O Cardeal Sean OMalley explicou aos Cavaleiros de Colombo que temos que amar a todos, também aqueles que apoiam o aborto
Roma, 09 de Agosto de 2013
"Algumas pessoas pensam que o Santo Padre deveria falar mais
sobre o aborto", disse o cardeal Sean O'Malley na 131ª convenção dos
Cavaleiros de Colombo, em Santo Antonio, no Texas, dedicada ao tema
“Sejam Protectores dos dons de Deus”.
De acordo com o Arcebispo de Boston, o Papa Francisco fala de amor e
de misericórdia para dar a entender às pessoas o ensinamento da Igreja
em matéria de aborto.
"Somos contra o aborto - disse ele - não porque estamos presos a um velho modo de ver, mas porque amamos as pessoas".
"Temos que ser pessoas melhores, - explicou o cardeal - temos que amar a
todos, até aqueles que apoiam o aborto. Só se os amamos seremos capazes
de ajudá-los a descobrir a sacralidade da vida de uma criança não ainda
nascida. Só o amor e a misericórdia podem abrir os corações que foram
endurecidos pelo individualismo da nossa época”.
O cardeal disse que "No mundo de hoje é preciso promover o modo de
vida dos católicos", ainda que a nossa preocupação pelas crianças ainda
não nascidas ou a sacralidade do matrimónio faça com que pareçamos
bizarros e nadando contra a corrente da modernidade.
Este é o contexto no qual servem os testemunhos: os pais, os avós, os
professores, os parentes, os jovens, os vizinhos de casa, que estão
prontos para transmitir a fé.
"Papa Francisco - observou o cardeal - nos pede para amar e servir ao outro, especialmente os mais vulneráveis entre nós."
De fato uma das palavras que o Papa Francisco repete muitas vezes é “ternura”.
Na festa de São José, o Bispo de Roma pediu para mostrar preocupação
amorosa com todas as pessoas, especialmente pelas crianças, os anciãos,
os necessitados.
"Não devemos ter medo da bondade ou da ternura”, repetiu o arcebispo
de Boston, explicando que a ternura "não é a virtude dos fracos, mas um
sinal de força e de amor, uma capacidade de preocupação e compaixão para
uma verdadeira abertura para com os outros".
De acordo com o cardeal O'Malley, é isso que os católicos devem mostrar ao mundo.
Neste sentido, ele falou de um americano que foi para a África trabalhar com uma associação que distribuía comida.
O trabalhador americano relatou o desespero de tantas pessoas que
sofriam de fome, mas o que mais lhe marcou foi uma menina de nove anos.
No final da fila para receber a ajuda tinha sobrado só uma banana, a
menina a pegou, a descascou, deu metade ao seu irmão menor e a outra
metade para a irmãzinha. Em seguida, ela lambeu a casca de banana.
A partir daquele momento eu comecei a acreditar em Deus, confessou o trabalhador americano.
"Os nossos esforços para curar as feridas da sociedade dependem da
nossa capacidade de amar e de ser fieis à nossa missão", reiterou o
cardeal.
Papa Francisco - acrescentou - está nos mostrando claramente que a
nossa luta não é apenas uma batalha política ou um problema jurídico,
mas é preciso evangelizar e humanizar a cultura, então o mundo será
seguro para os nascituros, para os anciãos e para aqueles que são
marcados como improdutivos. O Evangelho da vida é um Evangelho da
Misericórdia”.
"Se queremos que o mundo de hoje nos escute – esclareceu – temos que
dar prova da autenticidade da nossa vida e da nossa dedicação à
construção de uma civilização do amor”.
"Somos chamados a viver a nossa vida - disse o cardeal O'Malley -
como um serviço aos outros e devemos comprometer nossa vida para
testemunhar a presença do amor e da misericórdia.
in
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