O stress, a ansiedade, o excesso de trabalho acumulado ao longo do ano, acrescido de preocupações e outros afazeres conduzem a um desequilíbrio entre o cansaço e o descanso.
Com o rolar dos anos, a resistência ao esforço também diminui, os sintomas de fadiga aumentam e, por vezes, fazem-se acompanhar por outros mais graves – “após a tensão vem sempre a depressão”.
Muitas pessoas quando o limite já foi atingido ou ultrapassado, recorrem aos chocolates, ao álcool, a estimulantes ou mesmo à compulsiva necessidade de ir às compras – “a terapia dos trapos”.
Quando a capacidade de concentração diminui e a força de vontade se esbate tudo se apresenta como uma grande dificuldade, o mais pequeno problema agiganta-se e esmaga o pobre do homem, que já anda um pouco na reserva das suas forças. A afectividade é afectada, dá-se uma anestesia e uma indiferença a tudo e a todos, mesmo ao que mais se gosta ou ama.
As pequenas interrupções, que ao longo do ano se vão fazendo, são parcas e insuficientes para restabelecer o equilíbrio duma forma mais completa, profunda e duradoira.
Se trabalhar é um dever, descansar é uma obrigação, à qual ninguém se deve furtar em nome da sua saúde, do bem - estar e, em benefício do próprio trabalho, que também sairá mais rentabilizado.
O repouso, a calma interior, o relaxe, o ter tempo para sonhar e pensar, a diversão e, naturalmente, a realização de todas aquelas tarefas que no acelerado e desgastante quotidiano vão ficando por realizar, serão um ponto de honra a não perder.
Descansar não é parar e desligar, as férias são o período, por excelência, para mudar de actividade e mergulhar no que elegemos como mais premente e adequado ao nosso ser e querer ser e que nos proporcione mais felicidade. Cada um terá as suas opções, de acordo com os seus gostos, a sua família, os seus amigos e as suas disponibilidades económicas, na certeza de que neste campo vale mais a criatividade e o entusiasmo do que o cartão de crédito.
Caminhar, ler, ouvir música, pastelar numa esplanada em amena cavaqueira, realizar actividades que sejam um apaixonante hobby ou praticar um pouco de “nadismo”, quer dizer, fazer uma paragem sem pensar em nada nem em fazer coisa alguma e mergulhar a mente num horizonte de tranquilidade e de paz, pode ser também uma forma simpática de ocupar alguns momentos dos longos dias de férias.
Cada caminhante siga seu caminho e cada pessoa terá a sua forma de descansar. O que para uns é muito relaxante, para outros poderá ser um pesadelo. Se uns gostam de viagens aventureiras, outros preferem a pacatez duma natureza bucólica ou a contemplação do mar. Se uns adoram frequentar espaços muito concorridos ou, presumivelmente, elitistas, outros optam por ir fazer voluntariado em locais de mais abandono social, embora de muita riqueza humana e espiritual. Se uns gostam de se atordoar em locais barulhentos, outros preferem mergulhar no silêncio, recolher-se no seu íntimo e procurar o encontro de si e do seu espírito com Deus, numa perfeita simbiose de identidade e completude do eu mais profundo.
As opções são díspares, o importante é que cada um encontre e escolha a ideal para si, recupere as forças perdidas e regresse em pleno com coragem e vontade de enfrentar mais um ano de trabalho, com muitas coisas boas e outras nem por isso, mas que fazem parte do percurso da nossa vida, no qual adquirimos a dignidade de estar com e para os outros, construindo a nossa própria felicidade e contribuindo para o bem comum.
Parta em busca do seu equilíbrio perdido e tenha umas excelentes férias.
Susana Mexia
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