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sábado, 31 de outubro de 2015

A China abandonou a política do filho único

Partido Comunista quer evitar o forte envelhecimento da população e o desequilíbrio entre o número de homens e mulheres

Roma, 30 de Outubro de 2015 (ZENIT.org)

O Partido Comunista da China após 36 anos obrigando a população a viver a política do filho único, decidiu que os casais podem ter duas crianças. A notícia divulgada nesta quinta-feira (29) pela agência oficial de notícias Xinhua, indica que a medida imposta em 1980 foi relaxada nos últimos anos.

Desde o início da restrição, muitas vozes se levantaram contra esse decreto, por violação dos direitos humanos e reprodutivos. Os católicos na China sofrem diretamente esta legislação comunista que provocou pelo menos 400 milhões de abortos.

O resultado do decreto do ditador Deng Xiaoping, imposto a força, foi que a taxa de fertilidade do país atingiu 1,8 filhos por mulher, entre os mais baixos do mundo, abaixo dos 2,1 por cento necessário para manter a substituição de gerações. Além disso, o fato das famílias poderem ter apenas um filho, de preferência homem, causou abortos seletivos por sexo, crianças abandonadas em orfanatos e até mesmo o infanticídio feminino.

Caso a família tivesse um segundo filho, deveria pagar uma multa de 1500 euros. Os casais que se negavam a cometer aborto tentavam convencer algum membro do Partido Comunista local a “fechar os olhos”, alimentando o mercado da corrupção mercado.

Estes dados foram divulgados pelo escritor Ma Jian, em 2013, e publicados pelo The Gardian. Outro problema é o fato de que as famílias que perderam o único filho, não conseguem superar a dor. Para elas, o Estado concede uma pensão de 49 dólares para quem mora na cidade e 25 dólares para quem mora na área rural. Ma Jian também contou que bastavam apenas alguns minutos no campo para ver o pequeno corpo de uma criança sem vida passando pelos rios. Em 1983, um enviado do Obs Nouvel disse que viu "corpos de meninas em sacos cheios de pedra".

Na década de 80 foi permitido que as famílias das áreas rurais pudessem ter um segundo filho se o primeiro fosse uma menina e as minorias étnicas não foram submetidas a esta legislação.

A decisão tomada pelo comité do Partido Comunista Chinês, discutida essa semana com os líderes do regime, tem como objetivo evitar o forte envelhecimento da população e o desequilíbrio entre o número de homens e mulheres.

(30 de Outubro de 2015) © Innovative Media Inc.
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