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terça-feira, 15 de julho de 2014

A Califórnia não é um estado para "marido" e "mulher"

Uma lei aprovada pelo governador Brown substitui os dois termos nos documentos oficiais com o neutro cônjuge. As associações familiares denunciam mais esta tentativa de destruir a instituição familiar


Roma, 14 de Julho de 2014 (Zenit.org) Federico Cenci


A intenção de demolir a instituição familiar passa pela transformação do vocabulário. Enquanto na Itália a substituição das palavras "mãe" e "pai" com os mais anónimos “pai 1” e “pai 2” está lentamente sendo introduzida em algumas escolas, na Califórnia uma lei aprovada pelo governador Jerry Brown abole as palavras "marido" e "mulher". A partir do 1 de Janeiro de 2015, em todos os documentos oficiais, para definir uma pessoa casada, aparecerá o termo neutro "cônjuge".

O signatário da lei é o democrata Mark Leno, já conhecido como activista das organizações homossexuais, bem como autor do primeiro projecto de lei que visa a legalização na Califórnia do casamento entre pessoas do mesmo sexo, em 2005. Leno disse com franqueza gélida que o objectivo da Lei é "remover uma linguagem obsoleta".

Obsoleto com relação à sua opinião, mas obviamente, não com relação à opinião da maioria dos cidadãos californianos. Além disso, esta última lei é apenas o último ato em ordem de tempo de uma batalha que está sendo travada na Califórnia em torno do tema do casamento.

Batalha em que o 52% dos eleitores participaram brandindo a bandeira do casamento natural. Em 2008, de fato, muitos foram aqueles que votaram a favor da Proposição 8, um referendo que pedia ao Estado reconhecer o casamento apenas como união entre um homem e uma mulher, eliminando, de fato, o casamento homossexual introduzido anteriormente pela lei do activista Leno.

A história, porém, não acabou com o vaticínio popular. Depois de um recurso interposto por um casal gay, no ano passado, o Tribunal de Recurso do Estado da Califórnia declarou inconstitucional o referendo do 2008 e, assim, restaurou os casamentos do mesmo sexo, desprezando a manifestação dos cidadãos nas urnas.

Contra o parecer do Tribunal e da recente lei de Mark Leno levantou-se a voz de Matthew McReynolds, advogado da associação pró-família Pacific Justice Institute. Em uma entrevista concedida à Christian News Network, o advogado afirmou que "esta lei segue o modelo político já conhecido nos últimos anos, ou seja, ignorar a opinião popular e redefinir o conceito de casamento".

McReynolds também criticou a forma parcial e tendenciosa com que alguns meios de comunicação informaram as notícias sobre o casamento homossexual na Califórnia. "O que esses políticos não querem que as pessoas saibam – a amarga reflexão do advogado – é que as suas acções são ilegítimas”. Em contraste com o que foi relatado pela media, McReynolds observa que o referendum de 2008 "não foi completamente invalidado".

Quem reconhece e denuncia publicamente por trás de tais escolhas políticas, a intenção de destruir a família é o grupo pró-matrimónio dos Estados Unidos National Organization for Marriage, que definiu a lei que proíbe os termos "marido" e "mulher"  "mais uma prova de que redefinir o  casamento não tem a finalidade de ‘igualdade’ ou de expandir a instituição para outros tipos de relacionamentos”. Mas, sim, lê-se em uma nota da organização publicada por The Christian Institute, se quer “distorcer o significado da própria instituição", eliminando termos como "marido" e "mulher", como se fossem um "monte de cinzas da história". (Trad.T.S.)

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