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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

"O Reino de Deus cresce no silêncio de uma casa onde se chega ao final do mês com meio euro..."

Em Santa Marta, o Papa Francisco disse que o Reino de Deus não faz barulho, não é um espectáculo, como alguns casamentos que parecem exibição de moda e não celebração de um Sacramento


Roma, 13 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Salvatore Cernuzio


O Reino de Deus não é um espectáculo. Não chama a atenção nem se deixa levar pelo "barulho" do mundo. O Reino de Deus se revela no silêncio de uma casa onde talvez "se chega ao final do mês com apenas meio euro", mas não se deixa de rezar e de cuidar dos filhos e dos avós.

Nestas situações de santidade ‘anónima’, vivida na vida quotidiana, Deus está presente: pessoas que vivem com fé e perseverança o trabalho, seus compromissos na família, na paróquia. Não em testemunhos ruidosos que muitas vezes são como uma "caricatura do Reino de Deus", como definido pelo Papa em sua homilia na capela da Casa Santa Marta.

"O Senhor nunca diz que o Reino de Deus é um espectáculo", sublinhou o pontífice. Pode ser uma “festa”, uma grande e "bela" festa a ser realizada no céu. No entanto, a “nossa fraqueza humana prefere o espectáculo”.

Exemplo disso é a celebração de alguns casamentos - disse Francisco - no qual as pessoas, “ao invés de receber um Sacramento vão para fazer uma exibição de moda, para se mostrar, por vaidade". Isto contradiz o Reino de Deus que, por outro lado - disse o Santo Padre - "é silencioso, cresce dentro; cresce pela força do Espírito Santo, com a nossa disponibilidade, na nossa terra, que devemos preparar".

O Reino de Deus é como uma semente que, aos poucos, com humildade, debaixo da terra, floresce exuberante. De fato, disse Bergoglio recordando as palavras de Jesus: “O dia em que fará barulho, o fará como uma esquadrilha de aviões que atravessa o céu de um lado ao outro. Assim fará o Filho do homem no seu dia, no dia em que fará barulho”.

Mas Cristo ao descrever o seu regresso em glória, imediatamente acrescentou que “antes é necessário que ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração”. Isto - disse o Papa - significa que "o sofrimento, a cruz, a cruz quotidiana - a cruz do trabalho, da família, de fazer bem as coisas - esta pequena cruz quotidiana é parte do Reino de Deus."

Assim, concluiu, "peçamos ao Senhor a graça de cuidar do reino de Deus que está dentro de nós" através de "oração, da adoração e do serviço da caridade”. Porque a nós “cabe deixá-lo crescer em nós, sem nos vangloriar; deixar que o Espírito venha, nos transforme a alma e nos leve avante no silêncio, na paz, na serenidade, na proximidade a Deus, aos outros, na adoração a Deus, sem espectáculos”.

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