Samuel confirmou-se com 29 anos; atrai-o o carisma dominicano
As técnicas espirituais e filosofias não enchiam a alma de Samuel... Sentia-se perdido, e Jesus dizia ser o Caminho |
Actualizado 1 de Fevereiro de 2014
ReL
Samuel E. Hernández Fonseca é um jovem psicólogo mexicano que hoje aspira a ser religioso na ordem dominicana e escreveu a ReL contando algo do seu itinerário espiritual.
O caminho até à fé no seu caso não foi fácil. Durante muitos anos foi um buscador da verdade na filosofia, na psicologia e nas diferentes tradições religiosas do mundo.
Era um jovem com cultura... Mas que tinha esquecido as simples orações da sua infância católica.
No final, foi uma breve frase da Bíblia a que fez ressoar com força o seu espírito buscador da verdade, a confissão do apóstolo incrédulo: "Senhor meu e Deus meu", as palavras de um judeu antigo que chamava Deus a quem o mundo acreditava que era só um homem morto.
Esta é a história que Samuel nos remete desde a cidade de León (Guanajuato, México).
***
Tinha 27 anos e ainda que tivesse passado uma tarde muito agradável acompanhado da minha namorada, essa noite encontrava-me no meu quarto só, sumamente desanimado, vazio...
Eu sempre me tinha considerado um buscador da verdade. Tinha percorrido desde os 15 anos um longo caminho entre diferentes crenças religiosas e filosofias.
Praticava a meditação, reflectia textos sagrados de diversas crenças.
Orgulhava-me de ser um livre-pensador, um ente espiritual afastado "das cadeias do fanatismo".
Mas apesar de tudo estava triste.
Como era possível isso? Como, apesar das técnicas que conhecia, das filosofias que praticava, podia sentir-me tão perdido, desorientado e vazio?
Foi então quando encontrei por casualidade um documento de vocação jesuíta que me estremeceu e derrubou os meus argumentos.
Nele apareciam várias frases tomadas do evangelho de São João. Ressaltavam-se vários diálogos do apóstolo Tomás com Jesus. Esses diálogos mudaram-me a vida.
Um destes diálogos dizia:
“Tomás disse-lhe: «Senhor, não sabemos aonde vais. Como vamos a conhecer o caminho?». Jesus respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Padre, senão por mim. Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Já desde agora o conhecem e o viram». (Jn 14, 5-7)
Ao lê-lo, pensei: "eu estou perdido e Ele disse ser o caminho... Eu o conheço, mas há anos que renego a Ele. Será que esta sensação é fruto de que O deixei de lado?"
Assim que pela primeira vez em anos me dispus a orar. E não pude. Não recordava as orações!
Revolvia o Ave-maria, a Salve-Rainha, o Pai Nosso... Era uma verdadeira confusão. O Credo... Não pude mais que as primeiras afirmações.
E comecei a angustiar-me. A angústia crescia e crescia.
Até que algo dentro de mim começou a brotar. Era uma pequena oração... O Glória! Ao fim recordava uma oração completa.
Depois de rezá-la várias vezes consegui recordar o Pai Nosso.
Dei-me conta de que era verdade que estava perdido, mas que nessas trevas, apesar de tudo, não estava só. Quando senti que Jesus me abraçava, senti-me consolado.
Retomei a leitura do texto e a seguinte citação bíblica dizia: “A paz esteja com vocês”. E pouco depois: “Senhor meu, Deus meu!”.
ReL
Samuel E. Hernández Fonseca é um jovem psicólogo mexicano que hoje aspira a ser religioso na ordem dominicana e escreveu a ReL contando algo do seu itinerário espiritual.
O caminho até à fé no seu caso não foi fácil. Durante muitos anos foi um buscador da verdade na filosofia, na psicologia e nas diferentes tradições religiosas do mundo.
Era um jovem com cultura... Mas que tinha esquecido as simples orações da sua infância católica.
