1. Fora de moda por opção
A 30 de Novembro de 2014 começámos a celebrar um ano dedicado pelo Papa à vida consagrada, ou seja, àquelas opções de vida que estão em contra-corrente e fora de moda por opção, que leva pessoas a constituírem comunidades cujo objectivo não é constituir uma família de sangue ou para satisfazer o corpo ou a vontade própria, mas para louvar a Deus e servir os outros, sobretudo os mais pobres. São as comunidades de vida consagrada, de frades e freiras como se diz popularmente, em que os seus membros renunciam aos estilos de vida usuais e prometem seguir e imitar Jesus Cristo através dos votos de obediência, pobreza e castidade.
A 30 de Novembro de 2014 começámos a celebrar um ano dedicado pelo Papa à vida consagrada, ou seja, àquelas opções de vida que estão em contra-corrente e fora de moda por opção, que leva pessoas a constituírem comunidades cujo objectivo não é constituir uma família de sangue ou para satisfazer o corpo ou a vontade própria, mas para louvar a Deus e servir os outros, sobretudo os mais pobres. São as comunidades de vida consagrada, de frades e freiras como se diz popularmente, em que os seus membros renunciam aos estilos de vida usuais e prometem seguir e imitar Jesus Cristo através dos votos de obediência, pobreza e castidade.
Em Portugal estamos a celebrar uma semana especialmente dedicada à vida consagrada, que termina no dia 2 de Fevereiro, festa da apresentação de Jesus no templo e que na diocese vai ter um ponto alto no dia 31 de Janeiro, com um encontro diocesano no Centro Pastoral de Beja. Neste encontro queremos fazer memória agradecida do passado na diocese e na Igreja, abraçar o futuro com esperança e viver o presente com paixão, como se expressam os bispos portugueses na nota pastoral que publicaram para este ano da vida consagrada.
Presentemente temos na diocese quatro comunidades de vida consagrada masculina: em Beja, os Carmelitas e a Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis; em Santiago do Cacém, a Congregação da Missão ou Vicentinos; em Almodôvar, a Congregação do Verbo Divino ou Verbitas; em S. Martinho das Amoreiras e Colos, a Milícia de Cristo ou Milicianos. Está também entre nós, na Amareleja e Barrancos, um missionário xaveriano, o Padre Carlos, da Bolívia.
Comunidades femininas temos em Beja o Carmelo, as Oblatas do Divino Coração, fundadas por D. José do Patrocínio Dias, que têm também uma comunidade em Odemira, as Cooperadoras da Família na Casa Episcopal, as Carmelitas Missionárias, as Franciscanas Missionárias de Maria na Fundação Manuel Gerardo, que têm também uma comunidade em Vila Nova de Santo André e as Irmãs da Divina Providência e Sagrada Família, no Seminário, que têm também uma comunidade em Vila Alva. Em Ferreira do Alentejo está uma comunidade das Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, que também já tiveram uma comunidade em Moura. Em Sabóia está uma comunidade das Missionárias do Espírito Santo. Em Safara estão as Servas da Divina Providência de Maria Auxiliadora e do Próximo. Na Amareleja estão as Servas de Nossa Senhora de Fátima. Desde o Verão temos em Colos os Servos de Maria do Divino Coração, uma nova comunidade vinda do Brasil, que residem na casa onde antes estavam as Irmãs do Bom Pastor, que deixaram a diocese no Verão passado. Também as Irmãs Doroteias, que estavam em S. João de Negrilhos, deixaram a diocese no mês de Dezembro. Além destas comunidades há algumas consagradas em vários pontos da diocese, a título pessoal, sem inserção comunitária.
2. Significado desta diversidade de vida consagrada
Para quem considera este fenómeno de fora, pode perguntar-se sobre o porquê desta diversidade e opinar que a sua missão e testemunho seria mais forte e significativo, se constituíssem um só grupo empenhado no apostolado diocesano. É a tentação da uniformidade, que não aprecia a beleza da diversidade de pessoas e dons na sociedade e ainda menos na Igreja. Embora ao longo dos séculos algumas formas de vida consagrada e institutos tenham desaparecido, perdido o seu significado histórico e geográfico, no entanto as comunidades de vida consagrada são significativas por aquilo que são e pela consagração radical da vida dos seus membros na Igreja, e não tanto por aquilo que fazem.
Quem vive a sua configuração com Cristo, acontecida no baptismo, dessa forma radical, é sempre significativo e altamente útil na Igreja, pois testemunha a dimensão do sentido último da vida humana, cuja realização plena acontece apenas na eternidade. É aquilo a que se costuma chamar a dimensão escatológica da vida cristã. Estas pessoas têm um sentido apurado da dignidade da pessoa humana e são extremamente úteis numa sociedade utilitarista e funcional, em que as pessoas são apenas números, máquinas de trabalho e descartáveis.
Uma Igreja e uma diocese sem estes diversos estilos de vida consagrada, chamados carismas ou dons da graça de Deus, é pobre e sem futuro. Por isso a nossa diocese está muito grata aos consagrados e consagradas presentes entre nós, quer tornar visível esta gratidão e implora de Deus as vocações para estas comunidades e muitas outras espalhadas pelo mundo. Mas as vocações não surgirão, se não as implorarmos e se os próprios consagrados não viverem o seu presente com paixão e alegria. Assim poderemos abraçar o futuro com esperança, confiantes que, mesmo atravessando um deserto demográfico na Europa, o Espírito de Deus continua a fazer surgir até das pedras os filhos e filhas de Deus, que se consagram radicalmente a Deus no serviço material e espiritual aos irmãos mais necessitados
† António Vitalino, Bispo de Beja
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