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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A Polónia já espera o papa Francisco

Em visita ad limina, o arcebispo de Cracóvia almeja despertar o gigante adormecido, para que a alegria do Evangelho chegue a todos os indiferentes que vivem fora da Igreja


Roma, 05 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org)


Reproduzimos a seguir a saudação feita ao papa Francisco pelo cardeal Stanislaw Dziwisz, arcebispo de Cracóvia, durante a visita ad limina dos bispos da Polónia, que aconteceu na manhã de ontem, terça-feira, 4.

Santo Padre!

Estão diante de Sua Santidade os bispos de duas metrópoles polacas e do Ordinariato Militar. A metrópole de Cracóvia é formada pela arquidiocese de Cracóvia e pelas três dioceses de Bielsko-Żywiec, Kielce e Tarnów. Da metrópole de Varsóvia, fazem parte a arquidiocese de Varsóvia e as duas dioceses de Varsóvia-Praga e de Plock.

Antes de todo o mais, expresso a alegria de todos nós por encontrarmos o bispo de Roma, o bispo da Igreja que "preside na caridade a todas as Igrejas", como Sua Santidade afirmou imediatamente após a sua eleição, referindo-se às célebres palavras de Santo Inácio de Antioquia. Estamos felizes por este encontro com o Pedro dos nossos tempos.

Em nome de todos os pastores aqui presentes, saúdo cordialmente Sua Santidade, assegurando-lhe a nossa lealdade e devoção. Desde 13 de Março do ano passado, acompanhamos de perto o novo pontificado. Ouvimos atentamente as palavras do papa. Congratulamo-nos com o fato de que a sua voz ressoa por todo o mundo, não só dentro da Igreja. A partir do ensinamento de Sua Santidade tentamos fazer o nosso programa pastoral.

As nossas duas metrópoles, localizadas no sul e no centro da Polónia, são certamente muito diferentes, mas constituem uma Igreja viva. Sirva como exemplo a informação de que a arquidiocese de Cracóvia tem cerca de mil e duzentos sacerdotes diocesanos e um milhar de sacerdotes religiosos. A diocese de Tarnów tem mil e trezentos sacerdotes diocesanos. A arquidiocese de Varsóvia tem setecentos e cinquenta sacerdotes diocesanos e cerca de quinhentos sacerdotes religiosos.

Nas últimas décadas, a Igreja polaca foi abençoada com muitas vocações sacerdotais e religiosas. Agora temos menos vocações, mas mantemos um grande número de padres jovens, bem formados e cultos. Sua colaboração com os bispos é boa. Compartilhamos as vocações com outras Igrejas do mundo, como fidei donum.

Grande esperança da Igreja polaca são também os movimentos e associações de fiéis leigos. Temos consciência de que eles são um grande potencial de evangelização ainda inexplorado.

As nossas paróquias, por vezes, recordam um "gigante adormecido", que deve ser despertado para que a alegria do Evangelho chegue a todos os indiferentes que vivem fora da Igreja.

Em nosso trabalho pastoral, uma prioridade é a família, que está passando por uma crise. Um sinal de esperança é a redução radical do número de abortos em comparação com o período em que a legislação aprovada pelo sistema comunista era extraordinariamente liberal. Grandes emoções e acalorado debate são suscitados pela fertilização in vitro e pela ideologia de género.

Prioridade são também os jovens. O sistema catequético em nossas dioceses no geral funciona bem. Com a catequese, chegamos até as crianças e jovens nas escolas. Com a pastoral, chegamos também aos estudantes das universidades. Varsóvia e Cracóvia são grandes centros académicos. No entanto, percebemos que não chegamos a todos os universitários. Só em Cracóvia, eles são mais de duzentos mil.

Santo Padre, eu toquei em apenas alguns dos problemas das nossas Igrejas. Sobre eles, nós escrevemos mais extensamente em nossos relatórios anteriores à visita. Confiamos à oração de Sua Santidade todos os nossos problemas e as nossas esperanças.

Também invocamos a bênção apostólica para o trabalho e para os esforços do futuro. Não há necessidade de dizer com quanta alegria e esperança aguardamos a visita de Sua Santidade na Polónia para a Jornada Mundial da Juventude de 2016. Nós também estamos extremamente gratos pela canonização prevista para os beatos papas João XXIII e João Paulo II, no domingo da Divina Misericórdia. É um grande presente para a Igreja, que leva a cabo a sua missão no mundo contemporâneo.

Santo Padre, obrigado!

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