Foto: Ricardo Perna |
Cardeal Christoph Schönborn revela que relatório final procura «consenso» e «critérios» de ação
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA, com Ricardo Perna, da ‘Família Cristã’
Cidade do Vaticano, 24 out 2015 (Ecclesia) – O cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, disse hoje no Vaticano que o Sínodo dos Bispos sobre a família propõe critérios de “discernimento” sobre situações como as dos divorciados em segunda união.
Em conferência de imprensa, o presidente da Conferência Episcopal da Áustria referiu que o relatório final da assembleia, com votação marcada para esta tarde, “dá critérios não só para a questão do acesso aos Sacramentos mas para o acompanhamento de situações que o Catecismo chama irregulares”.
Especificamente sobre os divorciados que voltaram a casar civilmente, os participantes falaram “com grande atenção”, sem tocar a questão do acesso à Comunhão de forma “direta”, “mas a palavra chave é discernimento”.
“Não há preto e branco, um siples sim ou não, é preciso discernir, como dizia São João Paulo II no número 84 da Familiaris Consortio”, acrescentou.
Esta apresentação traz “critérios fundamentais” para o “discernimento das situações” que são em muitos casos “tremendamente diferentes”, sem as “julgar”.
O cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente-delegado do Sínodo 2015, também confirmou aos jornalistas esta preocupação com o “discernimento”.
“A dimensão da ternura e da misericórdia passa por todo o documento final. A preocupação da Igreja é cada vez mais integrar as pessoas na comunidade eclesial, seja qual for a sua situação”, assinalou.
Segundo o cardeal brasileiro, o Sínodo dedicou “uma atenção muito especial” às famílias em situações difíceis, como “migrações, pobreza extrema, a violência familiar, o problema dos meninos de rua, os divorciados recasados”.
“A Igreja quer estar muito próxima dessas famílias, muito atenta, e sobretudo acolher estas famílias na comunidade. Dentro desta integração, dá-se um processo de discernimento de cada situação, que é muito própria, muito concreta”, precisou.
“Isto faz com que possamos ter mais contacto e acompanhar melhor as situações de cada família, e fazer um discernimento que pode chegar até uma comunhão plena com a Igreja”, acrescentou.
Para D. Christoph Schönborn, o essencial deste processo é o “grande sim à família” que foi dado pela Igreja, após 1,2 milhões de católicos terem debatido o tema durante dois anos, com os seus aspetos "positivos" e "difíceis", “um facto notável para o nosso tempo”.
“O êxito deste Sínodo para mim é um grande sim à família, que não é um modelo ultrapassado”, insistiu.
O cardeal austríaco, filho de pais divorciados, sustentou que “não há rede mais segura, em tempos difíceis, do que a família, mesmo a família ferida, recomposta”.
Ainda em relação ao relatório final, um “documento de consenso”, D. Christoph Schönborn adiantou que não haverá “muito sobre a homossexualidade neste documento”, admitindo que “alguns ficarão desiludidos”.
O tema é “abordado sobre o aspeto da família, em que se faz a experiência de ter um familiar que é homossexual”.
O arcebispo de Viena realçou que este é um “tema demasiado delicado” para alguns contextos "culturais e políticos" e que, para a Igreja, a definição da família é “muito clara”, exigindo a relação “homem e mulher”, “fiel” e “aberta à vida”.
Esta definição não exclui “situações de recomposição familiar”, mas permanece sempre como o “núcleo” do ensinamento católico.
O cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (Brasil), elogiou a metodologia “diferente” desta assembleia sinodal, em que se deu muita importância aos trabalhos de grupo, com participação “muito maior” de todos, ajudando a encontrar o maior consenso possível.
O mesmo responsável precisou, por outro lado, que a “descentralização” na experiência da vida da Igreja, sobretudo na América Latina, não significou, de forma alguma, “nacionalizar ou continentalizar” a Igreja Católica.
O cardeal Schönborn falou da nova metodologia como um "ganho" deste Sínodo, permitindo que se chegasse ao final dos trabalhos com um bom ambiente.
OC
Cidade do Vaticano, 24 out 2015 (Ecclesia) – O cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, disse hoje no Vaticano que o Sínodo dos Bispos sobre a família propõe critérios de “discernimento” sobre situações como as dos divorciados em segunda união.
Em conferência de imprensa, o presidente da Conferência Episcopal da Áustria referiu que o relatório final da assembleia, com votação marcada para esta tarde, “dá critérios não só para a questão do acesso aos Sacramentos mas para o acompanhamento de situações que o Catecismo chama irregulares”.
Especificamente sobre os divorciados que voltaram a casar civilmente, os participantes falaram “com grande atenção”, sem tocar a questão do acesso à Comunhão de forma “direta”, “mas a palavra chave é discernimento”.
“Não há preto e branco, um siples sim ou não, é preciso discernir, como dizia São João Paulo II no número 84 da Familiaris Consortio”, acrescentou.
Esta apresentação traz “critérios fundamentais” para o “discernimento das situações” que são em muitos casos “tremendamente diferentes”, sem as “julgar”.
O cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente-delegado do Sínodo 2015, também confirmou aos jornalistas esta preocupação com o “discernimento”.
“A dimensão da ternura e da misericórdia passa por todo o documento final. A preocupação da Igreja é cada vez mais integrar as pessoas na comunidade eclesial, seja qual for a sua situação”, assinalou.
Segundo o cardeal brasileiro, o Sínodo dedicou “uma atenção muito especial” às famílias em situações difíceis, como “migrações, pobreza extrema, a violência familiar, o problema dos meninos de rua, os divorciados recasados”.
“A Igreja quer estar muito próxima dessas famílias, muito atenta, e sobretudo acolher estas famílias na comunidade. Dentro desta integração, dá-se um processo de discernimento de cada situação, que é muito própria, muito concreta”, precisou.
“Isto faz com que possamos ter mais contacto e acompanhar melhor as situações de cada família, e fazer um discernimento que pode chegar até uma comunhão plena com a Igreja”, acrescentou.
Para D. Christoph Schönborn, o essencial deste processo é o “grande sim à família” que foi dado pela Igreja, após 1,2 milhões de católicos terem debatido o tema durante dois anos, com os seus aspetos "positivos" e "difíceis", “um facto notável para o nosso tempo”.
“O êxito deste Sínodo para mim é um grande sim à família, que não é um modelo ultrapassado”, insistiu.
O cardeal austríaco, filho de pais divorciados, sustentou que “não há rede mais segura, em tempos difíceis, do que a família, mesmo a família ferida, recomposta”.
Ainda em relação ao relatório final, um “documento de consenso”, D. Christoph Schönborn adiantou que não haverá “muito sobre a homossexualidade neste documento”, admitindo que “alguns ficarão desiludidos”.
O tema é “abordado sobre o aspeto da família, em que se faz a experiência de ter um familiar que é homossexual”.
O arcebispo de Viena realçou que este é um “tema demasiado delicado” para alguns contextos "culturais e políticos" e que, para a Igreja, a definição da família é “muito clara”, exigindo a relação “homem e mulher”, “fiel” e “aberta à vida”.
Esta definição não exclui “situações de recomposição familiar”, mas permanece sempre como o “núcleo” do ensinamento católico.
O cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (Brasil), elogiou a metodologia “diferente” desta assembleia sinodal, em que se deu muita importância aos trabalhos de grupo, com participação “muito maior” de todos, ajudando a encontrar o maior consenso possível.
O mesmo responsável precisou, por outro lado, que a “descentralização” na experiência da vida da Igreja, sobretudo na América Latina, não significou, de forma alguma, “nacionalizar ou continentalizar” a Igreja Católica.
O cardeal Schönborn falou da nova metodologia como um "ganho" deste Sínodo, permitindo que se chegasse ao final dos trabalhos com um bom ambiente.
OC
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