Na pós geração dos anos sessenta, para alguns, fumar canábis
era sinal de modernidade, descontração e até conduzia, segundo eles, a uma
forma mais “in love” de estar na vida.
Coisas da mocidade, da juventude, formas de afirmação ou de reacção sempre em
constante mudança ou evolução.
Porém, com o volver das décadas seguintes e a inevitável
banalização do seu consumo, aliado a outras dependências que entretanto foram
fomentadas, o alastrar do recurso a drogas, mais ou menos pesadas, revelou como
o consumo destas substâncias provocam uma adição e um desajuste total a nível
cerebral, pois é uma substancia psico-activa que tem efeitos secundários no
foro psiquiátrico, como psicoses e esquizofrenias, entre outras.
Também, de acordo com vários estudos científicos realizados
nos Estados Unidos, na última década, se concluiu que o recurso à canábis
provoca danos irreversíveis a nível geral, sendo considerado um factor
principal na causa de mortes por sobredosagem, sida, acidentes de viação,
homicídios, comportamentos de risco e de violência expressa sobre os outros,
sendo ainda de considerar os problemas cardíacos que desencadeiam, bem como
hepatite c e cancro. Acresce ainda que consumir canábis é o caminho mais curto
para passar a depender de outras drogas. Como tratamento de doenças ou fins
medicinais a sua evidência científica é quase nula, pelo que insistir no seu
uso e aplicação terapêutica é muito duvidoso, pode causar confusão nos
pacientes e na sociedade, pois passam a considerar com valor medicinal uma
substância que causa transtornos incuráveis e irreversíveis no ser humano, na
família e na sociedade em geral, onde toda esta patologia desencadeada se vai
projectar.
Também nos doentes terminais é um placebo, pois o que eles
mais necessitam é de apoio psicológico, emocional e médico com sedação
adequada, o que é muito mais eficaz do que a canábis.
A “visão romântica” duma geração, influenciada e manobrada
por fortes pressões políticas, económicas e sociais, tornou-se rapidamente numa
imposição ideológica com colonização de consciências e manipulação de
conceitos.
Do modelo pseudo romântico ultrapassado,
decadente e revelador de consequências desastrosas, ao extremo da imposição da legalização
de uma substância que já se sabe ser degradante e destruidora do ser humano na
sua vertente física, psíquica e moral, vale a pena parar para pensar o que
poderá estar na base desta “necessidade imperiosa de fazer da canábis um bem
para a saúde e também para a diversão”?
Maria Susana Mexia |
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