Arcebispo de Lima fala das uniões do mesmo sexo, do celibato sacerdotal e do encontro do papa com o padre Gutiérrez
Lima, 16 de Setembro de 2013
No programa peruano de rádio "Diálogo de Fé", transmitido ao
vivo no último sábado, 14 de Setembro, o cardeal Juan Luis Cipriani,
arcebispo de Lima, abordou o projecto de lei apresentado na semana
passada no congresso do país andino, visando reconhecer a união civil
entre pessoas do mesmo sexo.
“É uma lei com a qual eu não estou de acordo. Não acho que é uma
exclusão de ninguém. Quem quer ter a sua relação [homossexual] tem o
direito civil de fazer os seus contratos, mas não podem fazer uma
caricatura do casamento", declarou o prelado, conforme nota difundida
pela assessoria de imprensa arquidiocesana.
Em outro momento do pronunciamento, o arcebispo de Lima recordou que o
celibato não é um dogma, mas um dom de Deus muito importante para a
vida do presbítero.
Diante deste tema polémico devido às recentes declarações do
secretário de Estado do Vaticano, dom Pietro Parolin, o cardeal Cipriani
afirmou que "quando se fala do celibato sacerdotal, todos nós sabemos
que ele não é um dogma. O celibato é um tesouro para o sacerdócio e é o
motivo que atrai milhões de jovens para a vocação sacerdotal. Estão
querendo criar uma confusão", alertou.
Cipriani explicou também que, “num mundo em que o relativismo e o
hedonismo imperam, eu entendo que a castidade e o celibato brilham e há
quem tente denegri-los com todo tipo de ataques. A Igreja proclama a
castidade para todos e o celibato como uma condição para o Reino dos
Céus, por um amor maior".
"Somos apaixonados no nosso amor por Jesus, não somos solteirões.
Fazemos isso por uma entrega maior, que vale a pena”, completou.
Durante a fala no rádio, Cipriani fez diversas observações sobre a
recente reunião do papa Francisco, no Vaticano, com o teólogo peruano
Gustavo Gutiérrez, um dos pais da Teologia da Libertação.
“A Igreja não aceita a luta de classes marxista. A Igreja sempre
manteve a opção preferencial pela pobreza com nome e sobrenome, que foi objecto de um estudo profundo feito por uma das melhores cabeças, o papa
Bento XVI", enfatizou o cardeal.
Cipriani considera que certas ideias da juventude precisam ser rectificadas na maturidade. "Estudando bem a instrução de Ratzinger, fica
muito claro que os escritos de Gutiérrez têm que ser corrigidos",
concluiu o arcebispo de Lima.
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