Actualizado 8 de Agosto de 2013
ReL
Tessa Dunlop, repórter escrevendo para a BBC da Internet, assegura que na Roménia se constroem 10 templos novos cada mês. A Roménia é um país de tradição ortodoxa, mas esteve debaixo da tirania comunista e anti-religiosa até 1989.
Os ortodoxos têm o costume de erigir muitas capelitas rurais ou igrejas pequenas onde apenas cabem 10 ou 20 pessoas, mas ainda assim levantar 10 templos ao mês é, sem dúvida, um "boom" da construção eclesial.
Modernas ou antigas... Muitas!
"Uma viagem desde a cidade de Suceava até à região de Maramures, ambas no norte do país, oferece um tapete de esquisitos motivos religiosos. Em todas as partes há igrejas - grandes, pequenas, medievais, modernas, com tectos de chapa, de madeira, pintadas - cada uma com o seu próprio encanto. O particularmente chamativo, à medida que se avança pelas recheadas ruas que as unem, é o seu grande número", escreve a repórter.
Uma catedral para tempos novos
"A grande maioria da população, quase 90%, é ortodoxa; e desde a queda de Ceausescu a Igreja capitalizou a sua prominente posição dentro do país, construindo templos a um ritmo de um cada três dias, incluindo a enorme catedral que está sendo erigida no centro da capital, Bucareste".
"Quando estiver terminada, espera-se que a Catedral para a Salvação do Povo seja o mais alto edifício religioso do sudeste da Europa, e supere o seu vizinho Palácio do Povo, construído por Ceausescu."
Gasto justo num país pobre?
A repórter recolhe também vozes críticas com o gasto que supõem tantas edificações religiosas, e recorda que em 2009 o Fundo Monetário Internacional resgatou a pobríssima Roménia.
"Este país entrega fundos públicos à Igreja por mais de 100 milhões de euros para salários de sacerdotes e muitos milhões mais para a construção e manutenção de edifícios religiosos. A Igreja também recebe fundos de governos locais, alcaides, companhias estatais e os próprios paroquianos. Não pode encontrar ninguém que pudesse confirmar exactamente quanto recebe a Igreja Ortodoxa por ano no total", escreve a jornalista.
A herança comunista
Mas a maior parte dos romenos consideram lógico e apenas uma compensação depois da cruel perseguição dos governos comunistas aos crentes ortodoxos. Debaixo do regime de Ceausescu dezenas de antigas igrejas foram destruídas.
"Simplesmente muita gente foi forçada a abandonar a religião durante os tempos do comunismo, assim que de certa forma o regressar era algo natural", disse Liviu Andreescu, estudioso das relações entre a Igreja e o Estado, que acrescenta que muitos hierarcas ortodoxos e políticos comunistas se acostumaram a cooperar intercambiando favores e que essa inércia se manteve hoje.
O ministro dos Assuntos Religiosos da Roménia, Victor Opaschi, concede que existe uma forte relação entre a Igreja e políticos durante as campanhas eleitorais, algo que "não é bom". Mas diz também que há problemas históricos excepcionais. "Os comunistas expropriaram a Igreja e esta perdeu quase todas as suas propriedades... Agora o Estado está tentando compensá-la, devolvendo uma pequena parte de tudo o que tomou".
Os bispos enviam papas mendicantes
A repórter explica além disso que é comum que os papas romenos visitem as casas dos paroquianos para pedir doações, frequentemente enviados pelos seus bispos. E conta um caso de pressão cobradora que "explodiu".
"Quando o cura ortodoxo Casian Pandelica se negou a cumprir com o pedido de um bispo de cobrar 50.000 euros dos seus 800 paroquianos no povoado de Reviga para a remodelação de uma igreja, estalou um enfrentamento que terminou numa violenta batida policial que ele crê foi instigada pela hierarquia eclesiástica. Pandelica foi expulso da Igreja Ortodoxa, mas tem o apoio da comunidade local". Agora celebra os sacramentos numa capela improvisada.
