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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Era stripper de luxo, mas 5 entrevistas para abortar foram canceladas e um versículo de Mateus mudaram a sua vida

Ainda que Anny Donewald fosse ateia, rezou no seu momento chave 

Anny Donewald fundou uma associação para ajudar mulheres vítimas da indústria de sexo.

Actualizado 2 de Novembro de 2014

C.L. / ReL

Nada na vida de Anny Donewald fazia pressagiar o seu futuro. Não nasceu numa família destruturada nem num lar infeliz, como tantas outras raparigas que acabam sendo peões, como foi ela, da poderosa indústria do sexo nos Estados Unidos. O seu pai era treinador de uma equipa de basquetebol da potente liga universitária, base da NBA, e ela era a mais nova de quatro irmãos num lar sem problemas.

Os abusos: uma via habitual de entrada no negócio
Mas quando tinha 13 anos, um membro da equipa do seu pai abusou sexualmente dela num autocarro. A rapariga quis proteger do escândalo o seu pai e o clube, e não disse nada. O impacto psicológico sobre a sua inocência assaltada estava, sem dúvida, já causado, e começou a tapar a sua dor com mais sexo e com drogas. Aos 19 anos, já na universidade, entrou uma noite num local para dançarinas do varão aficionadas, e ganhou. Começou a trabalhar como stripper e a cotar-se em clubes de todo o país (Chicago, Detroit) durante os seguintes seis anos, até ao seu fim natural na prostituição de luxo, em particular em Las Vegas e Beverly Hills, o exclusivo bairro de Los Angeles.

"Ninguém desperta um dia e diz: ´Oh, quero ser stripper, quero meter-me neste mundo´. É uma sucessão de factos que sucedem e que incluem abusos sexuais", explicou no programa do comunicador evangélico Pat Robertson. Acaba de publicar o seu testemunho como livro num selo potente como Simon & Schuster: Dancing for the Devil [Dançando para o demónio].

Anny explica que a mentalidade imperante no mundo que conheceu por dentro é o amor ao dinheiro, "e que conseguir um montão de dinheiro é o segredo da felicidade": "E eu ganhava muito dinheiro, mas estava vendendo a minha alma para consegui-lo".

Não havia forma de escapar, mas...
Quanto mais introduzida se achava na indústria do sexo, mais difícil era sair. Tentou-o várias vezes por meios puramente naturais, como continuar estudando, mas sempre voltava, e ela sustenta como explicação "esse versículo da Bíblia [Mt 12, 43-45] no qual o demónio se vai, mas logo volta e encontra-se a casa limpa... Mas vazia". Esse vazio tem que ser preenchido... "E só pode sê-lo mediante o amor de Cristo", afirma Anny.

Como sucedeu isso nela? "É a melhor parte da minha história!", exclama: "Levava seis anos [como stripper] e cheguei ao ponto de inflexão quando compreendi que o passo seguinte era a prostituição em Las Vegas e em Beverly Hills. Cheguei a casa e dei-me conta de que tudo aquilo se tinha apoderado da minha vida. O que se supunha que era uma decisão tomada uma noite quando tinha 19 anos... Tinha-me levado até aos 26 que tinha então".

Nesse momento, Anny ficou grávida pela segunda vez. A primeira vez tinha abortado, e pensou fazê-lo de novo. "Quis abortar porque estava morta por dentro. Eu era ateia nesse momento... Mas pus-me a rezar! E disse: Deus meu, não sei se és real nem se podes escutar-me, mas não creio que queiras que faça isto. Agora bem, não vou ser eu quem o pare. Pare-o tu!". E o caso é que o fiz: "Tive até cinco entrevistas para o aborto, e todas se cancelaram por umas razões ou outras".

Da obscuridade à luz
"Assim que eu já sabia que Deus era real, mas quem era? Era Buda? Era Maomé?", recorda: "Comecei um processo de procurar, procurar, procurar, até um mês despois do nascimento do meu filho. Um dia estava falando por telefone com a minha irmã, não recordo sobre quê, quando comecei a ouvir na minha cabeça, uma e outra vez, a expressão ´Mateus 4, 16´, em tom mais alto que a minha conversa. Eu nunca tinha lido a Bíblia. Então perguntei á minha irmã, que é cristã e rezava sempre por mim, que era esse de Mateus 4, 16. Ela disse-me que era um versículo da Bíblia. Foi procurar uma e leu: ´O povo prostrado nas trevas viu uma intensa luz; aos prostrados em paragem de sombras de morte uma luz acordou-os´ [é um oráculo messiânico do profeta Isaías]. Logo vinte e quatro horas depois, quando estava sentada no meu carro, compreendi-o. Num minuto compreendi que Ele é real, que Ele estava comigo, que é o caminho, que me tinha perdoado, que me amava".

Any fundou logo uma associação, Eve´s Angels [Os Anjos de Eva], para ajudar as mulheres a sair da indústria do sexo e transmitir-lhes esperança através do amor de Deus, mediante programas de acolhimento e procura de emprego e a leitura da Bíblia. É o mesmo objectivo que pretende alcançar com o seu livro, porque considera que muitas raparigas que se dedicam ao mesmo que se dedicou ela, e as que continua visitando, "são maravilhosas, somente cometeram um erro e necessitam uma nova oportunidade, e nem todas tem como apoio a estrutura familiar que eu tive".



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