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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

"O património da amizade entre judeus e católicos deve ser transmitido para as novas gerações"

O papa Francisco recebe em audiência o Comité Judaico Americano e pede um compromisso conjunto "para a construção de um mundo mais justo e fraterno"


Cidade do Vaticano, 13 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org)


Obrigado "por terem proporcionado ao longo dos anos uma contribuição qualificada para o diálogo e para a fraternidade entre judeus e cristãos", declarou o papa Francisco aos 55 membros da delegação do Comité Judaico Americano (American Jewsih Committee), recebidos em audiência na manhã de hoje na Sala do Consistório.

O papa falou da declaração Nostra Aetate, do Concílio Vaticano II, que, cinquenta anos depois de escrita, "continua sendo para a Igreja o ponto de referência imprescindível para as relações com os nossos ‘irmãos maiores’". A partir desse documento, disse Francisco, “foi desenvolvida com renovado vigor a reflexão sobre o património espiritual que nos une e que é a base do nosso diálogo. Esta base é teológica, não meramente uma expressão do nosso desejo de respeito e de estima recíproca. Por isso, é importante que o nosso diálogo seja sempre marcado profundamente pela consciência da nossa relação com Deus".

Além do diálogo, prosseguiu o papa, "é importante notar ainda que os judeus e os cristãos podem trabalhar juntos para construir um mundo mais justo e fraterno". É fundamental, neste sentido, "o serviço conjunto em favor dos pobres, dos marginalizados, dos que sofrem". Este é um compromisso que "se ancora no que as Escrituras revelam sobre a protecção do pobre, da viúva, do órfão, do estrangeiro (cf. Ex 20,20-22)" e é "uma tarefa confiada a nós por Deus, reflectindo a sua santa vontade e a sua justiça; um autêntico dever religioso".

O bispo de Roma incentiva assim o Comité a "transmitir às novas gerações o património de conhecimento mútuo, de estima e de amizade que foi construído nos últimos anos graças aos esforços de associações como a de vocês". O papa faz votos de que "a questão das relações com o judaísmo permaneça viva nos seminários e nos centros de formação de leigos católicos" e que, igualmente, "nas comunidades judaicas e entre os jovens rabinos aumente o interesse pelo conhecimento do cristianismo". Tudo isso para que os esforços dos anos, inclusive dos predecessores, "não seja em vão".

Antes de dar a bênção final, o Santo Padre dedicou um pensamento à sua próxima viagem à Terra Santa, de 24 a 26 de maio. "Dentro de poucos meses, terei a alegria de ir até Jerusalém, onde, diz o Salmo, todos nós nascemos (cf. Sl 87,5) e onde todos os povos convergem um dia (cf. Is 25,6-10). Acompanhem-me, por favor, com as suas orações, para que esta peregrinação dê frutos de comunhão, de esperança e de paz. Shalom!".

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