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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A formação dos presbíteros

Destituído de uma robusta compleição psicológico-emocional, o padre adoece


São Paulo, 05 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Edson Sampel


A Igreja, desde o Concílio Vaticano II, com o decreto Optatam Totius, tem outorgado bastante ênfase à formação dos padres ou presbíteros. Deveras, preparar bem os novos sacerdotes implica a coalescência de vários factores, principalmente a capacitação teológica e a identidade emocional dos candidatos. Na verdade, o chamado “coeficiente emocional” (Q.E.) parece ser o elemento de maior relevância. Um padre não tem de ser necessariamente um teólogo de escol, pois o sacerdócio constitui um serviço humilde, ou seja, um “operariado” em prol do povo de Deus. Por outro lado, destituído de uma robusta compleição psicológico-emocional, o padre, em meio a tantas dificuldades e demandas na paróquia, acaba por se estafar, adoecer, deprimir-se etc.

Como formar um bom padre? Em primeiro lugar, é mister que o formador ou o reitor do seminário tenha olhos clínicos, para, a curto prazo, conseguir separar o joio do trigo, porquanto não se deve aceitar quem procura no presbiterado apenas uma profissão como outra qualquer, um status social ou um meio de viver tranquilamente. O mencionado ministério depende de uma “vocação”. O que é isto? Trata-se de um chamado divino! A pessoa precisa se sentir atraída por Deus a cuidar da Igreja dele.

O sacerdócio é, outrossim, caracterizado pela pobreza. Um padre ou um bispo tem de ser um homem pobre. É claro que a pobreza difere da miserabilidade. Esta, fruto da injustiça, denigre a dignidade humana. Aquela se traduz num conselho evangélico e engrandece a pessoa, tornando-a semelhante a Deus, que se encarnou na penúria de um estábulo.

Hoje em dia, desafortunadamente, certas condutas desairosas no ministério da ordem chocam sobremaneira os católicos. São casos específicos, mas os há. Pensemos, por exemplo, na pedofilia. A propósito das referidas patologias, recomendo vivamente a leitura do livro “A impostura no ministério da ordem”, da professora dra. Denise Bacarji (adquirível pelo correio electrônico  arlened@uol.com.br).

Importante mesmo é rezar, consoante no-lo admoestou o divino fundador da Igreja católica: impetremos, pois, ao senhor da messe, a fim de que mande operários  (Lc 10, 1-9). A Igreja já tem óptimos padres, fiéis ao magistério petrino, sem embargo,  precisa de tantos outros excelentes presbíteros, que, com entranhas de caridade,  levem o evangelho e os sacramentos ao povo de Deus.

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