Há já alguns anos que o dia 6 de Novembro foi consagrado à celebração do Santo Condestável, na altura com a designação de Beato Nuno de Santa Maria.
O povo “canonizou-o” logo no século XV pois era grande a sua fama da santidade baseada na sua caridade, profunda honestidade e dedicação à Pátria e ao Rei, designando-o então por Santo Condestável.
Nuno Álvares Pereira encantou-nos porque foi sempre puro e sincero num ambiente profundamente degradado sobre o ponto de vista moral Nunca se lhe encontrou qualquer indício de duplicidade, quer na sua actuação, quer nas suas palavras. Todavia foi um homem paradoxal: sendo cavaleiro fundou a Infantaria, sendo Nobre viveu na simplicidade, sendo muito rico optou pelo total despojamento.
Na sua actividade como Condestável do reino, isto é, Chefe Supremo do Exército foi muito competente organizando de forma rigorosa todos os planos das batalhas, mas era tão caridoso que se preocupava em saber se todos - companheiros e adversários – tinham alimentos para comerem.
Em todo o período que defendeu, em conjunto com D. João I, o reino ameaçado por Castela utilizou as mais modernas técnicas de combate, fazendo apear os cavaleiros para formar o “ quadrado”.
Findas as lutas, abandona todas as riquezas, distribuindo pela filha e pelos seus homens de armas as muitas terras que recebera do Rei e recolhe-se ao Convento do Carmo que fundara em Lisboa. Aqui permaneceu até à sua morte, vivendo no maior despojamento, entregue à Oração e à beneficência.
Exemplos como estes deixam-nos reconciliados com os homens e fazem-nos esquecer tantos egoísmos e ânsias de poder.
Margarida Raimond
Professora
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