D. Raymundo Damasceno Assis elogia propósito de «integração» e acompanhamento
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano, com Ricardo Perna, da ‘Família Cristã’
Cidade do Vaticano, 26 out 2015 (ECCLESIA) - O cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente-delegado do Sínodo 2015, afirmou que o “caminho de discernimento” proposto aos divorciados recasados pode levar, em casos pontuais, à admissão dos mesmos à Confissão e Comunhão.
“Aos poucos, no contacto com quem que deseje ser acompanhado e fazer um discernimento sobre a sua situação, quem sabe, num caso ou noutro, poderá chegar até à possibilidade da Comunhão ou da Confissão”, disse à Agência ECCLESIA e 'Família Cristã', após o final dos trabalhos, que decorreram entre os dias 4 e 25 deste mês.
O arcebispo de Aparecida (Brasil) sublinha que o Sínodo não estabelece “nenhuma referência” direta nesse sentido, centrando-se antes na “integração” dos católicos em segunda união, “abrindo espaços para eles, evitando qualquer tipo de escândalo, com a possibilidade de participarem nos ministérios e de se integrarem na vida da comunidade”.
“Quando não há escândalo, e eles querem e desejam, são casais maduros que estão dispostos a participar na comunidade e a receber o ensinamento da Igreja em comunhão com ela, esses casais poderão participar em serviços e ministérios”, acrescentou.
O relatório final do Sínodo dos Bispos sobre a Família, entregue ao Papa, propõe um “caminho de discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a casar civilmente e refere que é missão dos padres “acompanhar as pessoas” neste caminho, “segundo o ensinamento da Igreja e as orientações do bispo”.
Na conclusão de três semanas de trabalho à porta fechada, 178 dos 265 participantes (mais um voto do que os necessários para a maioria de dois terços) aprovaram o número 85, em que se apela a um “exame de consciência” das pessoas em causa sobre a forma como trataram os seus filhos ou como viveram a “crise conjugal”.
D. Raymundo Damasceno Assis sublinha que a intenção não é “generalizar as situações dos casais que vivem uma segunda união”, porque cada um “tem uma situação muito concreta, muito especial, com todas as circunstâncias que rodeiam a vida dessa pessoa”.
“Isso tem de ser examinado com um discernimento sério, objetivo, uma consciência bem formada, aberta também à vontade de Deus, para que se possa chegar a uma conclusão mediante a decisão de um confessor ou de um orientador espiritual, que possa acompanhar o casal nessa situação, se assim o desejar”, explicou.
Em relação aos trabalhos, um dos quatro presidentes-delegados do Sínodo elogiou a metodologia adotada, com um maior número de encontros por grupos linguísticos, confiando que o Papa tome decisões a partir das propostas que os bispos aprovaram.
“Sabemos que o Sínodo é consultivo, não é deliberativo. São estudos e propostas que os padres sinodais oferecem ao Papa, a quem cabe agora tomar alguma decisão no sentido de publicar uma exortação pós-sinodal ou qualquer outro tipo de documento para que então as conclusões possam tornar-se efetivas nas nossas dioceses e nas nossas paróquias”, precisou o cardeal brasileiro.
Para este responsável, o documento conclusivo do Sínodo está marcado por “uma dimensão da misericórdia, da ternura da Igreja, sobretudo com aquelas famílias mais sofridas e que estão em situações mais difíceis”, como é o caso das famílias dos migrantes, de quem sofre pobreza extrema, as vítimas da violência e da perseguição, e as pessoas que vivem “situações especiais na sua vida matrimonial”.
“O Sínodo fala muito do discernimento, porque cada caso é um caso”, conclui.
OC/RP
Cidade do Vaticano, 26 out 2015 (ECCLESIA) - O cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente-delegado do Sínodo 2015, afirmou que o “caminho de discernimento” proposto aos divorciados recasados pode levar, em casos pontuais, à admissão dos mesmos à Confissão e Comunhão.
“Aos poucos, no contacto com quem que deseje ser acompanhado e fazer um discernimento sobre a sua situação, quem sabe, num caso ou noutro, poderá chegar até à possibilidade da Comunhão ou da Confissão”, disse à Agência ECCLESIA e 'Família Cristã', após o final dos trabalhos, que decorreram entre os dias 4 e 25 deste mês.
O arcebispo de Aparecida (Brasil) sublinha que o Sínodo não estabelece “nenhuma referência” direta nesse sentido, centrando-se antes na “integração” dos católicos em segunda união, “abrindo espaços para eles, evitando qualquer tipo de escândalo, com a possibilidade de participarem nos ministérios e de se integrarem na vida da comunidade”.
“Quando não há escândalo, e eles querem e desejam, são casais maduros que estão dispostos a participar na comunidade e a receber o ensinamento da Igreja em comunhão com ela, esses casais poderão participar em serviços e ministérios”, acrescentou.
O relatório final do Sínodo dos Bispos sobre a Família, entregue ao Papa, propõe um “caminho de discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a casar civilmente e refere que é missão dos padres “acompanhar as pessoas” neste caminho, “segundo o ensinamento da Igreja e as orientações do bispo”.
Na conclusão de três semanas de trabalho à porta fechada, 178 dos 265 participantes (mais um voto do que os necessários para a maioria de dois terços) aprovaram o número 85, em que se apela a um “exame de consciência” das pessoas em causa sobre a forma como trataram os seus filhos ou como viveram a “crise conjugal”.
D. Raymundo Damasceno Assis sublinha que a intenção não é “generalizar as situações dos casais que vivem uma segunda união”, porque cada um “tem uma situação muito concreta, muito especial, com todas as circunstâncias que rodeiam a vida dessa pessoa”.
“Isso tem de ser examinado com um discernimento sério, objetivo, uma consciência bem formada, aberta também à vontade de Deus, para que se possa chegar a uma conclusão mediante a decisão de um confessor ou de um orientador espiritual, que possa acompanhar o casal nessa situação, se assim o desejar”, explicou.
Em relação aos trabalhos, um dos quatro presidentes-delegados do Sínodo elogiou a metodologia adotada, com um maior número de encontros por grupos linguísticos, confiando que o Papa tome decisões a partir das propostas que os bispos aprovaram.
“Sabemos que o Sínodo é consultivo, não é deliberativo. São estudos e propostas que os padres sinodais oferecem ao Papa, a quem cabe agora tomar alguma decisão no sentido de publicar uma exortação pós-sinodal ou qualquer outro tipo de documento para que então as conclusões possam tornar-se efetivas nas nossas dioceses e nas nossas paróquias”, precisou o cardeal brasileiro.
Para este responsável, o documento conclusivo do Sínodo está marcado por “uma dimensão da misericórdia, da ternura da Igreja, sobretudo com aquelas famílias mais sofridas e que estão em situações mais difíceis”, como é o caso das famílias dos migrantes, de quem sofre pobreza extrema, as vítimas da violência e da perseguição, e as pessoas que vivem “situações especiais na sua vida matrimonial”.
“O Sínodo fala muito do discernimento, porque cada caso é um caso”, conclui.
OC/RP
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