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sábado, 28 de setembro de 2013

Os verdadeiros cristãos não evitam a Cruz, mas enfrentam as humilhações com alegria e paciência, disse o Pontífice

O santo padre na homilia de Santa Marta alerta também da "tentação do bem-estar espiritual" que impedem amar a Cristo com todo o nosso ser


Roma, 27 de Setembro de 2013


Os cristãos dão uma boa prova de si quando “sabem enfrentar humilhações com alegria e paciência”. Papa Francisco ressaltou este aspecto da vida de fé na missa celebrada na manhã desta sexta, 27, na Casa Santa Marta. O Papa alertou novamente para a “tentação do bem-estar espiritual”, que pode nos impedir “de amar plenamente Jesus Cristo”.

Francisco desenvolveu seu pensamento a partir do Evangelho de Lucas, no trecho em que Jesus pergunta aos discípulos o que as pessoas falam Dele e o que eles próprios pensam, até a resposta de Pedro: “O Cristo de Deus”. “Esta pergunta é dirigida também a nós”, disse o Pontífice.

“Foi o Espírito Santo que tocou o coração de Pedro para dizer quem é Jesus. Se é o Cristo, o Filho de Deus vivo, é um mistério... Quem o pode explicar? Se cada um de nós, na oração, disser ao Senhor: “Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo”, Ele responderá “É verdade”.

"Jesus pede a Pedro que não revele sua resposta a ninguém e anuncia sua Paixão, morte e Ressurreição", disse o Papa, recordando a reacção do chefe dos Apóstolos, descrita no Evangelho de São Mateus, que declara: “Isso não acontecerá jamais”. “Pedro – comentou ainda o Papa – se assusta, se escandaliza, como tantos cristãos que dizem: “Isto nunca vai acontecer!”. Este é o modo para “seguir Jesus, para conhecê-lo apenas até um certo ponto”:

“E esta é a tentação do bem-estar espiritual. Temos tudo: temos a Igreja, temos Jesus Cristo, os Sacramentos, a Virgem Maria, tudo, um bom trabalho para o Reino de Deus; somos bons, todos. Porque pelo menos temos que pensar isso, porque se pensar ao contrário é pecado! Mas não é o suficiente; com o bem-estar espiritual até um certo ponto. Como o jovem que era rico: ele queria ir com Jesus, mas até um certo ponto. Falta essa última unção do cristão, para ser um cristão realmente: a unção da cruz, a unção da humilhação. Ele se humilhou até à morte, morte de tudo. Esta é a pedra de comparação, a verificação da nossa realidade cristã: Eu sou um cristão de cultura do bem-estar? Eu sou um cristão que acompanha o Senhor até a cruz? O sinal é a capacidade de suportar as humilhações”.

O escândalo da Cruz, no entanto, continua a bloquear muitos cristãos. Todos - constata Papa Francisco - querem ressurgir, mas “nem todos” pretendem fazê-lo pelo caminho da Cruz. E, ainda mais, se queixam das injustiças ou afrontas sofridas, comportando-se ao contrário do que Jesus fez e pede para imitar:

“A verificação se um cristão é um cristão realmente é a sua capacidade de suportar com alegria e paciência as humilhações, já que isso é algo que não gostamos... Há muitos cristãos que, olhando para o Senhor, pedem humilhações para se assemelhar a Ele. Esta é a escolha: o cristão do bem-estar - que vai para o Céu, certo de salvar-se! – ou o cristão próximo a Jesus, pela estrada de Jesus”.


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