.br).
Importante mesmo é rezar, consoante no-lo admoestou o divino fundador
da Igreja católica: impetremos, pois, ao senhor da messe, a fim de que
mande operários (Lc 10, 1-9). A Igreja já tem óptimos padres, fiéis ao
magistério petrino, sem embargo, precisa de tantos outros excelentes
presbíteros, que, com entranhas de caridade, levem o evangelho e os
sacramentos ao povo de Deus.
(05 de Novembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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