«Era substancialmente anti-religioso»
Marco Tosatti com João Paulo II numa viagem |
Actualizado 21 de Setembro de 2013
Portaluz / ReL
Durante anos redigiu artigos nos quais analisava a actualidade parlamentar e educativa do seu país. Marco Tosatti trabalhava assim desde 1970 no jornal italiano La Stampa, quando o seu nome foi sondado para cobrir as actividades no Vaticano. “Disse-me: "Porque não?" Era um mundo que não tratava desde há tempo, e era um desafio voltar a estudá-lo".
Filho do malogrado jornalista desportivo Renato Tosatti, - falecido em 1949 na catástrofe aérea de Superga, em Turim -, Marco cresceu sem estímulos paternos. Em termos espirituais, as suas únicas noções da religião católica tinham sido graças aos ensinamentos da sua mãe, que tinham perdurado até aos 12 anos, idade em que deixou de ser acólito nas missas. Durante a adolescência distanciou-se de forma radical da Igreja e da fé. "Cheguei a ser uma pessoa substancialmente anti-religiosa", declara.
Os seus primeiros contactos
Firmado nos seus estruturados conceitos agnósticos, começa em 1981 a cobrir a intensa bitácula de viagens e actividades do logo santo João Paulo II. Fazia, disse, “debaixo um prisma muito laico. Ainda que não fosse crente, interessava-me a espiritualidade em sentido amplo, especialmente as religiões orientais e o Islão”. Para quê dizer se sentia algum afecto pelo Papa… “Era uma relação estritamente profissional”.
Viagem após viagem e sem procura-lo, Marco impressionou-se pela forma de rezar do Papa. “Dei-me conta – reconhece - que era um ser de uma humanidade extraordinária e grande inteligência. A sua trajectória não era em absoluto clerical, pois era um actor de teatro que tinha desembarcado na fe”.
"Voltei-me para a oração"
Impressionado, o jornalista que resistia a crer, sucumbiu ante o que acontecia frente aos seus olhos. “Quando o observava, dava-me conta de que a sua fé era como a de um menino, muito simples, inclusive algo candorosa. Desde então, voltei-me para a oração”.
Uma conversão fundada na Ressurreição do Senhor
Feliz e atraído pelo testemunho do Papa, despertou-se em Marco o interesse por saber mais, não queria somente informar. “Este era um tipo de estudo que nunca tinha experimentado. Quanto mais lia a história do cristianismo, mais me dava conta de que a nossa fé não é genérica, mas sim que está vinculada a factos históricos e a crer não só em Deus, mas sim também nos testemunhos dos que pagaram e continuam pagando pela sua fé”.
"O mistério da ressurreição"
A misericórdia que descobriu em Jesus, permitiu-lhe voltar a sentir-se abraçado, tal como Pedro. “O facto sociológico que mais me impactou foi quando um dos apóstolos - o que mais tarde lideraria a Igreja -, traiu Jesus no momento mais crítico. E, pouco tempo depois, ele e os demais estavam dispostos a morrer por dizer que lhe tinham visto ressuscitar”.
Graças ao mistério da Ressurreição, afirma, pode entender a sua conversão. “É o ponto central da nossa fé porque a Deus se pode crer pelo que demonstrou. Quer dizer, por morrer e ressuscitar. Só depois de ver isto, sucede algo na cabeça e no coração, pois historicamente é inexplicável”.
Hoje, com 66 anos, acumula uma série de anedotas das suas viagens junto aos papas João Paulo II e Bento XVI. Transformou-se num dos vaticanistas mais destacados, escrevendo sobre 15 livros que relacionam história e religião. O seu testemunho que Portaluz difunde foi publicado no livro Novos cristãos de Europa, escrito pelo jornalista Lorenzo Fazzini no ano 2010. Nele Tosatti assume que a sua conversão “ainda continua, porque a minha fé não está desprovista de dúvidas. É uma paradoxa algo estranha, porque agora me parece tão evidente ter que crer em algo”.
