No meio do parque mais importante da cidade de El Paso (Texas, Estados Unidos), segurando um cartaz que dizia “Black Lives Matter” (As vidas negras importam) e uma rosa branca, e acompanhado por vários padres da diocese, o bispo Mark Seitz ajoelhou-se para rezar em memória de George Floyd. Foi na segunda-feira, dia 1 de junho, o momento durou 8 minutos e 46 segundos, precisamente o tempo que o agente policial teve o seu joelho a pressionar o pescoço de Floyd, impedindo-o de respirar. As imagens correram o mundo. Esta quarta-feira de manhã, Seitz recebeu um telefonema do Papa, que também as tinha visto, e fez questão de lhe agradecer pelo gesto e manifestar o seu apoio.
“É consolador contar com o apoio do Santo Padre, escutá-lo e saber que me disse especificamente que estamos unidos em oração, ao mesmo tempo que todos trabalhamos para aumentar a paz e justiça no mundo, o que é um mandamento cristão”, disse o bispo de El Paso, citado pela revista Vida Nueva.
“Respondi ao Papa que sentia como um imperativo mostrar a nossa solidariedade para com os que sofrem”, sublinhou Seitz. “Também lhe disse o quão honrado estou por servir as pessoas da diocese de El Paso e La Frontera”, uma das dioceses norte-americanas com mais pressão migratória.
Nesse mesmo dia, o Papa Francisco telefonou também ao arcebispo de Los Angeles, José H. Gomez, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, para “expressar as suas orações e proximidade em relação à Igreja e ao povo dos Estados Unidos neste momento de inquietação”.
Os protestos na sequência da morte de George Floyd continuam a multiplicar-se nos EUA e em diversas capitais europeias. Em todo o mundo, houve já mais de 1,5 milhões de pessoas a assinar uma carta aberta contra o racismo e a violência policial. Promovida pela organização internacional Avaaz, a missiva é dirigida ao Presidente Donald Trump e aos governos estaduais e locais dos EUA, exigindo “que todos os polícias envolvidos no assassinato de George Floyd sejam julgados” e que “todas as mortes causadas pela polícia sejam investigadas de forma independente e transparente”.
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