Páginas

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Ganhava muito dinheiro apanhando as pessoas por encomenda, mas uma experiência mística mudou-o de repente

O livro-testemunho do ex-capanga John Pridmore, já em espanhol 

O caminho de John Pridmore à igreja foi apaixonante em
cada uma das suas etapas
Actualizado 27 de Maio de 2014

Pablo J. Ginés/ReL

Dezenas de milhares de jovens católicos na JMJ de Sydney escutaram o antigo gangster e capanga John Pridmore contar o seu assombroso testemunho de conversão. Gosta de explica-lo aos jovens para preveni-los dessa má vida, mas também a adultos, para mostrar o poder de Deus. Fá-lo-á, por exemplo, de 19 a 24 de Julho de 2014 em St. Maximin (França), no congresso "Adoratio 2014" (www.adoperp.fr).

Pridmore, em jovem, decidiu não amar nunca mais. E ganhar muito dinheiro dando espancamentos por encomenda, golpeando pessoas, levando drogas... Até que uma experiência mística o transformou.

Agora a Editorial Rialp edita em espanhol esta história apaixonante e real (Da terra do delito à terra prometida), que nos introduz nos baixos fundos e a vida da prisão, surpreende-nos com uma intervenção sobrenatural de Deus e nos mostra como alguém tenta reinventar a sua vida na fé sem saber nada dela, como um "tipo muito duro" se faz valentemente vulnerável.


John demonstrou ter um encanto especial para
partilhar a sua experiência com os jovens
Decidiu "não amar nunca mais"
John Pridmore nasceu em 1964 no East End de Londres. O seu pai era polícia, pouco crente. A sua mãe era católica praticante, mas a situação em casa era muito má. Com dez anos, os seus pais divorciaram-se. "Decidi inconscientemente não amar nunca mais", recorda John. A sua vida converteu-se num inferno de drogas e violência.

"Comecei a roubar aos 13 e prenderam-me aos 15 num centro de menores. Aos 19 estava na cadeia. