Já há uns tempos que não escrevo e confesso que me sinto particularmente enferrujada, mas também é igualmente verdade que tenho de recomeçar nalgum ponto e que quero muito voltar. A vontade pode ser muito importante nestas coisas. Espero eu.
Estive de férias. Muito boas. Das melhores do mundo. Daquelas de maridão, filhotes, praia, gelados, passeios e pastelinhos de nata à noite, à beira-mar. Do melhor.
Na rentrée, foi a compra dos manuais, orçamento para aulas de música, regresso à terapia da fala com a pequenita e organização dos trabalhos da Associação de Pais.
O tema da terapia da fala dava um texto por si só porque temos a grande bênção de ter por cá um técnico do melhor, uma pessoa do melhor e que nos tem enriquecido muito, sem dar conta.
A questão da Associação de Pais era outro testamento porque, decididamente, a maior parte dos pais e encarregados de educação não está muito mobilizada. Por cá, critica-se aqui e ali, mas todos temos muito que fazer e há sempre razões para ficar no sofá.
Quando digo que todos temos muito que fazer é mesmo assim. Há uma frase que ninguém diz em lado nenhum, não sei bem porquê, que é “ Eu tenho tempo para …”. Todos dizemos constantemente “Eu não tenho tempo para isso!”, “Não tenho disponibilidade!”. Mesmo que tenhamos algum tempo, mexemos logo no telemóvel para que os outros pensem que estamos ocupados com algo importante. Do que tenho visto, é uma epidemia.
Já que falo de epidemias e de telemóveis, pude comprovar recentemente que, mesmo as pessoas que até proclamam a necessidade de controlar o uso das tecnologias, estão sempre com o telemóvel na mira; estão sempre a passar com o dedo no ecrã, algumas já com claras evidências de vício. Muito preocupante.
O assunto dos manuais escolares, lá mais para trás, era outro tanto porque, como li há pouco tempo num texto do Pediatra Mário Cordeiro, não se percebe porque é que não se mexe neste assunto. A matemática, o português, a história e as demais matérias não mudam todos os anos. É uma espécie de assunto tabu. Educação para todos? Educação igual para todos?
Uma vez que este texto não parece estar muito pelos ajustes e que a desordem impera, vou lançar outro tema. Este fim-de-semana, assisti a uma palestra relacionada com a moda e com o arranjo pessoal. No meio destes temas, há sempre dicas mais ou menos conhecidas, mas há também a chamada de atenção para detalhes que sabemos, mas que algumas pessoas esquecem facilmente, em particular as senhoras que, como eu, trabalham só em casa, por entre fraldas, tachos e ferro de engomar.
Uma pessoa até compreende que deve estar sempre bem arranjada, que a imagem é a primeira informação que passamos para os outros e que os que vivem connosco merecem ter uma boa imagem para os receber. Mas, às vezes, demasiadas, olhamos para o dia que nos espera e apetece pouco cuidar os adereços ou dar aquele toque de cor ao rosto. Confesso que a palestra me serviu que nem uma luva e que estou a lutar para não ser desleixada.
Depois também há o outro extremo. O estar sempre a pensar na última moda, na melhor marca ou nos sapatos da vizinha. É bom perceber que ter preocupação em estar bem arranjada, em ter cuidado com a imagem não significa nada que temos de estar focadas no último grito. Sobretudo significa que sabemos usar o que temos, transmitindo alegria e otimismo aos que nos rodeiam.
Pois bem, avulsos, temas avulsos, ainda que pouco já se venda avulso. Sempre me lembro daquela Casa dos Cafés no bairro onde cresci. Lembro-me do barulho da máquina, linda, de moer o café, das gavetas com os diferentes cafés e dos cestinhos com os diferentes rebuçados. Que bom que era comprar rebuçados avulso e misturar caramelos de nata com os de fruta e com umas bolinhas de neve e trazê-los num belo saco de papel. Memórias. A minha avó sempre comigo.
Prometo que o próximo texto virá mais arrumadinho… mas não muito, claro.
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