Esta semana ficou provado que Portugal,
para além de imunidade de grupo para combater a doença covid, anseia por
humanidade de grupo. Sinceramente não compreendo como, num momento em que
tantas pessoas – sejam profissionais de saúde, bombeiros que acompanham doentes
nas ambulâncias, pessoas que de algum modo os auxiliam – se esforçam por cuidar
de tantos doentes, fazendo inúmeros sacrifícios profissionais, familiares e pessoais,
e mesmo assim muitas pessoas infelizmente morrem, consequência de covid, mas
também de outras doenças agudas e crónicas, e a prioridade na assembleia da
república é aprovar a lei da eutanásia. Lei essa que é anti-humana, em que os
seus defensores clamam por impedir o sofrimento, o dos doentes, mas também dos
cuidadores e das pessoas próximas. No entanto, é preciso ser pragmático e é
fundamental esclarecer que se trata de uma lei que defende a morte. Perante o
sofrimento e a doença, “a resposta a que somos chamados é nunca abandonar aqueles
que sofrem, não desistir, mas cuidar e amar para restaurar a esperança.”,
aconselha o Papa Francisco. Por isso é claro que defendo, perante a doença,
todos os esforços, tanto médicos como espirituais, devem ser canalizados para
diminuir a dor física e psicológica dos doentes e das pessoas próximas, caso
não seja mesmo possível anulá-la. Infelizmente a maioria dos nossos deputados
não pensa da mesma forma. E como não quero ser pessimista, ainda tenho
esperança que esta lei seja vetada ou conduzida ao tribunal constitucional, de modo
a provar a sua inconstitucionalidade.
Mais do que nunca devemos colocar em
prática um outro conselho do Papa Francisco “A esperança é como lançar a âncora
até a outra margem.” Aconselhou esta imagem para exortar “o cristão a viver em
tensão rumo ao encontro com o Senhor. Caso contrário, acaba corrompido e a vida
cristã corre o risco de se tornar uma doutrina filosófica.” Por isso, peço para
nos próximos dias lembrarmo-nos muito deste assunto e assim como não partilho
da ideia “Se Deus não existe, tudo é permitido?”, devemos pedir muita ajuda
para o Céu para impedir que esta lei de morte seja efectivamente legalizada em
Portugal.
Maria Caetano Conceição Lic. em Medicina Veterinária |
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