O
Papa presidiu à Missa da Quarta-feira de Cinzas, no início da Quaresma,
afirmando que este tempo deve ser de “regresso a Deus”, através da oração e
do serviço ao próximo. “Hoje inclinamos a cabeça para
receber as cinzas. No fim da Quaresma, abaixar-nos-emos ainda mais para lavar
os pés dos irmãos. A Quaresma é uma descida humilde dentro de nós e rumo aos
outros. É compreender que a salvação não é uma escalada para a glória, mas um
abaixamento por amor. É fazer-se pequeno”, indicou. Este tempo novo que se abre, a
partir do calendário que a Igreja propõe, apresenta um tempo de 40 dias
marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação
para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão, este ano a 4 de
abril. “Todos temos doenças espirituais:
sozinhos, não podemos curá-las; todos temos vícios arraigados: sozinhos, não
podemos extirpá-los; todos temos medos que nos paralisam: sozinhos, não
podemos vencê-los. Precisamos de imitar aquele leproso, que voltou para Jesus
e se prostrou aos seus pés”, apontou o Papa. Também por cá este tempo é
marcado por mensagens
escritas pelos bispos em Portugal, que aos cristãos e, com concretamente, aos
diocesanos, valorizam este período como um tempo favorável a uma transformação
interior, com consequências comunitárias e sociais. A Comissão Nacional Justiça e Paz
marcou este tempo com um apelo à valorização das pessoas mais velhas,
defendendo a necessidade de “inverter o paradigma social”. “Somos chamados a acolher cada idoso
como um presente de Deus que nesta pandemia eleva um grito silencioso, mas
angustiante, questiona e exige uma outra resposta, pois não nos falta
engenho. Com gratidão pela vida, precisamos de desenhar uma nova proximidade,
onde a institucionalização não pode ser resposta única nem primeira”,
sustenta a CNJP, na sua mensagem
para a Quaresma de 2021. A Agência ECCLESIA iniciou uma
série “Memórias que contam” que tem por objetivo evocar a relevância de
percursos de vida que faleceram por causa da Covid-19, nomeadamente os 15
sacerdotes que morreram por causa da pandemia. A cada dia, pelas 17h, vão ser
apresentados percursos
de vida por pessoas que conheceram e acompanharam a história de quem faleceu
nos últimos meses, destacando traços da personalidades e momentos pessoais
que se tornaram relevantes. Também esta quarta-feira, e todas as quartas-feiras da
Quaresma, o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais e a Agência
ECCLESIA promovem o ciclo de debates “O desafio da (i)Humanidade de grupo”
para debater os documentos publicados no contexto da pandemia pela
Conferência Episcopal Portuguesa, ”Recomeçar e reconstruir” e “Desafios
pastorais da pandemia à Igreja em Portugal”, e os desafios que sugerem para a
atualidade. A primeira sessão contou com D.
Armando Esteves Domingues, bispo auxiliar do Porto, que afirmou que a
pandemia veio questionar uma noção de “autossuficiência” nas comunidades
católicas. “Tínhamos estruturas para os
outros, agora temos de ter estruturas para os outros”, indicou, na sua
intervenção, onde destacou também o alargamento do campo de missão mesmo com
o confinamento e as igrejas fechadas. Pedro Vaz Patto, presidente da
Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), foi o outro conferencista convidado,
assinalando que existe a “oportunidade de reconstruir a sociedade, sobre
novas bases”. O jurista saudou
ainda a “redescoberta do valor da vida humana”, durante a crise sanitária,
observando que os sacrifícios do confinamento acontecem “em função de um bem
maior”. Já sabe que há mais para ver, ler
e ouvir no portal de informação da Agência Ecclesia. Continuamos do lado de
cá para levar até si as informações que marcam a Igreja católica. Encontramo-nos lá? Tenha um excelente dia. |
Sem comentários:
Enviar um comentário