Não há
dúvidas de que o tema
da solidão é muito importante no mundo actual. É conhecido que em Inglaterra
existe uma Secretaria de Estado especializada na solidão, uma vez que
este problema nesse país é considerado – e bem! – como um problema de saúde
pública.
Numa das
iniciativas desse órgão do governo inglês, suscitavam-se perguntas que são
muito actuais e que permitem chegar ao cerne da questão: Porque é que já não
falamos uns com os outros? Será que nos esquecemos de como fazer amigos e de como isso é
essencial na nossa vida?
Convém
distinguir entre solidão (que é uma percepção) e isolamento (que é uma
atitude). Viver sozinho não é necessariamente sentir-se sozinho. Uma pessoa
pode sentir-se sozinha ─ isolada, sem companhia ─ e viver com outras pessoas.
E também não
convém pensar que este tema é exclusivo das pessoas mais velhas. De facto, em
vários países, constatam-se sentimentos de solidão em adolescentes e jovens com
implicações directas na sua saúde mental.
Robert
Waldinger possui uma TED Talk que foi vista por mais de 30 milhões de
pessoas e que recomendo vivamente. É psiquiatra e é o 4º director de um estudo, que começou
em 1938 e ainda continua nos dias de hoje, feito pelo Harvard Study of
Adult Development sobre o modo como vivemos.
A equipa de
Harvard tirou muitas conclusões desse estudo, mas Waldinger destaca isto: «Para
saber como envelhecerás, é mais relevante o grau de
satisfação que possuis aos 50 anos com as tuas relações interpessoais do que o
teu nível de colesterol».
Segundo ele,
há três características importantes que se podem resumir assim:
1) As
conexões sociais beneficiam a saúde, e a solidão prejudica-a.
2) O que
importa não é a quantidade das relações, mas sim a sua qualidade.
3) As boas relações protegem o nosso cérebro da deterioração.
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