No período em que um grupo de jovens promove uma novena de
oração pela vida, por ocasião do 12º aniversário da legalização do aborto é bom
refletirmos sobre o porquê destes acontecimentos.
Muitos defendem que Deus não existe pois caso contrário, não
existia mal no mundo, não havia dor, catástrofes, etc…. O mal é um mistério,
mas quando pensamos na legalização do aborto, percebemos bem que o problema
está no péssimo uso que damos, por vezes, à nossa liberdade. Não há dúvida que
o nosso país ficou consideravelmente mais pobre a partir do momento em que foi
possível cometer tal crime.
Neste momento assiste-se a uma greve nunca vista, não opino
sobre a legitimidade das pretensões dos enfermeiros, mas fico perplexa que,
sendo profissionais de saúde, cuja vocação é tornar a vida dos pacientes o mais
confortável possível, tenham escolhido justamente a cirurgia, como o serviço a
fazer greve sabendo que muitos doentes, não estando em risco de vida,
necessitam dessa cirurgia para ter uma maior qualidade de vida e que, por vezes
sofrem bastante devido ao mal estar da sua doença e, que para serem aliviados
tomam medicamentos que não necessitariam se fossem operados.
Estamos admirados? Não devemos estar. É a sociedade hedonista
e relativista em que vivemos. A
incessante procura do próprio bem-estar nem que seja à custa dos outros. É o EU
a falar continuamente.
Há pouco mais de um ano e meio estivemos à beira de ver
aprovada a lei da Eutanásia. Só não foi porque uma grande maioria dos deputados
do PSD votou contra apesar da opinião contrária do seu presidente. Aproximam-se
várias eleições a primeira das quais para o parlamento europeu. Por vezes
pensamos que é lá longe, portanto não vale a pena incomodarmo-nos, mas isso
está longe de ser verdade. Cada vez mais assistimos uma maior interferência do
Comunidade Europeia nas decisões nacionais. Assim, não podemos deixar assuntos
que se relacionam com a vida em mãos de quem não a defende. Ouço muitas pessoas
afirmarem que “os políticos são todos iguais” tal é o seu desencanto com o que
se passa. Realmente, o exemplo de alguns não abona a favor da política. Mas se
não encontramos ninguém há sempre o voto nulo ou então pensemos no chamado “mal
menor”. Se nos anos mais próximos for
legislada alguma lei que não se coadune com a nossa condição de cristãos, temos
de reflectir se fizemos tudo para que tal não acontecesse, sobretudo, deixar
que determinadas ideologias assumam o poder.
Maria
Guimarães
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