“Senhor: que eu tenha peso e medida em tudo... menos no amor.” (Ponto 427 do Caminho de Josemaria Escrivá)
“Há maior loucura do que lançar aos punhados o trigo dourado na terra, para que apodreça? – Sem essa generosa loucura não haveria colheita. Filhos: como andamos de generosidade?” (Ponto 834 do Caminho de Josemaria Escrivá)
Há uns meses comprei um treliche, que é um beliche triplo, para o quarto dos meninos na minha casa. Nasceu-nos um terceiro menino, um quinto filho, no passado mês de fevereiro. Quando me casei, há sete anos atrás, nunca imaginei que viéssemos a precisar de um treliche. Muito menos há 13 anos atrás, quando conheci o meu marido. Foi um daqueles planos de Deus, maiores e melhores do que qualquer um que pudesse imaginar para mim.
No entanto, partiu de um desejo já presente dentro de mim. Encontrei no outro dia uma história que escrevi na minha infância sobre um casal que teve sete filhos, vivia numa quinta de tofu (sim, tofu! Imaginação de criança) e foram muito felizes. Retratava a história dos sete filhos também. Brincava com bonecas e imaginava ardentemente ter um bebé. Brincava com crianças mais novas da vizinhança e tinha jeito para babysitting.
No secundário esse desejo foi esquecido entre sonhos de viajar, formação profissional, sonhos pessoais. Na universidade ainda mais esquecido e relegado foi. Quando fiquei noiva, fui a uma entrevista de emprego numa escola onde depois trabalhei durante dois anos. Pensei, vou ser professora nesta escola, ter duas filhas como teve a minha mãe, e elas virão para esta escola como nós fomos para a escola da minha mãe. Nunca tinha conhecido de perto uma família numerosa, uma mãe que ficasse em casa por opção com os filhos, e isso não estava no meu radar. Pensei que seguiria os passos da minha mãe.
Lembro-me de sentir um conflito ainda antes de casar, neste novo emprego, se iríamos esperar para ter filhos ou não. Casámos e ficámos logo à espera de bebé. Ainda grávida, tudo mudou para mim. Depois da minha filha nascer, soube que nada voltaria a ser igual.
Esta era uma missão à qual eu me queria dedicar inteiramente. Eu queria ser a melhor mãe do mundo para esta criança. E eu queria ter mais filhos. Esta missão era maior e mais nobre do que qualquer trabalho, por mais importante que fosse. O trabalho existia em segundo lugar, para sustentar a família.
Esta verdade não é consensual e, aliás, é fortemente atacada, na cultura de hoje. Tudo vem à frente da maternidade e paternidade, e é quase vergonhoso uma mulher jovem dizer que se quer casar e ter filhos. Ou dizer que ter filhos é mais importante do que um trabalho profissional.
Eu encontrei a Verdade que foi ao encontro dos anseios do meu coração desde pequena nos ensinamentos da Igreja que existem há dois mil anos. Desde a Bíblia até todos os documentos papais, constituir família e ter filhos é a maior missão que existe, e todos os filhos, uma família numerosa, é sempre uma bênção. E encontrei-a de forma particular em São Josemaria, que é um santo moderno que continua a reafirmar esta mensagem nos tempos de hoje. As pessoas que vivem esta missão de santidade no meio do mundo de hoje também testemunham esta alegria dos filhos. Não há missão maior do que ser pai e mãe e de responder ao amor com generosidade.
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