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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Um ex-futebolista da Juventus explica como encontrou Deus depois de anos de adicção severa ao sexo

Legrottaglie, joga agora na Catânia

O famoso defesa da equipa italiana reconhece que depois de anos de êxito, dinheiro e fama, tocou no fundo e depois de sentir-se vazio e só encontrou Deus.

Actualizado 16 de Outubro de 2012

Sara Martín / ReL

Nicola Legrottaglie
Tinha-se convertido no objecto de desejo dos grandes clubes de futebol italianos, até que finalmente em 2003 a Juventus o contratou. Legrottaglie colheu grandes êxitos durante oito anos, mas as continuas festas não o saciavam.

"Muitas festas mas sentia-me só"
«Estava vazio por dentro. Saía com os meus companheiros, ia às festas, chegava tarde mas, uma vez que voltava a casa, perguntava-me: que me ficou desta noite?», começa a explicar no seu testemunho. Ao começar a jogar para a Juve deu-se conta de que algo estava mudando: «Estava vivendo o sonho da minha vida, tinha trabalhado toda a minha vida para chegar ali... E, sem dúvida, sentia-me só».

«Sentia-me incompleto, não gostava de mim mesmo»
Nicola Leggrottalie, agora jogador do Catânia, reconhece que ter dinheiro e fama «não é suficiente» para ser feliz. «Sentia-me incompleto, não gostava de mim mesmo. Aprendi por experiência que a dor é um caminho para chegar à felicidade».

«Talvez não teria encontrado Deus se não tivesse tocado no fundo», admite. E como tocou no fundo? Talvez, reconhece, a sua dependência do sexo. «Via uma mulher e a desejava sexualmente». Depois, sem dúvida, «quando já a tinha conseguido, não me preocupava com ela e isto fazia-me sentir mal».

Hoje o defensa agradece a Deus por tê-lo ajudado porque teria podido casar-se com a mulher errada e ter trazido ao mundo filhos que não teriam nascido numa família infeliz.

Uma mudança depois de outra
A mudança chegou pela mão de outro colega da profissão. Tomás Guzman, jogador naquele momento do Siena, junto com a sua mulher, ajudaram-no a olhar para trás. A dar-se conta dos erros. A procurar um novo caminho para encher o vazio. «Comecei a rezar, a ler a Bíblia, e passo a passo dei-me conta de que, seguindo as palavras do Evangelho, enchia esse vazio», explica.

Ler a Bíblia com amigos
E como passa agora as suas noites, em lugar de ir às festas sempre? «Fico com um grupo de amigos de Torino a ler a Bíblia, organizamos cenas numa pizzaria ou em casa, inclusive cantamos», enumera. «Descobri que tenho bom ouvido!», brinca.

Mas não é a única coisa que mudou na vida do ex-defesa da Juve. Desde que se converteu de novo ao cristianismo, viveu em castidade. Anos sem sexo? Sim, mas não são perdidos, assegura.

«Amando a Deus sinto que o desejo sexual diminui, posso resistir sem ele. Sei que Deus escolheu para mim a pessoa certa, estou somente esperando-a», assegura contente. «Por isso, a respeito desde este momento. Espero que ela faça o mesmo e se esteja portando bem...», assinala de modo divertido.

Viver a fé na Liga profissional
Legrottaglie reconhece que não lhe importa o que pensam os seus companheiros, se ri das suas brincadeiras porque também ele foi como eles. «Deus me dá serenidade para enfrentar da melhor maneira possível a minha vida», explica.

Entre os seus colegas de profissão alguns o respeitam, outros não resistem e quando ele aparece trocam olhares maliciosos. Isso sim, se um deles diz qualquer blasfémia no campo, o defesa lhe pede para evitá-lo.

A conversão em dois livros
Em 2009 e 2010 o ex-defesa da Juve publicou dois livros (Ho fatto una promessa e Cento volte tanto) nos quais contava a sua experiência de conversão e como a viveu no campo futebolístico. Em ambas as obras escreve alguns juízos negativos contra o mundo do futebol: «Dei-me conta, durante o meu crescimento espiritual, de que no futebol não há lugar para Deus e, sobretudo, que há pouca valentia para sair à luz e dizer o que se pensa. É muito cómodo ser igual aos demais para não ter problemas e para que não te tentem enganar».

Levar a palavra de Deus pelo mundo
A única pergunta que fica por fazer é evidente. Como imagina o futuro? «Dada a minha popularidade, tentarei levar a palavra de Deus por todo o mundo».

Há quem assegura que Legrottaglie se fará sacerdote, mas ele mesmo assegura que não se sente à altura. A primeira viagem que quer realizar será à Terra Santa, e depois queria ir a África ajudar a duas associações que ajudam no terreno da adopção. Ele adoptou já nove crianças à distância, mas gostaria de «fazer ainda mais por eles».


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