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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Indispensável nas relações humanas

Há uma virtude que só por si reúne outras e que consiste em tornar a vida mais grata àqueles que vemos todos os dias: a afabilidade.

É uma virtude muito discreta, não é chamativa, mas quando não está presenta nota-se muito a sua falta. Opõe-se ao egoísmo, ao gesto ofensivo, ao mau humor, à falta de educação e ao desinteresse pelos outros.

A afabilidade, por conseguinte, pode estar associada à amabilidade, à cortesia e à cordialidade. Quando uma pessoa é afável demonstra simpatia, simplicidade, franqueza e bondade nas suas relações sociais. O sujeito afável, ao receber uma visita, mostra-se atento, oferece algo para beber e faz tudo o que estiver ao seu alcance para que o visitante se sinta cómodo.

O termo afabilidade tem origem no latim affabilĭtas e faz referência à qualidade de ser afável, agradável, suave na forma de tratamento. O oposto da afabilidade é a antipatia ou a descortesia. Neste caso, o indivíduo em questão tem um comportamento parco, seco e frio.

Não é o mesmo conviver e tratar com uma pessoa afável do que com outra que não mostre cortesia e respeito. Uma palavrinha de cortesia ou um comentário amável podem alegrar o dia dos outros.

Há mais de dois mil e quinhentos anos que os melhores espíritos dedicaram o seu pensamento às virtudes. A reflexão sobre a virtude só por si não faz de nós pessoas virtuosas, mas desenvolve a humildade o que realça a necessidade de nos inclinarmos mais para o bem. Pode não existir o Bem absoluto, mas o bem não é algo que se contemple, mas que se pratique. O esforço desenvolvido para nos comportarmos bem conduz-nos aos valores morais, a virtude de um homem é o que o torna humano.

Aristóteles considerava a virtude como uma maneira de ser, mas adquirida e duradoura. É o que nós somos, o que podemos vir a ser, nela está concentrada toda a nossa capacidade para bem agir. Toda a virtude implica a repetição de actos bons, é praticando as boas acções que nos tornamos bons.

“Nada existe de tão belo e legítimo, como ser homem bem e devidamente”. Montaigne


Maria d´Oliveira


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