Difundem as mensagens póstumas de um mártir iraquiano
Actualizado 27 de Setembro de 2013
Fernando de Navascués / ReL
O Padre Ragheed Ganni era um sacerdote católico de rito caldeu cuja paróquia consagrada ao Espírito Santo estava em Mosul, Iraque. No domingo seguinte ao Pentecostes no ano 2007 morreu assassinado quando voltava de celebrar a Missa na sua paróquia, junto com três diáconos que o acompanhavam. Todos eles foram declarados como mártires pela Igreja Caldeia.
Amava e entendia a Eucaristia
O Padre Ragheed era conhecido por dar um testemunho de fé valoroso e limpo num país tão complicado para os cristãos como o Iraque: “Sem domingo, sem Eucaristia, os cristãos no Iraque não podem viver”, explica Ragheed para descrever a necessidade de Eucaristia que tem os cristãos no seu país.
Nesta guerra, os cristãos são os que más sofreram, e por isso abandonam a sua terra em busca de lugares onde possam ser respeitados. Sem dúvida, o sacerdote iraquiano demonstrava a sua valentia permanecendo no país cuidando dos seus paroquianos.
Fernando de Navascués / ReL
O Padre Ragheed Ganni era um sacerdote católico de rito caldeu cuja paróquia consagrada ao Espírito Santo estava em Mosul, Iraque. No domingo seguinte ao Pentecostes no ano 2007 morreu assassinado quando voltava de celebrar a Missa na sua paróquia, junto com três diáconos que o acompanhavam. Todos eles foram declarados como mártires pela Igreja Caldeia.
Amava e entendia a Eucaristia
O Padre Ragheed era conhecido por dar um testemunho de fé valoroso e limpo num país tão complicado para os cristãos como o Iraque: “Sem domingo, sem Eucaristia, os cristãos no Iraque não podem viver”, explica Ragheed para descrever a necessidade de Eucaristia que tem os cristãos no seu país.
Nesta guerra, os cristãos são os que más sofreram, e por isso abandonam a sua terra em busca de lugares onde possam ser respeitados. Sem dúvida, o sacerdote iraquiano demonstrava a sua valentia permanecendo no país cuidando dos seus paroquianos.
A Missa entre as ruínas
“Os jovens organizam a vigilância depois dos atentados já sofridos pela paróquia, os sequestros e as ameaças ininterruptas aos religiosos. Os sacerdotes dizem a missa entre as ruínas causadas pelas bombas – comentava Ragheed uns dias antes da sua morte. Enquanto as mães, preocupadas, vêem os seus filhos desafiar os perigos indo à catequese com entusiasmo”.
“Mas Cristo com o seu amor sem fim desafia o mal, mantém-nos unidos, e através da Eucaristia nos doa – dizia Ragheed – novamente a vida que os terroristas procuram tirar-nos”.
“Esperamos cada dia o ataque decisivo, mas não deixaremos de celebrar a Missa – afirma conscientemente da sua vocação –. O faremos inclusive debaixo da terra, onde estamos mais seguros. Nesta decisão sou alentado pela força dos meus paroquianos. Trata-se de uma guerra, uma guerra de verdade, mas esperamos levar esta Cruz até ao fim com a ajuda da graça divina”.
“Posso equivocar-me, mas tenho a certeza de que uma coisa, uma só coisa é verdade sempre: que o Espírito Santo continuará iluminando algumas pessoas para que trabalhem pelo bem da humanidade, neste mundo tão cheio de mal”, concluía o sacerdote martirizado.
Um e-mail que daria a volta ao mundo
O Padre Robert Christian, professor da Universidade de São Tomás de Aquino de Roma, íntimo amigo do padre Ragheed, celebrou uma Missa pelo sacerdote assassinado e os seus três subdiáconos poucos dias depois da sua morte. Na homilia falou da situação na qual se encontram as pessoas do Iraque, especialmente os cristãos. Falou também de um e-mail que recebeu no dia antes da morte do seu amigo. Este e-mail estremeceu aos estudantes e professores da universidade.
Os cristãos sofrem duplamente…
Uma parte do e-mail dizia assim: “A situação aqui é pior que no inferno, e a minha igreja foi atacada várias vezes desde a última vez que nos vimos. A semana passada, dois guardas foram feridos depois de um ataque”.
Outra mensagem que tinha recebido o professor dizia o seguinte: “A situação, como podes conhecer pelos telejornais, é terrível. Os cristãos sofrem duas vezes, primeiro pela situação e logo por causa da sua religião”.
… e por isso muitos fogem
“O discurso do Papa acendeu a mecha na cidade. Um sacerdote ortodoxo sírio foi decapitado; a minha paróquia foi atacada cinco vezes. Recebi ameaças antes do sequestro desse sacerdote, mas tive cuidado nas minhas deslocações. Adiei as minhas férias duas vezes porque não podia deixar a cidade nessa situação”.
