Participantes valorizam clima de diálogo e respeito pelo contributo de todos
Cidade do Vaticano, 08 out 2015 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano
disse hoje em conferência de imprensa que os trabalhos do Sínodo dos
Bispos sobre a família estão a decorrer num clima de “lealdade” e
diálogo aberto, sem quaisquer "complôs".
“A visão que todos temos de ter do Sínodo, dentro e fora, é a de um
processo de partilha, de comunicação, que acontece com serenidade e
sinceridade”, referiu o padre Federico Lombardi, em resposta a uma
pergunta, pelo segundo dia consecutivo, sobre a “hermenêutica da
conspiração” que o Papa teria condenado.
Segundo o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Francisco quis pedir
aos participantes que tenham “plena confiança” nos outros, rejeitando a
existência de quaisquer tentativas de “manipular” o Sínodo
“Não devemos pensar que haja complôs, pessoas que procuram manipular”, insistiu.
O encontro com os jornalistas, esta tarde, contou com a presença do
cardeal Edoardo Menichelli, arcebispo de Ancona (Itália), para quem
existe uma “grande abertura, grande liberdade” nos trabalhos.
Este responsável sublinhou que após a reunião extraordinária de 2014, o
Sínodo deste ano visa “anunciar, recordar o património humano e
evangélico” da família
“Conhecemos a realidade, não para a criminalizar, mas para evangelizá-la”, acrescentou.
D. Charles Palmer-Buckle, arcebispo de Acra (Gana), falou por sua vez
do contributo específico que a visão africana pode trazer à assembleia
sinodal, desde logo a começar no conceito “alargado” de família.
Segundo o prelado, em causa está um debate sobre a “prática pastoral”, mantendo os temas doutrinais.
“Não estamos aqui para bloquear ninguém, estamos aqui para partilhar o que temos, como valor”, disse ainda.
O patriarca sírio Inácio Youssif III Younan observou que “são os media,
sobretudo, que fizeram um retrato do Sínodo que trata apenas de temas
que interessam ao Ocidente”.
D. Charles Palmer-Buckle foi questionado sobre a visão que os católicos
africanos têm da homossexualidade, em particular dos casos em que estas
pessoas são perseguidas, e disse que o dever da Igreja é “receber” cada
ser humano.
O responsável admitiu que esta perceção “é culturalmente difícil” para
os africanos, pedindo “paciência”, mas rejeitou “pressões” económicas ou
políticas para aceitar a legalização dos casamentos entre pessoas do
mesmo sexo.
OC
in
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