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domingo, 31 de outubro de 2021

Admirável (ou Lamentável) mundo novo?

Admirável Mundo Novo é um romance escrito por Aldous Huxley e publicado em 1932. A história é passada em Londres, numa sociedade moderna, no ano 2540 (632 DF - "Depois de Ford", a entidade mítica que fundara as bases dessa nova era de tecnologia reprodutiva, profundamente hedonista, com manipulação psicológica e condicionamento clássico, que se combinam para mudar profundamente a sociedade.

Nesta distopia*, as crianças eram geradas em laboratório, já condicionadas às funções que exerceriam e criadas em Centros de Condicionamento do Estado.  As pessoas eram divididas em castas, de acordo com as letras do alfabeto grego: alfas, betas, deltas, gamas, ípsilons, zetas. O nascimento determinava a função e posição que ocupariam na sociedade, sem qualquer possibilidades de mudança ou questionamento.

Nos Centros de Condicionamento, as crianças aprendiam lições através de repetições constantes. O objetivo era ensiná-las a repetir frases feitas sem pensar. Os livros eram na sua maioria proibidos, os relacionamentos românticos eram proibidos e as pessoas incentivadas desde jovens à promiscuidade.

Nesta sociedade imaginária uma droga chamada “Soma” era consumida por todos em grandes quantidades, condição essencial para a desumanização e manipulação da vontade. Era importante criar uma felicidade artificial, controlada tecnologicamente, enquanto era fomentado o recurso a drogas, as quais também eram usadas como correctivo de comportamentos desviantes.

Aldous Huxley no livro Admirável Mundo Novo, foi um dos representantes das novas experiências psíquicas e psicadélicas fomentadas nos anos cinquenta e sessenta, especialmente nos movimentos New Age.

Na busca da procura de estados místicos, alegadamente superiores e de experiências psicadélicas de expansão da consciência, da visão unificadora do mundo, dum além, duma outra face do real e da exploração de outras zonas do eu, impulsionou-se também o recurso ao LSD 25, e num curto espaço de tempo a droga atingiu 350 000 jovens americanos, expandindo-se pela Europa e, posteriormente, por outros locais do mundo.

No momento histórico em que o cristianismo na Europa e nos EUA estava a ser alvo de descrédito e começava a ser considerado retrógrado, o avanço da ciência e da tecnologia aliados a estas novas ideias do New Age conquistaram muitos adeptos e foram impregnando toda a sociedade através do cinema, da música, da arte, da literatura e da moda. Os seus grandes difusores foram os meios de comunicação, a publicidade e consequente estratégia comercial que sabiamente se aproveitou destas novidades.

Aldous Huxley escreveu, mais tarde, em 1958, o Regresso ao Admirável Mundo Novo, um ensaio onde demonstrava que muitas das suas "profecias" estavam a ser realizadas graças (?) ao "progresso" científico.

Uma obra profética sobre a manipulação da vontade e a desumanização do homem, numa sociedade totalitária, dominada pela tecnologia e pelo materialismo sob a falsa aparência de democracia, felicidade e liberdade.

Constatando a nossa realidade será de questionar: admirável ou lamentável mundo novo? Ao leitor eu deixo a questão para reflectir.

*Ideia ou descrição de um país, de uma sociedade ou de uma realidade imaginários, em que tudo está organizado de forma opressiva, assustadora ou totalitária, por oposição à utopia.


Maria Susana Mexia




De ateo, a budista, a neopagano wicano... hasta que soñó con Jesús: se bautiza Paul Kingsnorth





Folha Paroquial de S. José/S. João Baptista de 31 de outubro de 2021




Um adeus sentido

Bom dia e um santo domingo para si, que nos acompanha,

Este sábado foi um dia de muito trabalho e começou marcado pelo adeus a D. Basílio do Nascimento, bispo de Baucau, em Timor-Leste, uma figura de referência para a história da Igreja Católica e para a sociedade no jovem país lusófono. A sua memória, particularmente ligada à Arquidiocese de Évora, onde se formou como padre – e ajudou a formar muitos outros -, foi evocada por responsáveis religiosos e políticos.

