Durante a homilia em Santa Marta, Francisco exorta os cristãos a não caírem na "rivalidade" ou na "vanglória"
Roma, 03 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Luca Marcolivio
Para a Igreja não serve a rivalidade e a vanglória, mas o
amor, a unidade e a harmonia - destaca a primeira leitura (Fl 2,1-4),
citada por Papa Francisco na homilia desta manhã na Casa Santa Marta.
"Esta harmonia - disse o Papa - é uma graça, o Espírito Santo faz,
mas devemos fazer a nossa parte, fazer de tudo para ajudar o Espírito
Santo a fazer essa harmonia na Igreja."
Na primeira leitura, de fato, São Paulo convida os filipenses a não
fazerem nada "por rivalidade ou vanglória", ou "lutando um contra o
outro para se mostrar, para ser melhor que os outros".
O Santo Padre destacou que até hoje nas "instituições, na Igreja nas
paróquias, nos colégios, encontramos isso". Rivalidade e vanglória –
prosseguiu - são "dois males que atacam a consistência da Igreja,
tornando-a muito fraca" e danificando "a harmonia, a concórdia."
Como antídoto, Paulo recomenda "humildade": considere os "outros
superiores a si mesmo". Ele mesmo se qualifica "não digno de ser chamado
apóstolo".
Outro exemplo de humildade citado pelo Papa Francisco foi o ''
humilde frade dominicano” São Martinho de Porres (1579-1639), que a
Igreja celebra hoje:" Sua espiritualidade estava no serviço, porque
sentia que todos os outros, inclusive os maiores pecadores, eram
superiores a ele. Realmente ele sentia isso", disse o Papa.
São Paulo ainda lembra que a "alegria de um bispo" é "buscar o bem
dos outros" e "servir os outros", experimentar "o mesmo sentir, a mesma
caridade, permanecendo unânimes e concordes". Na Igreja "pode-se ter
opiniões diferentes", mas sempre nesta atmosfera de "humildade" e
"caridade", "sem desprezar ninguém."
"É ruim quando nas instituições da Igreja, nas dioceses, paróquias,
encontramos pessoas que buscam seus próprios interesses e não o serviço,
nem o amor", advertiu o Papa.
O caminho a seguir é exactamente o contrário: "Não procurar seus
próprios interesses”, como ensina o Evangelho de hoje (cfr. Lc
14,12-14). A melhor forma de generosidade é "convidar para jantar
aqueles que não podem pagar nada."
É a Igreja de "gratuitidade", que visa a ''harmonia”, a “unidade” e
nunca o "próprio interesse". Como explicou o Santo Padre, "eu faço o
bem, não faço negócios com o bem."
Francisco concluiu sua homilia convidado a fazer o exame de
consciência: "Como é a minha paróquia? Como é a minha comunidade? Têm
este espírito?”
E continuou: "este espírito de sentimentos de amor, unanimidade,
concórdia, sem rivalidade ou vanglória, com humildade e o pensar que os
outros são superiores a nós, na nossa paróquia, na nossa comunidade... E
talvez encontraremos algo que pode ser mudado. Como posso melhorar
isso?".
(03 de Novembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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