No final, foi uma breve frase da Bíblia a que fez ressoar com força o seu espírito buscador da verdade, a confissão do apóstolo incrédulo: "Senhor meu e Deus meu", as palavras de um judeu antigo que chamava Deus a quem o mundo acreditava que era só um homem morto.
Esta é a história que Samuel nos remete desde a cidade de León (Guanajuato, México).
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Tinha 27 anos e ainda que tivesse passado uma tarde muito agradável acompanhado da minha namorada, essa noite encontrava-me no meu quarto só, sumamente desanimado, vazio...
Eu sempre me tinha considerado um buscador da verdade. Tinha percorrido desde os 15 anos um longo caminho entre diferentes crenças religiosas e filosofias.
Praticava a meditação, reflectia textos sagrados de diversas crenças.
Orgulhava-me de ser um livre-pensador, um ente espiritual afastado "das cadeias do fanatismo".
Mas apesar de tudo estava triste.
Como era possível isso? Como, apesar das técnicas que conhecia, das filosofias que praticava, podia sentir-me tão perdido, desorientado e vazio?
Foi então quando encontrei por casualidade um documento de vocação jesuíta que me estremeceu e derrubou os meus argumentos.
Nele apareciam várias frases tomadas do evangelho de São João. Ressaltavam-se vários diálogos do apóstolo Tomás com Jesus. Esses diálogos mudaram-me a vida.
Um destes diálogos dizia:
“Tomás disse-lhe: «Senhor, não sabemos aonde vais. Como vamos a conhecer o caminho?». Jesus respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Padre, senão por mim. Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Já desde agora o conhecem e o viram». (Jn 14, 5-7)
Ao lê-lo, pensei: "eu estou perdido e Ele disse ser o caminho... Eu o conheço, mas há anos que renego a Ele. Será que esta sensação é fruto de que O deixei de lado?"
Assim que pela primeira vez em anos me dispus a orar. E não pude. Não recordava as orações!
Revolvia o Ave-maria, a Salve-Rainha, o Pai Nosso... Era uma verdadeira confusão. O Credo... Não pude mais que as primeiras afirmações.
E comecei a angustiar-me. A angústia crescia e crescia.
Até que algo dentro de mim começou a brotar. Era uma pequena oração... O Glória! Ao fim recordava uma oração completa.
Depois de rezá-la várias vezes consegui recordar o Pai Nosso.
Dei-me conta de que era verdade que estava perdido, mas que nessas trevas, apesar de tudo, não estava só. Quando senti que Jesus me abraçava, senti-me consolado.
Retomei a leitura do texto e a seguinte citação bíblica dizia: “A paz esteja com vocês”. E pouco depois: “Senhor meu, Deus meu!”.
Túmulo do apóstolo São Tomás em Chennai, Índia |
Essas duas frases foram o acabou-se para mim. Chorei como um menino quando no fim encontra os seus pais depois de ter-se perdido. E repetia com voz entrecortada “Senhor meu, Deus meu!”. Comecei então a minha aproximação a Jesus.
Em 2013 fiz a minha confirmação, já com 29 anos: era de longe o maior do grupo. Fi-la convencido do que estava fazendo.
Hoje seguindo as palavras de Jesus e do apóstolo São Tomás, digo: «Vamos também nós morrer com ele»…
A fome que tenho da sua palavra e a alegria e paz que me inunda ao seu lado revitaliza-me em cada momento.
Decidi seguir Jesus, o Caminho, e aspiro entrar na Ordem de Pregadores, começando a formar-me como religioso dominicano.
Em 2013 fiz a minha confirmação, já com 29 anos: era de longe o maior do grupo. Fi-la convencido do que estava fazendo.
Hoje seguindo as palavras de Jesus e do apóstolo São Tomás, digo: «Vamos também nós morrer com ele»…
A fome que tenho da sua palavra e a alegria e paz que me inunda ao seu lado revitaliza-me em cada momento.
Decidi seguir Jesus, o Caminho, e aspiro entrar na Ordem de Pregadores, começando a formar-me como religioso dominicano.
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