Em Lisboa, o V Fórum da Federação Europeia ‘One Of Us’ (Um de nós) ficou marcado pelos apelos em defesa da vida e alertas para a perda da herança/identidade cristã do continente, cada vez mais carente de valores fundamentais que o conduzam nesta mudança de época.

De Fátima chegou a festa de muitas cores do II Congresso Nacional do Movimento dos Cursilhos de Cristandade, tão presente na vida de milhares de pessoas em Portugal. Testemunhos e desafios que partem de 60 anos de história no país para renovar uma missão sempre atual.

A Igreja Católica em Portugal começa hoje a celebrar a Semana dos Seminários, iniciativa anual que decorre num momento de renovação e maior exigência na formação sacerdotal, segundo o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios (CEVM). “Formar padres para esta Igreja, para este tempo, para esta cultura, envolve hoje mais exigências”, disse D. António Augusto Azevedo à Agência ECCLESIA.

A nossa programação chega a si logo às 06h00 da manhã, na Antena 1 da rádio pública, projetando a próxima comemoração dos Fiéis Defuntos, num tempo em que tantos lutos ficaram por fazer; o tema regressa, com outra abordagem, pelas 17h30, no programa 70x7 (RTP2); e pelas 09h00, a entrevista conjunta Ecclesia/Renascença aborda a situação de tantas pessoas que morrem sozinhas, em Lisboa, entrevistando o provedor da Irmandade de São Roque.

 

Despeço-me com votos de boas notícias, sempre,

Octávio Carmo

 


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sábado, 30 de outubro de 2021

O Meu Livro

Sim, seria mais correto escrever “o nosso livro” no título do artigo, já que cada livro é, em princípio, um presente do escritor aos seus leitores. A sua posse começa quando o nosso olhar é atraído pela capa, o título, o nome do autor, ou o tema e pegamos nele, e o folheamos, e lemos o índice ou alguns trechos. A partir daí, já é um pouco mais “nosso”. Podemos adquiri-lo, para o oferecer ou para ser “meu”.

         Uma vez comprado, o livro está já na minha casa, mas ainda não é completamente “meu”. Os estudantes mais jovens, por exemplo, possuem livros de estudo que os podem interessar ou deixar indiferentes. Apesar disso, devemos muito aos bons livros de estudo. Graças a eles, e aos professores, aprendemos os primeiros rudimentos da “nossa” cultura. Se nos serviram para aumentar os nossos conhecimentos, isso significa que a razão captou na memória e inteligência as ideias escritas nesses manuais. Assim, eles tornaram-se mais “nossos”. Esses conhecimentos irão acompanhar-nos ao longo da vida, permitindo que a inteligência se desenvolva e se torne capaz de entender novas ciências, idiomas, ideias... Em algum momento, ficamos aptos a escolher as nossas leituras (romances, astronomia, aventuras, filosofia...)

Alguns autores dizem “o meu livro”, querendo significar com isso que são os seus autores. Têm razão. Os escritores costumam estudar, investigar, pensar, trocar impressões com amigos antes de pôr por escrito as suas ideias. Mas, ao publicá-las, estão a oferecê-las, dando-as a conhecer, aos leitores que, por sua vez, as assimilarão (ou rejeitarão), intelectualmente, como acontece com os alimentos que tomamos. Há que ter o mesmo cuidado na escolha dos livros como na escolha dos alimentos. Há que usá-los nas devidas quantidades e capacidades; também com alguma diversidade. Há bons livros de humor inteligente e formativo[1]. Também a boa poesia ajuda a pensar e a sentir, graças à inspiração do poeta. A métrica e a rima levam a memorizar poesias que aprendemos na juventude que ainda podemos recitar... Não esqueçamos igualmente a ciência da sabedoria popular própria dos provérbios, e alcançar o seu significado. Eis um exemplo: “Água mole em pedra dura/ Tanto dá até que fura”.

