Chile, Argentina e Uruguai deverão ser visitados em 2016
Roma, 20 de Janeiro de 2015 (Zenit.org)
Durante o voo da Philippines Airlines de Manila para Roma, o
 papa Francisco concedeu uma conferência de imprensa aos 77 jornalistas que 
estavam a bordo.
Foram vários os temas tocados, como as próximas viagens, entre as 
quais o papa confirmou Equador, Bolívia e Paraguai ainda em 2015, bem 
como, em setembro, os Estados Unidos, onde visitará Washington, 
Filadélfia e Nova Iorque. “Entrar nos Estados Unidos pela fronteira do 
México seria uma coisa muito bonita, como sinal de irmandade, mas ir ao 
México sem visitar a Virgem de Guadalupe seria um drama…”.
Também neste ano, Francisco viajará para a República Centro-Africana e
 para Uganda. “Creio que será no final do ano”, observou. Em 2016, ele 
pretende ir ao Chile, à Argentina e ao Uruguai, além, possivelmente, do 
Peru.
O papa falou também do que aprendeu com os filipinos, das suas 
impressões sobre a pobreza em Manila e em Colombo e da corrupção 
política. Os pobres são vítimas da cultura do descarte, recordou, 
destacando ainda a tendência a nos acostumarmos a ver o luxo ao lado da 
pobreza. “Nós estamos aqui, e lá estão os descartados”. A Igreja deve 
dar, cada vez mais, o exemplo da rejeição de toda mundanidade. O papa 
assegurou que, “para nós, os consagrados, os bispos, os sacerdotes, as 
freiras, os leigos, o pecado mais grave é a mundanidade”. Por isso, “a 
Igreja tem que se despojar”. Francisco citou o caso de um sacerdote que 
acompanhou um mendigo ao hospital porque ele tinha dor de estômago. Em 
uma ocasião anterior, tinham lhe dado apenas uma aspirina. “Ele tinha 
peritonite. Se ele fosse sozinho até o hospital, iam descartá-lo e ele 
iria morrer”.
A colonização ideológica da família, a abertura à vida, a paternidade
 e a maternidade responsável e a contracepção também fizeram parte da 
conversa. O pontífice explicou que a colonização ideológica consiste em 
"mudar uma mentalidade ou estrutura" com uma ideia que nada tem a ver 
com os afectados. Acontece no âmbito da família também. "Durante o 
sínodo, os bispos africanos se queixavam de que certos empréstimos são 
concedidos com determinadas condições. Há quem se aproveite das 
necessidades de um povo como uma oportunidade para lucrar com as 
crianças. Mas não é nenhuma novidade. As ditaduras do século passado 
fizeram o mesmo, entraram com as suas doutrinas. Pensem na juventude 
hitleriana…".
Sobre a contracepção, Francisco disse que "a palavra-chave para 
responder ao desafio é a paternidade responsável. Cada pessoa, no 
diálogo com o seu pastor, procura o jeito adequado de viver essa 
paternidade. Me desculpem, mas há alguns que acham que, para ser bons 
católicos, temos que ser como coelhos".
"Para as pessoas mais pobres, o filho é um tesouro. Paternidade 
responsável, mas também considerar a generosidade desse pai ou dessa mãe
 que vê no filho ou na filha um tesouro".
Não faltou a referência à liberdade de expressão e às reacções aos 
insultos: quando se provoca constantemente, corre-se o risco de uma 
reacção injusta, "porque é humano". O papa afirmou que uma reacção 
violenta é sempre ruim, motivo pelo qual a liberdade precisa ser 
acompanhada pela prudência.
Quanto à corrupção política no mundo, Francisco disse que, em 2001, 
perguntou ao chefe do gabinete da presidência argentina quanto das 
ajudas realmente chegava ao destino. Ele respondeu: 35%. Em outra 
ocasião, ofereceram a ele, quando ainda era arcebispo de Buenos Aires, 
um donativo de 400 mil dólares para os pobres. Mas ele teria que “doar” 
de volta, depois, a metade do valor para os próprios “doadores”.
  (20 de Janeiro de 2015) © Innovative Media Inc. 
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