“Tinha que ir à Europa em 18 de Setembro, mas adiei para 4 de Outubro. Logo tive que adiá-lo para 1 de Novembro. O Ramadão foi um desastre para nós em Mosul.
Centenas de famílias cristãs deixaram a cidade, incluída a minha família e os meus tios: cerca de 30 pessoas abandonaram todas as suas propriedades e foram-se, devido às ameaças”.
Afrontando a morte
“Não é fácil, mas a Graça do Senhor dá apoio e força. Afrontamos a morte todos os dias”. Assim concluía uma mensagem muito comovedora. O padre Ragheed sabia que era um objectivo.
O padre Christian, afirma que Ragheed, “sabia que estava afrontando a ameaça da morte por causa da sua fé, mas sabia também que era o seu dever permanecer, dando valente testemunho da nossa fé no Senhor ressuscitado”.
“O patriarca dos caldeus chamou-os mártires, e os mártires, que se conformaram de próximo à paixão e morte de Jesus Cristo, foram considerados desde as origens do cristianismo como santos”, concluiu o professor.
O vídeo seguinte recolhe a voz do padre Ragheed cantando um hino à Virgem, junto com imagens do seu funeral em 2007.
“Os jovens organizam a vigilância depois dos atentados já sofridos pela paróquia, os sequestros e as ameaças ininterruptas aos religiosos. Os sacerdotes dizem a missa entre as ruínas causadas pelas bombas – comentava Ragheed uns dias antes da sua morte. Enquanto as mães, preocupadas, vêem os seus filhos desafiar os perigos indo à catequese com entusiasmo”.
“Mas Cristo com o seu amor sem fim desafia o mal, mantém-nos unidos, e através da Eucaristia nos doa – dizia Ragheed – novamente a vida que os terroristas procuram tirar-nos”.
“Esperamos cada dia o ataque decisivo, mas não deixaremos de celebrar a Missa – afirma conscientemente da sua vocação –. O faremos inclusive debaixo da terra, onde estamos mais seguros. Nesta decisão sou alentado pela força dos meus paroquianos. Trata-se de uma guerra, uma guerra de verdade, mas esperamos levar esta Cruz até ao fim com a ajuda da graça divina”.
“Posso equivocar-me, mas tenho a certeza de que uma coisa, uma só coisa é verdade sempre: que o Espírito Santo continuará iluminando algumas pessoas para que trabalhem pelo bem da humanidade, neste mundo tão cheio de mal”, concluía o sacerdote martirizado.
Um e-mail que daria a volta ao mundo
O Padre Robert Christian, professor da Universidade de São Tomás de Aquino de Roma, íntimo amigo do padre Ragheed, celebrou uma Missa pelo sacerdote assassinado e os seus três subdiáconos poucos dias depois da sua morte. Na homilia falou da situação na qual se encontram as pessoas do Iraque, especialmente os cristãos. Falou também de um e-mail que recebeu no dia antes da morte do seu amigo. Este e-mail estremeceu aos estudantes e professores da universidade.
Os cristãos sofrem duplamente…
Uma parte do e-mail dizia assim: “A situação aqui é pior que no inferno, e a minha igreja foi atacada várias vezes desde a última vez que nos vimos. A semana passada, dois guardas foram feridos depois de um ataque”.
Outra mensagem que tinha recebido o professor dizia o seguinte: “A situação, como podes conhecer pelos telejornais, é terrível. Os cristãos sofrem duas vezes, primeiro pela situação e logo por causa da sua religião”.
… e por isso muitos fogem
“O discurso do Papa acendeu a mecha na cidade. Um sacerdote ortodoxo sírio foi decapitado; a minha paróquia foi atacada cinco vezes. Recebi ameaças antes do sequestro desse sacerdote, mas tive cuidado nas minhas deslocações. Adiei as minhas férias duas vezes porque não podia deixar a cidade nessa situação”.
“Tinha que ir à Europa em 18 de Setembro, mas adiei para 4 de Outubro. Logo tive que adiá-lo para 1 de Novembro. O Ramadão foi um desastre para nós em Mosul.
Centenas de famílias cristãs deixaram a cidade, incluída a minha família e os meus tios: cerca de 30 pessoas abandonaram todas as suas propriedades e foram-se, devido às ameaças”.
Afrontando a morte
“Não é fácil, mas a Graça do Senhor dá apoio e força. Afrontamos a morte todos os dias”. Assim concluía uma mensagem muito comovedora. O padre Ragheed sabia que era um objectivo.
O padre Christian, afirma que Ragheed, “sabia que estava afrontando a ameaça da morte por causa da sua fé, mas sabia também que era o seu dever permanecer, dando valente testemunho da nossa fé no Senhor ressuscitado”.
“O patriarca dos caldeus chamou-os mártires, e os mártires, que se conformaram de próximo à paixão e morte de Jesus Cristo, foram considerados desde as origens do cristianismo como santos”, concluiu o professor.
O vídeo seguinte recolhe a voz do padre Ragheed cantando um hino à Virgem, junto com imagens do seu funeral em 2007.
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