Afirmou Fatwa dos ulemás de Damasco
Damasco, 27 de Setembro de 2013
Está cada vez mais difícil a vida das minorias religiosas
sírias, que no conflito actual, são os segmentos mais vulneráveis da
sociedade. Como apurado pela Agência Fides, 36 ulemás (líderes
religiosos islâmicos) de Douma, um dos maiores subúrbios de Damasco,
emanaram uma “fatwa” (decreto jurídico) que torna legítimo o direito de
fiéis muçulmanos sunitas de requisitarem e se apropriarem de bens,
casas, e propriedades pertencentes a cristãos, drusos, alauítas e
membros de outras minorias religiosas “que não professam a religião
sunita do Profeta”.
A fatwa convida abertamente a “boicotar e romper qualquer relação
com os habitantes de Damasco que traíram ou abandonaram os
revolucionários”. A fatwa (cuja cópia foi enviada à Agência Fides)
especifica que as propriedades confiscadas serão utilizadas parcialmente
“para comprar armas” e parcialmente para ajudar órfãos, pobres e
famílias de mártires e viúvas. “Pedimos ao nosso povo para se apegar às
nos sãs tradições islâmicas e frequentar regularmente as casas de Deus
(mesquitas), a fim de salvaguardar a nossa alma e a sociedade", conclui o
texto do ulemás.
Conforme relatado à Fides, os líderes de várias igrejas cristãs têm
aprendido o conteúdo da fatwa com grande preocupação, observando que
tais medidas "aumentam a violência inter-religiosa, que é a cicatriz da
sociedade síria". (Fonte: Agência Fides 26/9/2013)
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