O assistente do enviado especial da ONU na Síria confirmou que um dos dois bispos está nas mãos de um novo grupo armado, pronto para liberá-lo somente depois do acordo com o governo Sírio
Roma, 10 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Naman Tarcha
A guerra na Síria entre os vários extremistas e os grupos
terroristas que continuam a aniquilar-se entre si, e agora estão
completamente fora de controle, trouxe à luz novas revelações sobre o
destino dos dois bispos ortodoxos sequestrados cerca de um ano atrás.
A boa notícia vem de Mukhtar Lamani, Assistente do enviado especial
da ONU na Síria Al Akhdar Al Ibrahimi, que actualmente lidera a nova
rodada de negociações em Genebra: "Temos provas de que um dos dois
bispos está nas mãos de um novo grupo armado". Lamani, no entanto, não
quis revelar de qual dos dois se trate - e disse que "os contactos com os sequestradores com sede em Istambul na Turquia continuam, mas teme-se a
influência e interferência do Governo turco".
As fontes falam de negociações em estágio avançado, e de uma
libertação iminente, depois do assalto de um grupo armado à sede de uma
brigada rival, onde encontraram apenas um dos dois prelados raptados. O
grupo armado se declara pronto para libertar o bispo dentro de um
acordo, porém não quer negociar por meio do general Abbass Ibrahim,
chefe da Segurança Nacional libanesa, mas sim directamente com o governo
sírio, e pede um corredor seguro para entregar o bispo às forças sírias.
Em 23 de abril de 2013 chegou a notícia do sequestro de dois Bispos
da cidade síria de Aleppo: Yohanna Ibrahim, bispo siro-ortodoxo e Bulos
Yazigi, Metropolita Greco ortodoxo, e irmão do actual Patriarca da Igreja
Greco Ortodoxa. De acordo com informações recolhidas na época, quem
sequestrou os dois bispos tinha sido um grupo armado de nacionalidade
chechena, que tinha assassinado o diácono que os acompanhava e levado os
dois prelados para um lugar desconhecido.
O sequestro aconteceu cerca de 30 km da fronteira com a Turquia,
enquanto os dois bispos se dirigiam a Aleppo depois de uma missão
humanitária na Turquia que visava libertar outros reféns. Ou seja, os
dois sacerdotes Padre Michel Kayyal, arménio católico e padre Maher
Mahfuz, greco ortodoxo.
Os dois haviam sido sequestrados por um grupo armado jihadista,
durante o sequestro do microônibus que os levava a Damasco. Desde então
perdeu-se o rastro dos dois sacerdotes. Desânimo, interesse, relatos
conflitantes foram espalhados nos últimos meses sobre o destino dos dois
bispos: alguns os consideravam mortos, outros afirmavam que estavam
vivos e com boa saúde.
O problema é que nunca houve uma reivindicação real e não houve um
avanço das petições dos sequestradores. A ausência de um dos bispos,
junto com rumores de um refém ferido, fazem temer o pior. Talvez um
deles já tenha morrido. As negociações insistentes e silenciosas para a
libertação dos bispos nunca pararam, assim como as orações dos sírios,
que hoje adquirem um novo ar de esperança.
Enquanto isso, os fiéis de Roma continuam a orar pelo destino dos
reféns. Ainda ontem, na paróquia de Santa Maria in Portico em
Campitelli, aconteceu uma vigília presidida pelo Bispo Auxiliar de Roma,
Mons. Matteo Zuppi. Os fiéis e religiosos presentes rezaram pela paz no
País do Oriente Médio e pela libertação de todos os sequestrados,
especialmente os dois sacerdotes Padre Michel Kayyal e padre Maher
Mahfouz, pelos dois bispos ortodoxos de Aleppo, as Irmãs de Maalula e o
jesuíta padre Paolo Dall'Oglio.
Trad.TS
(10 de Fevereiro de 2014) © Innovative Media Inc.
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