Recordemos, por fim, os livros de Filosofia. São talvez aqueles que mais incentivam ao diálogo. Lendo-os, somos levados a concordar ou discordar, a imaginar exemplos a favor ou contra, a reler para melhor compreender as ideias do escritor, a sublinhar, fazer traços verticais nas margens para marcar as linhas ou parágrafos que nos interessam. Há quem tome nota, nas folhas em branco do final dos livros, de frases ou tópicos que desejam rever.

Enfim, os adultos acabam sempre por falar do “meu livro”, aquele que mais os inspira para a vida, o que mais sabedoria lhes transmitiu, aquele que levariam consigo para uma ilha deserta, o que os faria sentir livres e seguros em qualquer circunstância.

Um dos mais mencionados de tais livros como sendo “o meu livro” é a Bíblia. Qual é o seu?

Isabel Vasco Costa


[1] Em Portugal, é popular a personagem “Mafaldinha” de Quino. Em castelhano, é conhecida a “História de la Gente”, de Mingote.



Henry veía poco a sus hijos, pero le preocupaba su educación y así empezó a acercarse a la Iglesia





De olhos em Glasgow

Os olhares viram-se para Glasgow, com o aproximar da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) vai reunir mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos, entre 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

Não estando prevista a sua presença no encontro, (uma delegação liderada pelo cardeal Pietro Parolin vai estar em Glasgow), o Papa lançou um apelo a respostas urgentes para a crise climática, falando numa “ameaça sem precedentes” para o futuro da humanidade.

 “Os decisores políticos que vão tomar parte na COP26 de Glasgow são chamados, com urgência, a oferecer respostas eficazes para a crise ecológica que vivemos e, desta forma, dar esperança concreta às gerações futuras”, disse Francisco, na rubrica ‘Thougt for the Day’ (pensamento para o dia) da emissora britânica.

A intervenção destacou que é possível superar os desafios das alterações climáticas, dado que “a humanidade nunca teve tantos meios para atingir esse objetivo como hoje”.

“Todos nós – é bom repeti-lo, quem quer que sejamos e onde quer que estejamos – podemos ter um papel para modificar a nossa resposta coletiva à ameaça sem precedentes das mudanças climáticas e da degradação da nossa casa comum”, declarou.

Em Portugal são vários os organismos que estão a acompanhar este encontro: A ‘Oikos – Cooperação e Desenvolvimento’ vai representar a Plataforma Portuguesa das ONGD na COP26, para pedir resultados “concretos, práticos e eficazes”.

"Apesar de em Paris, 192 países terem assumido compromissos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, uma análise mais recente das NDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas) revela que não estamos no bom caminho. Em 2030, estaremos com emissões 16,2% superiores aos valores de 2010. Estamos a afastar-nos da meta do aumento da temperatura global de 1,5ºC em 2100, aliás estamos a caminho de um catastrófico aumento de 2,7º”.

“Uma COP26 produtiva significará um realinhamento global com as necessidades da humanidade e do planeta… Uma COP26 não produtiva e é melhor começarmos a fazer como os bilionários e a olhar com outros olhos para outros planetas”, alertou ainda a organização, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC) fez um apelo para que as celebrações religiosas no dia 31 de outubro possam ter uma intenção que acompanhe a Cimeira do Clima, ou um “toque de sinos” manifestando, desta forma, a “importância e oportunidade da COP26”, enquanto lugar que vai reunir “mais de 30 000 representantes e líderes mundiais, incluindo religiosos”, numa discussão sobre as alterações climáticas e reconhecendo que “a oração opera e certamente suscitará através da força criadora do Espírito Santo, novas ações para a salvaguarda da Criação, a nossa Irmã e Mãe Terra, Casa Comum”.

A Associação ‘Casa Velha – Ecologia e Espiritualidade’, em Ourém, vai rezar o Terço pela COP26 com o Santuário de Fátima, nos dias 10 e 26 de novembro, às 18h30, na Capelinha das Aparições, entre outras iniciativas, anunciou.

