Tribunal decide que se trata de um importante símbolo da identidade nacional e da cultura polaca. Para os bispos: a retirada é uma medida totalitário
Roma, 16 de Dezembro de 2013
O Parlamento polaco continuará tendo o seu crucifixo |
Um tribunal de Varsóvia decidiu no último dia 9 de Dezembro
que o crucifixo poderá permanecer no Parlamento da Polónia (Sejm) já
que, de acordo com a sentença, “não viola nenhum direito”. “Embora a
cruz seja um símbolo religioso, não pode ser ignorada a sua importância
como um símbolo da identidade nacional e da cultura polaca",
argumentou o tribunal. O veredicto rejeita assim o pedido apresentado
pelo partido polaco Movimento Palikot que pedia retirar a cruz da
câmara baixa.
A decisão põe fim a este processo, iniciado em 2011, quando um
grupo de deputados levou aos tribunais a presença do crucifixo na parede
frontal do hemiciclo que preside a sala do plenário do Sejm. Para os
demandantes a presença da cruz “viola os seus direitos à liberdade de
consciência e de religião”, ao mesmo tempo que vai contra as disposições
da Constituição da Polónia e das directrizes da União Europeia.
Depois do veredicto, o líder do Movimento Palikot, Janusz Palikot,
criticou a decisão judicial e adiantou que levará o caso ao tribunal de
Direitos Humanos de Estrasburgo.
Vários políticos celebraram a sentença, considerando que reflecte o
sentir da maioria dos polacos. “Este caso era uma piada grotesca",
disse Andrzej Jaworski, deputado da oposição Lei e Justiça e responsável
do comité do partido para combater o ateísmo. "Formava parte da guerra
do Movimento Palikot contra a cruz", acrescentou.
Durante vários anos, uma parte da sociedade polaca pede para que
sejam removidos dos edifícios públicos, escolas, hospitais e
instituições estaduais do Estado os crucifixos e outros símbolos
católicos. Os sucessivos governos têm feito ouvidos moucos a este
pedido.
Enquanto isso, os bispos polacos acreditam que a remoção da cruz desses lugares seria uma medida "totalitária".
De acordo com uma pesquisa de opinião realizada em 2011, o 71% dos polacos são a favor da permanência dos crucifixos.
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