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sábado, 28 de setembro de 2013

Francisco: "Não só trabalhar como catequistas, mas principalmente sê-lo

Os participantes do Congresso Internacional sobre a Catequese recebem o Papa com grande entusiasmo


Roma, 27 de Setembro de 2013


O Santo Padre reuniu-se nessa tarde na Sala Paulo VI com 1600 catequistas de 50 países, muitos deles na companhia dos seus bispos e sacerdotes para o Congresso Internacional de Catequistas que realizou-se em Roma por causa do Ano da Fé.

Antes de começar o seu discurso, Francisco andou pelo corredor central e passou cumprimentando as pessoas que estavam lá. Os catequistas acolheram o Papa com grande entusiasmo, enquanto pediam a sua bênção e alguns davam-lhe presentes.

Monsenhor Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, disse algumas palavras no início do encontro, onde disse que esta é “uma oportunidade para retomar com entusiasmo um caminho de compromisso comum”.

O Santo Padre começou lembrando que a catequese é um dos pilares da educação da fé, que não é um trabalho como outro qualquer, mas que deve ajudar as crianças, jovens e adultos a conhecer e amar cada vez mais ao Senhor, ou seja uma das aventuras educativas mais bonitas. Da mesma forma ressaltou que não é a mesma coisa “ser” catequista que “trabalhar” como catequista, já que catequista é uma vocação.

Citando Bento XVI recordou que a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atracção e o que atrai é o testemunho. Dessa forma mencionou as palavras de São Francisco de Assis quando dizia “pregai sempre o Evangelho e se fosse necessário também com as palavras”

Ser catequista - disse o papa Francisco - requer amor, o amor cada vez mais forte por Cristo e amor pelo seu povo santo e este amor necessariamente vem de Cristo. E perguntou-lhes: o que significa este vir de Cristo para um catequista? E explicou: “assim como faziam os antigos jesuítas”: em três pontos.

Em primeiro lugar recomeçar a partir de Cristo significa ter familiaridade com Ele, e acrescenta que “se estamos unidos a Ele podemos dar fruto, e esta é a familiaridade com Cristo”. E destacou assim que ter um “título de catequista” não serve, é somente um pequeno caminho, porque “não é um título, é uma atitude”. Dessa forma, perguntou aos catequistas como estão na presença do Senhor, o que fazem e se se deixam olhar por Ele. Deixar-se olhar por Cristo, destacou o santo padre, é uma forma de rezar e “isso esquenta o coração, tem acesso ao fogo da amizade, faz sentir que Ele verdadeiramente me vê, está perto de mim e me ama”.

Também reconheceu que entende que não é simples", especialmente para aqueles que são casados ​​e têm filhos, é difícil encontrar um longo momento de calma. Mas, graças a Deus, não é necessário fazer tudo da mesma forma; na Igreja há diversidade de vocações e diversidade de formas espirituais; o importante é encontrar o modo mais adequado para estar com o Senhor; e isso é possível em todos os estados de vida”.

O segundo elemento foi esse: recomeçar de Cristo significa “imitá-lo no sair de si e ir ao encontro do outro”. Uma experiência, explicou o Papa, um pouco paradoxal. Isto é “porque quem coloca no centro da própria vida a Cristo se descentraliza! Quanto mais você se une a Jesus e Ele se transforma no centro da sua vida, mais Ele faz com que você saia de si mesmo, se descentralize e se abra aos outros”.

Francisco explicou essa ideia dizendo que o coração do catequista vive sempre esse movimento de ‘sístole - diástole': união com Jesus e encontro com os outros. E falou do kerygma , que é um dom que o catequista recebe e um dom que ele dá.

E em terceiro lugar, "recomeçar a partir de Cristo significa não ter medo de ir com Ele para as periferias. Aqui, o papa falou sobre a história de Jonas, um homem piedoso, que quando o Senhor o chama para pregar em Nínive não se sente capaz, “Nínive está fora dos seus esquemas, está na periferia do seu mundo”. Com este exemplo o papa disse para não ter medo de sair dos nossos esquemas para seguir a Cristo, “porque Deus não tem medo das periferias”. E acrescentou que Deus é sempre fiel, não é fechado e nem rígido, vem ao nosso encontro, nos compreende. Também destacou a criatividade do catequista elemento chave do seu trabalho. “Se um catequista se deixa levar pelo medo, é um covarde; se um catequista está feliz por ser uma mera estátua de museu; se um catequista é rígido, torna-se seco e estéril” advertiu Francisco aos presentes. E do mesmo modo, recordou que “prefere uma Igreja acidentada do que uma Igreja doente”. E nesse trabalho, “nossa beleza e nossa força” é que “se saímos para levar o Evangelho com amor Ele caminha connosco” e “vai na frente” sempre. O santo padre destacou que Deus sempre nos precede e que se temos medo de ir a uma periferia, na verdade Ele já está lá.

Ao finalizar, o bispo de Roma agradeceu aos catequistas e convidou-lhes a permanecer com Cristo, ser uma só coisa com Ele, segui-lo e imitá-lo.


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