Nos dias 5 e 6 de novembro vai ser realizada uma vigília global de 24 horas pelo clima e a ‘Casa Comum’ adianta que em Portugal também se vão associar à iniciativa que tem epicentro na cidade escocesa: Está previsto realizar-se no CUPAV, o centro universitário dos Jesuítas em Lisboa, e estão a definir se vai ser uma oração ou uma vigília pela noite.

O dia de ações mundiais por justiça climática, pela COP26, está marcado para o primeiro sábado do próximo mês, 6 de novembro: Em Lisboa vai realizar-se uma caminhada, que começa na Praça Martim Moniz, a partir das 15h00.

A caminho de Glasgow, o presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, fez escala em Roma para a reunião do G20 (grupo formado pelos países mais ricos e pela União Europeia) encontrou-se com o Papa Francisco, durante cerca de 75 minutos, com o objetivo de debater resposta a crises globais como a pandemia ou as alterações climáticas.

A sala de imprensa da Santa Sé refere, em comunicado oficial, que as “cordiais” conversas desta tarde se centraram “no compromisso comum com a proteção e cuidado do planeta, a situação sanitária e a luta contra a pandemia de Covid-19, bem como a questão dos refugiados e a assistência aos migrantes”, tendo os responsáveis feito referência à proteção dos direitos humanos, “incluindo o direito à liberdade de religião e de consciência”.

“As conversações permitiram uma troca de pontos de vista sobre algumas questões da atualidade internacional, também no contexto da próxima cimeira do G20 em Roma, e a promoção da paz mundial por meio de negociações políticas”, acrescenta a nota.

Ainda do Vaticano chegou a notícia de que a fase diocesana do processo sinodal iniciado este mês vai ser prolongada até 15 de agosto de 2022, permitindo mais quatro meses de auscultação e mobilização das comunidades locais.

A decisão, comunicada pela Secretaria-Geral do Sínodo dos Bispos, alarga o prazo para a apresentação das sínteses das consultas das Conferências Episcopais, das Igrejas Orientais Católicas e de outros organismos eclesiais.

Por cá, os símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude já se encontram em Portugal para uma viagem de dois anos que vai culminar em agosto de 2023.

A peregrinação dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) pelas dioceses de Espanha terminou ontem, e a passagem da Cruz e do ícone de Maria para a Diocese do Algarve aconteceu no rio Guadiana.

“A presença dos símbolos nas dioceses espanholas criou entre os jovens um ambiente de expectativa, ilusão e esperança, necessárias depois de tudo o que vivemos nesta pandemia”, disse o diretor da Subcomissão de Jovens e Crianças, da Conferência Episcopal Espanhola, o padre Raúl Tinajero, em declarações divulgadas pela Diocese Huelva.

Mas há mais para ver, ler e ouvir em agencia.ecclesia.pt

Encontramo-nos lá?

Tenha um excelente fim-de-semana! Apesar de ser com chuva, há muitas outras coisas para descobrir e fazer!

Lígia Silveira

 


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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Amor para o séc. XXI

O desejo de liberdade faz parte da natureza humana e a necessidade de amor também. O homem é menos feliz se a sua liberdade for coartada. Porém, o “amor livre”, conforme tem sido propagado, é uma falácia que não dá felicidade. É o que se constata nos seus frutos, nos resultados a que levou o “amor livre”. O amor deixou de ser amado, está a ser perseguido pelo egoísmo e necessita ser libertado das suas cadeias.

O amor está a ter cada vez mais dificuldades de se manifestar como amor, rebaixando-se ao nível de instinto irresponsável. O divórcio, o aborto, a eutanásia... diminuem a liberdade do amor. E quais são então as necessidades do homem para ser livre, para ser feliz?

Para ser livre, o homem deve conhecer a verdade (“a verdade vos tornará livres”, Jo 8, 32) porque é um animal racional. A sua felicidade, para ser completa, deve abranger o corpo, a mente e o sentimento, isto é, deve satisfazer as suas necessidades materiais, intelectuais e afetivas. Portanto, também no que respeita ao amor.

