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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Holocausto: testemunho de uma sobrevivente resgatada por um Padre polaco

Sara Erenhalt, juntamente com outras cinco mulheres, conseguiu escapar do horror nazista graças ao Padre Alojzy Pitlok


Roma, 28 de Janeiro de 2015 (Zenit.org) Paweł Rytel-Andrianik


Sara Erenhalt vivia com sua família em Przemysl. Em 1941 ela se casou com Leon Patera. Após dez meses o primeiro filho nasceu. Um evento trágico fez com que, durante a perseguição nazista, ela e sua família ficassem presos em um dos dois guetos criados pelos alemães em Przemysl. Leon foi morto enquanto tentava escapar do gueto. Os pais de Sara e suas irmãs foram deportados para o campo de concentração em Bełeżec. Outros membros de sua família, incluindo seu único filho, foram mortos no gueto.

Em setembro de 1943 Sara foi deportada junto com outras pessoas para o campo de Birkenau (perto de Auschwitz). Após o período de quarentena, ela recebeu o número 66.952 e foi enviada para trabalhar na fábrica "Union", localizada a três quilômetros do campo. No início de 1944, foi transferida para Auschwitz, e continuou a trabalhar na fábrica.

No final de 1944, começou o processo de eliminação do acampamento. Em janeiro de 1945, os vagões para o transporte dos prisioneiros não eram suficientes. Muitos prisioneiros foram obrigados a prosseguir com a chamada "marcha da morte", descalços, até a fronteira alemã. Para surpresa de todos, os alemães ordenaram uma parada na aldeia de Poręba, perto Pszczyna, e disse aos presos para buscar uma acomodação. Sara e outras seis mulheres foram em direção às casas vizinhas..

De acordo com o arquivo do Yad Vashem, Sara conta: "Entramos em alguns chalés. Saudamos um idoso dizendo: ‘Louvado seja Jesus Cristo’. Pedimos para passar a noite no celeiro. Ele disse: ‘Coitadas, como eu poderia deixar vocês dormirem em um celeiro com uma temperatura de menos dezoito graus’.”

“Pela maneira que ele falou, parecia um sacerdote, mesmo sem estar vestido com a batina. Então, começamos a conversar e pedimos refúgio em sua casa. Ele imediatamente concordou e escondeu a mim e a outra mulher chamada Genia. Nós tentamos convencê-lo de que não poderíamos nos separar de nossos companheiros, porque estávamos juntos o tempo todo no campo de concentração, e se tivéssemos que deixá-los, certamente morreriam”. (Arquivos de Yad Vashem, Ref. O.3 / 1588).

“Então o senhor, que se revelou como Padre Alojzy Pitlok, concordou em acomodar todos nós e se ofereceu para ajudar após a libertação. Ele disse que para ele não importava se éramos judeus, mas importava que o nosso anjo da guarda nos tinha enviado para lá, e ele poderia nos ajudar e nos salvar. Padre Pitlok também disse que, se não encontrássemos nossas famílias, poderíamos voltar para lá e ele iria nos ajudar a encontrar um emprego.”

Após a guerra, Sara entrou em contato com uma organização Sionista, e em 1946, emigrou para Israel.

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