Durante quatro séculos, o sangue do mártir romano conservado em Amaseno, milagrosamente liquefaz a cada 10 de Agosto, dia de sua festa litúrgica
Roma, 30 de Junho de 2014 (Zenit.org) Italo Cardarilli
Todos já ouviram falar de São Lourenço e seu martírio sobre
um braseiro ardente; ilustres pintores o representam de diversas
maneiras, poetas citam o santo em suas composições; muitas pessoas sabem
que ele é o segundo padroeiro de Roma, onde exerceu seu ministério
diaconal e onde foi martirizado e enterrado no cemitério Verano; alguns
sabem que há um frasco de seu próprio sangue ainda preservado intacto e
visível, mas poucos sabem que todos esses anos, 400 anos, este sangue se
liquefaz espontaneamente, suscitando o estupor de quem vê.
Uma cidade da região de Ciociaria, situada entre as montanhas,
Amaseno, desde 1177 guarda o sangue do mártir Lourenço. A notícia mais
antiga consta no ato da consagração da nova igreja de Santa Maria
Assunta, excelente trabalho dos monges cistercienses que chegaram da
França, em 08 de Setembro de 1177, onde, na lista de relíquias, é citado
esta relíquia especial: de São Lourenço Mártir.
Durante séculos, esteve escondido entre as outras relíquias, e de
repente, entre 1605 e 1621, começou a chamar a atenção dos fiéis. O Papa
na época, Paulo V Borghese, é informado de que a substância, na ocasião
da festa do santo, 10 de Agosto, se liquefaz espontaneamente. Ele pede
para mantê-la em sua capela construída em Santa Maria Maggiore.
Desde então, a cada ano, o milagre se renova diante dos olhos de
todos aqueles que, por curiosidade ou fé, no dia da festa, 10 de Agosto,
passam para ver a relíquia.
O Papa Clemente XIII, em 1769, reconheceu explicitamente a natureza
milagrosa da liquefação através de uma Bula que aprova o culto.
Deve ser dito que, além da liquefação anual relacionado com a festa,
muitas são também súbitas, em diferentes períodos do ano, diante de
várias testemunhas.
A partir de uma observação visual simples deduz-se que todo o
material contido no recipiente, torna-se líquido e transparente,
revelando um sedimento escuro, e um pedaço de pele suspenso nele.
Espanto, perplexidade são os sentimentos que emergem diante desta
maravilha, onde o homem não intervém em nada, mas subverte as leis de
ferro da natureza.
Não sabemos como a relíquia chegou em Amaseno; para aqueles que
perguntam se não é macabro colectar o sangue de uma pessoa morta, podemos
dizer que, na cultura cristã de perseguições era o costume recolher
tudo o que pertencia à pessoa do mártir e conservar para o dia da
ressurreição. A fé cristã afirma que o corpo, criado por Deus à sua
imagem semelhança, é o objecto da ressurreição no último dia, portanto,
nada deve ser perdido ou desprezado.
A presença deste sangue em Amaseno cria um forte vínculo com a
comunidade de São Lourenço, fazendo-nos sentir quase predilectos do
santo, mas ao mesmo tempo exige um modo de vida segundo o Evangelho,
pelo qual ele não teve medo de dar sua vida.
(Trad.:MEM)
(30 de Junho de 2014) © Innovative Media Inc.
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