Um animal contenta-se satisfazendo os seus instintos, mas o homem não.

No que respeita ao amor humano, que é o nosso tema, convém começar por perguntar: o que é o amor? A resposta é difícil em relação ao homem porque cada pessoa tem o seu modo próprio de amar e de ser amado. Uma coisa é certa, o homem é mais feliz se tiver oportunidade de amar e de ser amado. O amor é a forma de comunicação mais profunda, gratificante e complexa, pois abrange todas as potências do ser humano. Mas, mas... não há verdadeiro amor sem sofrimento. Quem não está disposto a sofrer, não está preparado para amar. O amor é uma dádiva e um pedido. Ambos se podem revelar nesta frase: “Quero dar-te o meu amor. Queres dar-me o teu amor?” Sim, no homem, na mulher, amar é, deve ser, um ato livre e, como tal, responsável. Devo ser capaz de renunciar, com o meu querer decidido, a prazeres passageiros que podem transformar o amor em indiferença, e até em ódio.

Coloquemos umas quantas perguntas e procuremos dar-lhes resposta:

De que necessita o homem para viver um amor livre?

Aprender e preparar-se para amar (dignidade, busca, paciência, aceitação, perdão...)

A quem pode o homem oferecer o seu amor?

Contou-me um senhor amigo que, ao sentir-se atraído pela sua futura mulher, costumava segui-la. “Se ela olhasse para trás, não era mulher para mim.” Esta frase revela grande respeito pela dignidade própria e da pessoa amada. Deve ser alguém de igual ou superior dignidade de modo que o respeito mútuo dê garantias de fidelidade aos compromissos contraídos.

O amor tem retorno?

O amor tem sempre retorno, e o ódio também. O retorno próprio do amor é também amor. O retorno do ódio é o ódio. Porém, o homem é livre para cortar estes retornos naturais. S. Josemaria Escrivá ensinava: “Afogar o mal em abundância de bem”. A vingança e o assassinato surgem geralmente em ambientes nefastos: entre gangues rivais e também dentro do próprio gangue. Onde o amor encontra o seu habitat natural é no seio das famílias alargadas, em ambientes hospitaleiros para com recém-nascidos ou anciãos, jovens ou enfermos.

Quais são as portas das prisões do amor?

Há países que tornam o amor prisioneiro de leis enganadoras, mas há um portão que abrange todas essas portas. Esse portão chama-se irresponsabilidade; as portas são muitas e têm como base a mentira, o engano, a ignorância, o egoísmo...

Como abrir essas portas para poder libertar o amor?

Surge-nos, por exemplo, a ideia de uma habitação digna. Isso implica emprego justamente remunerado, de acordo com a competência e responsabilidade profissional de cada um. Porém, se o amor nasce nas famílias, é nas famílias que encontramos as chaves que podem abrir todas as portas ao amor. Os governos fomentam perseguições religiosas? Compete aos pais ensinarem os filhos a amar a Deus sobre todas as coisas e a rezar. Os governos fomentam o divórcio? É nas famílias que descobrimos exemplos de fidelidade e caridade heroicas: As leis permitem o aborto, esse ato que mais penaliza e retira liberdade ao amor? O fim primeiro do amor é dar frutos: o primeiro fruto do amor é a vida, se bem que o mais importante seja a santidade, o amor a Deus e ao próximo. Se eliminamos uma vida, eliminamos o amor que essa vida tinha para oferecer. O mesmo se aplica à eutanásia. Se faltam ajudas legais para amar, mas não faltam para odiar, ainda encontraremos essas ajudas nas famílias e em pessoas de bem. E talvez, com persistência, possamos abrir as portas dessas leis através de votos que defendam a vida, o amor, a paz.

Procuremos que o amor ocupe o lugar do ódio nos nossos lares, escolas, maternidades, hospitais... países. Devolvamos, no séc. XXI, a liberdade ao amor.

