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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Eu faço o bem, não faço negócios com o bem

Durante a homilia em Santa Marta, Francisco exorta os cristãos a não caírem na "rivalidade" ou na "vanglória"


Roma, 03 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Luca Marcolivio


Para a Igreja não serve a rivalidade e a vanglória, mas o amor, a unidade e a harmonia - destaca a primeira leitura (Fl 2,1-4), citada por Papa Francisco na homilia desta manhã na Casa Santa Marta.

"Esta harmonia - disse o Papa - é uma graça, o Espírito Santo faz, mas devemos fazer a nossa parte, fazer de tudo para ajudar o Espírito Santo a fazer essa harmonia na Igreja."

Na primeira leitura, de fato, São Paulo convida os filipenses a não fazerem nada "por rivalidade ou vanglória", ou "lutando um contra o outro para se mostrar, para ser melhor que os outros".

O Santo Padre destacou que até hoje nas "instituições, na Igreja nas paróquias, nos colégios, encontramos isso". Rivalidade e vanglória – prosseguiu - são "dois males que atacam a consistência da Igreja, tornando-a muito fraca" e danificando "a harmonia, a concórdia."

Como antídoto, Paulo recomenda "humildade": considere os "outros superiores a si mesmo". Ele mesmo se qualifica "não digno de ser chamado apóstolo".

Outro exemplo de humildade citado pelo Papa Francisco foi o '' humilde frade dominicano” São Martinho de Porres (1579-1639), que a Igreja celebra hoje:" Sua espiritualidade estava no serviço, porque sentia que todos os outros, inclusive os maiores pecadores, eram superiores a ele. Realmente ele sentia isso", disse o Papa.

São Paulo ainda lembra que a "alegria de um bispo" é "buscar o bem dos outros" e "servir os outros", experimentar "o mesmo sentir, a mesma caridade, permanecendo unânimes e concordes". Na Igreja "pode-se ter opiniões diferentes", mas sempre nesta atmosfera de "humildade" e "caridade", "sem desprezar ninguém."

"É ruim quando nas instituições da Igreja, nas dioceses, paróquias, encontramos pessoas que buscam seus próprios interesses e não o serviço, nem o amor", advertiu o Papa.

O caminho a seguir é exactamente o contrário: "Não procurar seus próprios interesses”, como ensina o Evangelho de hoje (cfr. Lc 14,12-14). A melhor forma de generosidade é "convidar para jantar aqueles que não podem pagar nada."

É a Igreja de "gratuitidade", que visa a ''harmonia”, a “unidade” e nunca o "próprio interesse". Como explicou o Santo Padre, "eu faço o bem, não faço negócios com o bem."

Francisco concluiu sua homilia convidado a fazer o exame de consciência: "Como é a minha paróquia? Como é a minha comunidade? Têm este espírito?”

E continuou: "este espírito de sentimentos de amor, unanimidade, concórdia, sem rivalidade ou vanglória, com humildade e o pensar que os outros são superiores a nós, na nossa paróquia, na nossa comunidade... E talvez encontraremos algo que pode ser mudado. Como posso melhorar isso?".

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