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sábado, 7 de dezembro de 2013

Homilia do papa: rezar é incomodar a Deus até que ele nos escute

O santo padre explica como rezar: com insistência e com a certeza de que Deus nos escuta e agirá, da sua maneira e no momento certo


Roma, 06 de Dezembro de 2013


Durante a homilia desta manhã na Casa Santa Marta, o santo padre nos convidou a rezar com insistência e com a certeza de que Deus escutará a nossa oração. Ele explicou que a oração tem duas características: a "necessidade" e ao mesmo tempo a "certeza" de que Deus, no seu tempo e do seu jeito, satisfará a nossa necessidade.

Quando é verdadeiramente cristã, a oração oscila entre a necessidade e a certeza de ser atendida, embora não se saiba exactamente quando. Quem reza não teme “incomodar” a Deus e nutre uma confiança cega em seu amor de Pai. Confiança como a dos dois cegos da passagem do evangelho de hoje, que gritam atrás de Jesus para mostrar a sua necessidade de cura. Ou como o cego de Jericó, que invoca a intervenção do Mestre gritando mais alto que aqueles que o mandam calar a boca. O santo padre recorda que o próprio Jesus nos ensinou a rezar como "o amigo incómodo", que mendiga comida à meia-noite, ou como "a viúva que procura o juiz corrupto".

Francisco afirmou: "Não sei se isto soa mal, mas rezar é mais ou menos como incomodar a Deus até que ele nos escute. Mas é nosso Senhor quem diz: como o amigo à meia-noite, como a viúva diante do juiz... É atrair os olhos, atrair o coração de Deus para nós... E os leprosos que foram falar com ele também fizeram isto: 'Se quiseres, podes me curar'. Eles agiram com um grau de certeza. É assim que Jesus nos ensina a rezar. Quando nós rezamos, pensamos às vezes: 'Mas eu falo desta necessidade, eu falo para Deus uma, duas, três vezes, mas não com muita força. Depois me canso de pedir e me esqueço de pedir'. Eles não: eles gritavam e não se cansavam de gritar. Jesus nos diz: 'Peçam’, mas também nos diz: 'Batam à porta'. E quem bate à porta incomoda, perturba".

Insistir a ponto até de incomodar, mas com uma certeza inquebrantável: o santo padre observou que "a oração tem essas duas atitudes: a necessidade e a certeza. Oração de necessidade sempre: a oração, quando pedimos algo, é de necessidade: 'Eu tenho esta necessidade, Senhor, escuta'. Mas também, quando é verdadeira, ela tem certeza; 'Escuta, Senhor! Eu acredito que tu podes fazer isso porque tu prometeste".

"Ele prometeu": esta é a pedra angular em que se apoia a certeza de uma oração. Francisco recordou que, "com esta certeza, nós contamos para Deus as nossas necessidades, convictos de que Ele pode atender". E completou: rezar é sentir que Jesus nos dirige a pergunta dos dois cegos: ‘tu acreditas que eu posso fazer isso?’.

Para terminar, o santo padre explicou que "Deus pode. Quando e como, não sabemos. Esta é a certeza da oração. A necessidade de dizer a verdade a Deus. 'Sou cego, Senhor. Tenho esta necessidade. Tenho esta doença. Tenho este pecado. Tenho este sofrimento...', mas sempre a verdade, do jeito que ela é. E ele sente a necessidade, mas sente que nós pedimos a sua ajuda com certeza. Vamos pensar nisto: se a nossa oração é de necessidade e de certeza. De necessidade porque nos dizemos a verdade para nós mesmos, e de certeza porque acreditamos mesmo que Deus pode fazer aquilo que pedimos".


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