Isabel Vasco Costa


El fiscal de Ali Agca sigue creyendo que actuó solo, pero alguien supo marcar «el objetivo a abatir»





A educação na resposta aos desafios

Bom dia e paz e bem!!

“Agora, mais do que nunca, precisamos de superar as divisões, reduzir o sofrimento humano, restaurar a confiança e inspirar esperança. A educação de qualidade está no centro da resposta a estes desafios” - António Guterres

O secretário-geral da ONU destacou o “papel central das universidades” na transformação da sociedade e na resposta a crises como a pandemia, as alterações climáticas, a violência ou a desinformação.

A Universidade Católica Portuguesa organiza o II Simpósio UNISERVITATE “Aprendizagem-Serviço, Educação Integral e Espiritualidade Transformadora”, em parceria com a CLAYSS (Centro Latino Americano de Aprendizagem Serviço Solidário).

Apontando para a “solidariedade e a fraternidade”, o Papa Francisco deixou votos de que as instituições educativas da Igreja Católica “fortaleçam a sua identidade e missão”, com “projetos de saída, que não fiquem meramente pela parte académica, mas formem a cabeça, o coração e as mãos”.

É já no domingo, dia 31 de outubro, que começa a COP26 - Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas - na cidade escocesa de Glasgow, até 12 de novembro.

A Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) defendeu que os Estados-membros devem assumir a liderança global no combate às alterações climáticas.

“A Terra grita – e esses gritos tomaram a forma de altas temperaturas, com recordes a ser quebrados em muitas regiões; de inundações mortais e incêndios florestais que devastam comunidades em toda a Europa e no mundo; de perda material agravada por traumas sociais e psicológicos” - presidente da COMECE, cardeal Jean-Claude Hollerich (arcebispo do Luxemburgo).

Notícias e informações nacionais, internacionais e do Vaticano, vídeo e áudio, tudo em www.agencia.ecclesia.pt.

O Programa Ecclesia que também vai ajudar a preparar as celebrações de domingo começa pelas 15h00, na RTP 2, as ‘Conversas na Ecclesia’ dedicadas à missão terminam hoje, às 17h00 online, e na Antena 1 da rádio pública, pelas 22h45.

Votos de uma boa sexta-feira e um bom fim de semana.

Cumprimentos,
Carlos Borges

 


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quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Transfusões para a alma

“Comunhão dos Santos. – Como to hei-de dizer? – Sabes o que são as transfusões de sangue para o corpo? Pois assim vem a ser a Comunhão de Santos para a alma.” N. 544 do Caminho de São Josemaria Escrivá

Algures no ano de 2010, apesar de eu ter só 22 anos, sentia-me numa crise profissional e de vida. Estava a levar duas horas da minha casa para chegar a um emprego a tempo inteiro e não tinha vida para além do trabalho. Um dia, vi uma bloguer americana na televisão que tinha tido um acidente de aviação ao qual sobreviveu por pouco. Fez-me refletir na minha vida, e em que tipo de comunidade e apoios de família e amigos eu teria se passasse pelo mesmo. Os colegas de trabalho podem ser fantásticos, mas geralmente enviam flores para o hospital, não ficam com os teus filhos em casa, nem ficam em tua casa a cuidar de ti durante meses e meses depois de um acidente que te deixou imobilizada.

E também são essas relações de comunidade que te dão alento e motivação nas pequenas crises do dia-a-dia. Não somos máquinas ou peças duma fábrica, só feitos para trabalhar. São as relações de amizade, de família e de fé que nos sustêm.

Depois de encontrar o blogue desta senhora, iniciei uma procura de comunidade, pertença e de sentido de vida que culminou com o nascimento da minha primeira filha. Já era católica praticante, mas fazia-me falta uma família dentro desta família mais universal que é a Igreja. Precisava de um apoio mais próximo, pessoas que reparassem se eu não estava bem ou se precisava de ajuda mais específica. Precisava de pessoas que tivessem alguns dos meus ideais e com quem pudesse lutar lado a lado por uma causa comum. Já tinha feito muitos projetos sozinha, quase todos falhados. Esta bloguer tinha tudo isso.