ReL
Depois da ditadura anticristã de Ceausescu, a Roménia recuperou as suas igrejas |
Os ortodoxos têm o costume de erigir muitas capelitas rurais ou igrejas pequenas onde apenas cabem 10 ou 20 pessoas, mas ainda assim levantar 10 templos ao mês é, sem dúvida, um "boom" da construção eclesial.
Modernas ou antigas... Muitas!
"Uma viagem desde a cidade de Suceava até à região de Maramures, ambas no norte do país, oferece um tapete de esquisitos motivos religiosos. Em todas as partes há igrejas - grandes, pequenas, medievais, modernas, com tectos de chapa, de madeira, pintadas - cada uma com o seu próprio encanto. O particularmente chamativo, à medida que se avança pelas recheadas ruas que as unem, é o seu grande número", escreve a repórter.
Uma catedral para tempos novos
"A grande maioria da população, quase 90%, é ortodoxa; e desde a queda de Ceausescu a Igreja capitalizou a sua prominente posição dentro do país, construindo templos a um ritmo de um cada três dias, incluindo a enorme catedral que está sendo erigida no centro da capital, Bucareste".
"Quando estiver terminada, espera-se que a Catedral para a Salvação do Povo seja o mais alto edifício religioso do sudeste da Europa, e supere o seu vizinho Palácio do Povo, construído por Ceausescu."
Gasto justo num país pobre?
A repórter recolhe também vozes críticas com o gasto que supõem tantas edificações religiosas, e recorda que em 2009 o Fundo Monetário Internacional resgatou a pobríssima Roménia.
"Este país entrega fundos públicos à Igreja por mais de 100 milhões de euros para salários de sacerdotes e muitos milhões mais para a construção e manutenção de edifícios religiosos. A Igreja também recebe fundos de governos locais, alcaides, companhias estatais e os próprios paroquianos. Não pode encontrar ninguém que pudesse confirmar exactamente quanto recebe a Igreja Ortodoxa por ano no total", escreve a jornalista.
A herança comunista
Mas a maior parte dos romenos consideram lógico e apenas uma compensação depois da cruel perseguição dos governos comunistas aos crentes ortodoxos. Debaixo do regime de Ceausescu dezenas de antigas igrejas foram destruídas.
"Simplesmente muita gente foi forçada a abandonar a religião durante os tempos do comunismo, assim que de certa forma o regressar era algo natural", disse Liviu Andreescu, estudioso das relações entre a Igreja e o Estado, que acrescenta que muitos hierarcas ortodoxos e políticos comunistas se acostumaram a cooperar intercambiando favores e que essa inércia se manteve hoje.
O ministro dos Assuntos Religiosos da Roménia, Victor Opaschi, concede que existe uma forte relação entre a Igreja e políticos durante as campanhas eleitorais, algo que "não é bom". Mas diz também que há problemas históricos excepcionais. "Os comunistas expropriaram a Igreja e esta perdeu quase todas as suas propriedades... Agora o Estado está tentando compensá-la, devolvendo uma pequena parte de tudo o que tomou".
Os bispos enviam papas mendicantes
A repórter explica além disso que é comum que os papas romenos visitem as casas dos paroquianos para pedir doações, frequentemente enviados pelos seus bispos. E conta um caso de pressão cobradora que "explodiu".
"Quando o cura ortodoxo Casian Pandelica se negou a cumprir com o pedido de um bispo de cobrar 50.000 euros dos seus 800 paroquianos no povoado de Reviga para a remodelação de uma igreja, estalou um enfrentamento que terminou numa violenta batida policial que ele crê foi instigada pela hierarquia eclesiástica. Pandelica foi expulso da Igreja Ortodoxa, mas tem o apoio da comunidade local". Agora celebra os sacramentos numa capela improvisada.
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