Na homilia em Santa Marta, o Papa convida a rezar diariamente para que o Senhor nos dê a graça de compreender e fazer a sua vontade
Roma, 27 de Janeiro de 2015 (Zenit.org) Federico Cenci
Rezar e pedir a Deus todos os dias a graça de entender e
fazer a sua vontade, para "ser parte da família de Jesus". Este foi o
ensinamento que o Papa Francisco ofereceu esta manhã durante a sua
homilia na Casa Santa Marta, inspirado na liturgia de hoje.
São Paulo fala da Lei antes da vinda de Cristo, das ofertas de
touros e cabras, "antigos sacrifícios" que não tinham a "força" de
"perdoar os pecados" e nem de fazer "justiça". É por esta razão que
Cristo vem ao mundo. Ele, com sua subida à Cruz, ato que "de uma vez por
todas nos justificou" -disse o Papa- demonstrou qual é o "sacrifício"
que mais agrada a Deus. Ele ‘suprime o primeiro sacrifício, para
estabelecer o segundo’ (Heb 10, 9), oferta a própria vontade para fazer a
vontade do Pai.
É um modelo de santidade à qual todos devemos aspirar. A "obediência à
vontade de Deus - disse o Papa - é o caminho da santidade, do cristão".
É a contribuição que podemos dar para garantir que "o plano de Deus
seja realizado”, que “a salvação de Deus seja realizada”. O modelo de
Jesus resgata o pecado cometido em Génesis. "O contrário teve início no
Paraíso, com a desobediência de Adão - recordou Francisco-. E aquela
desobediência trouxe mal para toda a humanidade”.
Além disso, de acordo com o Santo Padre, "os pecados são actos de
desobediência a Deus", de "não fazer a vontade de Deus". O nosso bem é,
ao invés, seguir "esta estrada" ensinado pelo Senhor. Ensinamento cheio
de exemplos concretos: o de Jesus, "na vontade de obedecer o Pai", e
também o de Maria, que respondeu ao anjo: "que seja feito aquilo que
dizes, que seja feita a vontade de Deus”. E com este “sim ao Senhor -
disse o Papa - o Senhor deu início ao seu percurso entre nós".
Claro que, fazer a vontade do Pai "não é fácil", como repetido várias
vezes pelo Bispo de Roma. Não foi fácil para alguns discípulos, que
deixaram Jesus porque não entenderam o que significava "fazer a vontade
do Pai". Não foi fácil para o próprio Jesus, que foi tentado no deserto e
também no Horto das Oliveiras. E para nós também. Todos os dias, nós
experimentamos esta dificuldade. "Todos os dias nos são apresentadas em
uma bandeja tantas opções", reflectiu o Papa que, depois, perguntou:
“Como faço para fazer a vontade de Deus?".
De outra pergunta pode surgir a resposta para esta questão. Ou seja:
"Eu rezo para que o Senhor me dê a vontade de fazer a vontade Dele ou
busco acordos porque tenho medo da vontade de Deus?". O Papa convidou
depois de ponderar esta questão, a rezar "para fazer a vontade de Deus, e
a oração para conhecer a Sua vontade”. E, novamente, com a oração "pela
terceira vez: realizá-la. Para realizar a vontade, que não é minha, mas
é a Sua."
Três orações inseparáveis, ligadas entre elas, resumido pelo Papa:
“rezar para sentir a vontade de seguir a vontade de Deus, rezar para
conhecer a vontade de Deus e rezar – uma vez reconhecida – para
prosseguir com a vontade de Deus.”
Por fim, Francisco pediu que o Senhor nos dê a graça para que "um dia
possa dizer de nós aquilo que disse daquele grupo, daquela multidão que
o seguia, daqueles que estavam sentados a seu redor: Eis minha mãe e
meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus é para mim irmão, irmã e mãe"(Mc
3, 34-35). Portanto, "fazer a vontade de Deus nos faz ser parte da
família de Jesus, nos faz mãe, pai, irmã, irmão".
(27 de Janeiro de 2015) © Innovative Media Inc.
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