A Conferência Episcopal do Haiti denuncia a luta fratricida pelo poder e pede que o Natal seja celebrado como um encontro fraterno
Roma, 19 de Dezembro de 2013
“O drama sócio-político de muitos países, incluindo o nosso,
é parecido em muitos aspectos com o do país de Jesus. O destino trágico
do nosso povo está marcado por grandes sofrimentos e situações de
conflito que acarretam forte impacto na vida de todos os haitianos e de
toda a nação, tornando cada vez mais difícil a nossa convivência como
povo”. As palavras são dos bispos do Haiti em sua mensagem de Natal.
A Conferência Episcopal do Haiti destaca que “hoje continuamos
criando situações de desconfiança e de exclusão que paralisam o nosso
presente, ameaçam o nosso futuro e contribuem para alienar as nossas
relações com Deus, com nós mesmos, com os outros e com o meio ambiente”.
Os bispos mencionam em sua mensagem “a interminável luta fratricida
pelo poder, a falta de respeito pelos outros, pelas normas e pelas leis;
a crítica negativa e destrutiva; a degradação moral e a perda da moral;
a má gestão administrativa e a corrupção; a polarização política, que
causa paralisia; o aumento da intolerância a ponto de se chegar ao
desprezo pelos outros; o crescente abismo entre ricos e pobres”.
A mensagem prossegue dizendo que “o Menino Jesus foi vítima de
ameaças e de exclusão. Maria e José fugiram com ele para o Egipto. Como
ele, muitas famílias haitianas continuam fugindo, enfrentando o mar,
arriscando a vida para cruzar a fronteira, sofrendo humilhação,
rejeição, exclusão e a negação dos seus direitos fundamentais. Nas suas
viagens para o exterior em busca de uma vida melhor, elas encontram o
abuso, a degradação, a xenofobia e até a morte”.
Apesar de tudo, a Conferência Episcopal do Haiti faz um convite à
esperança: “A celebração do Emmanuel traz para as famílias a
oportunidade de se encontrarem; que para nós, haitianos, homens e
mulheres, filhos e filhas da mesma terra, ela traga a possibilidade de
um encontro fraterno para sairmos das nossas noites de medo, de
desconfiança, de exclusão e de confronto”.
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