“Liberdade é uma palavra mágica que toca o núcleo mais íntimo da Pessoa, é a mais desejada e, talvez, a menos compreendida e respeitada”.
Em Portugal, o Dia da Liberdade comemora-se a 25 de Abril, mas a data internacional
escolhida pela ONU e proclamada pela UNESCO para celebrar a Liberdade é a 23 de
Janeiro.
A liberdade é um direito de todos os seres humanos para realizarem as suas
próprias escolhas, para traçarem o seu futuro e determinarem as suas opções de
vida.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos contempla a liberdade no Artigo
1.º, “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em
espírito de fraternidade.”
O Artigo 2.º refere que, “Todos os seres humanos podem invocar os direitos
e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma,
nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião
política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou
de qualquer outra situação.”
Liberdade é ter abertura e espaço para interagir
com os outros, com o mundo. O nosso corpo para além de matéria fixa, também tem
ideias e espiritualidade. A liberdade é a capacidade que a Pessoa tem para poder
dispor de si mesma e de decidir o seu destino através das suas acções.
Eu quero, é a expressão essencial e o
núcleo central da Liberdade – eu quero algo, quer dizer que vou eleger como
escolha este algo, em detrimento de todos os “algos” que existem no mundo.
O que escolho reflecte-se em mim, no meu
EU e completa-me. Ao eleger e realizar determinada acção como eu quero, modifico-me a mim mesmo. Logo a Liberdade
é a capacidade de escolha e de autodeterminação – elejo porque quero isso, para
me construir e completar.
A autodeterminação pressupõe que a
Pessoa seja dona de si, independente e autónoma, que não dependa dos outros nem
esteja ao seu dispor. Na intimidade do nosso EU tem de haver um
espaço próprio, inviolável, uma interioridade na qual nós decidimos o nosso
destino.
Vemos assim como a liberdade não
consiste em independência mas, pelo contrário, exige dependência, não dos outros
ou dos objectos, mas de nós próprios.
O acto de eleger ou acção voluntária, só
acontece porque somos livres, a sua origem está dentro de nós e temos
consciência de que somos o sujeito do acto de escolher ou eleger.
Neste contexto somos responsáveis pelas
nossas acções, porque elas são nossas, fomos nós que lhes demos existência de
livre vontade, que as criamos e lhes demos vida.
Ser livre é agir a partir do nosso EU,
ser responsável é reconhecer como nossas essas acções, porque surgiram no
interior de nós mesmos, não foram impostas por ninguém, nem tão pouco pela
causalidade, por isso não há liberdade sem responsabilidade, são duas faces da
mesma moeda.
Maria Susana Mexia
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