Quando nasceu a nossa primeira filha, sentimo-nos ainda mais sozinhos. “É preciso uma aldeia para criar uma criança” e a nossa sociedade não está organizada como as aldeias, pelo contrário, está cada vez mais individualista. Ao mesmo tempo que nos surgiam estas inquietações, surgiu também a resposta. Tivemos as ajudas mais frequentes de direção espiritual e de sacramentos. Fizemos cursos para casais em que conhecemos outros casais na mesma fase e com as mesmas inquietações. Fizemos formações espirituais mais específicas em que conhecemos pessoas superinteressantes com quem fizemos amizade.

Convidaram-nos para participar em projetos sociais e espirituais em que já não senti que trabalhava sozinha, mas lado a lado com outros tão ou mais (geralmente muito mais) competentes do que eu. “Se um só é oprimido, dois já conseguem resistir a isso; o cordel dobrado em três não se parte facilmente” (Eclesiastes 4,12). Todas estas realidades nos vieram através do Opus Dei, fundado por São Josemaria Escrivá, que tem por missão a santificação no meio no mundo.

Já sabia o que significava comunhão dos santos no sentido vertical: o que é ter a ajuda de santos no Céu e sentir a intercessão deles. Mas finalmente sinto que sei o que é comunhão dos santos no sentido horizontal. E, na verdade, são estas relações de comunhão, de amizade e de interajuda que são uma “transfusão para alma”.

Julie Machado
Mãe a tempo inteiro
e professora















Rockero, cervecero y soldado de los SEAL, descubrió su vocación sacerdotal... ¡estudiando marketing!





Dois anos pelos caminhos de Portugal

Olá!

Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude peregrinaram por Angola, Polónia e Espanha, e vão chegar a Portugal, esta sexta-feira. Por isso estive à conversa com o padre Filipe Diniz, diretor do Departamento Nacional de Pastoral Juvenil (DNPJ), que apontou a necessidade de “encorajar e evangelizar os jovens” e destacou a oportunidade para “tocar o coração”.

“Esta vivência dos símbolos quer encorajar e evangelizar os jovens nas dioceses portuguesas, que estão a organizar e a definir o itinerário para tocar o coração dos jovens. Vou também sentindo, quando passo pelos espaços, não só dentro das igrejas, mas nas escolas e em várias realidades onde muitas vezes não está a simbologia religiosa mas onde tentamos envolver as comunidades locais para viver este acontecimento”, assinala o sacerdote.

A Cruz e o Ícone Mariano vão chegar ao Algarve, numa organização com a Diocese de Huelva que pretende fazer passar os símbolos no rio, “num belo cenário do Guadiana", como explica o sacerdote no programa ECCLESIA desta quinta-feira, na RTP 2. 

“Os dois símbolos confiados pelo Papa São João Paulo II aos jovens de todo o mundo vão estar um mês em cada diocese, a começar pelo Algarve e a terminar em Lisboa, para cumprir o objetivo do Papa São João Paulo II quando confiou a Cruz aos jovens: ‘carreguem-na pelo mundo fora como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade’”.

Os Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG) e os seus animadores (ANIMAG), em colaboração com as Obras Missionárias Pontifícias (OMP), terminam hoje o ciclo de cinco conferências, intitulado ‘À escuta do Diálogo’, por videoconferência, às 21h00, em setembro e outubro; hoje com o tema: "À escuta do diálogo: Refazer-se", com o padre Adelino Ascenso.

Já sabe... o site da ECCLESIA é o local certo para encontrar mais informações atualizadas sobre a vida da Igreja, ao nível nacional e internacional. Pelas 15h00 pode acompanhar-nos na RTP 2 e pelas 22h45, na Antena 1 da rádio pública trago-lhe um novo testemunho missionário.

Desejo-lhe uma boa terça-feira e que tenha uma vida feliz!

Sónia Neves

 


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