Portaluz / ReL
Durante anos redigiu artigos nos quais analisava a actualidade parlamentar e educativa do seu país. Marco Tosatti trabalhava assim desde 1970 no jornal italiano La Stampa, quando o seu nome foi sondado para cobrir as actividades no Vaticano. “Disse-me: "Porque não?" Era um mundo que não tratava desde há tempo, e era um desafio voltar a estudá-lo".
Filho do malogrado jornalista desportivo Renato Tosatti, - falecido em 1949 na catástrofe aérea de Superga, em Turim -, Marco cresceu sem estímulos paternos. Em termos espirituais, as suas únicas noções da religião católica tinham sido graças aos ensinamentos da sua mãe, que tinham perdurado até aos 12 anos, idade em que deixou de ser acólito nas missas. Durante a adolescência distanciou-se de forma radical da Igreja e da fé. "Cheguei a ser uma pessoa substancialmente anti-religiosa", declara.
Os seus primeiros contactos
Firmado nos seus estruturados conceitos agnósticos, começa em 1981 a cobrir a intensa bitácula de viagens e actividades do logo santo João Paulo II. Fazia, disse, “debaixo um prisma muito laico. Ainda que não fosse crente, interessava-me a espiritualidade em sentido amplo, especialmente as religiões orientais e o Islão”. Para quê dizer se sentia algum afecto pelo Papa… “Era uma relação estritamente profissional”.
Viagem após viagem e sem procura-lo, Marco impressionou-se pela forma de rezar do Papa. “Dei-me conta – reconhece - que era um ser de uma humanidade extraordinária e grande inteligência. A sua trajectória não era em absoluto clerical, pois era um actor de teatro que tinha desembarcado na fe”.
"Voltei-me para a oração"
Impressionado, o jornalista que resistia a crer, sucumbiu ante o que acontecia frente aos seus olhos. “Quando o observava, dava-me conta de que a sua fé era como a de um menino, muito simples, inclusive algo candorosa. Desde então, voltei-me para a oração”.
Uma conversão fundada na Ressurreição do Senhor
Feliz e atraído pelo testemunho do Papa, despertou-se em Marco o interesse por saber mais, não queria somente informar. “Este era um tipo de estudo que nunca tinha experimentado. Quanto mais lia a história do cristianismo, mais me dava conta de que a nossa fé não é genérica, mas sim que está vinculada a factos históricos e a crer não só em Deus, mas sim também nos testemunhos dos que pagaram e continuam pagando pela sua fé”.
"O mistério da ressurreição"
A misericórdia que descobriu em Jesus, permitiu-lhe voltar a sentir-se abraçado, tal como Pedro. “O facto sociológico que mais me impactou foi quando um dos apóstolos - o que mais tarde lideraria a Igreja -, traiu Jesus no momento mais crítico. E, pouco tempo depois, ele e os demais estavam dispostos a morrer por dizer que lhe tinham visto ressuscitar”.
Graças ao mistério da Ressurreição, afirma, pode entender a sua conversão. “É o ponto central da nossa fé porque a Deus se pode crer pelo que demonstrou. Quer dizer, por morrer e ressuscitar. Só depois de ver isto, sucede algo na cabeça e no coração, pois historicamente é inexplicável”.
Hoje, com 66 anos, acumula uma série de anedotas das suas viagens junto aos papas João Paulo II e Bento XVI. Transformou-se num dos vaticanistas mais destacados, escrevendo sobre 15 livros que relacionam história e religião. O seu testemunho que Portaluz difunde foi publicado no livro Novos cristãos de Europa, escrito pelo jornalista Lorenzo Fazzini no ano 2010. Nele Tosatti assume que a sua conversão “ainda continua, porque a minha fé não está desprovista de dúvidas. É uma paradoxa algo estranha, porque agora me parece tão evidente ter que crer em algo”.
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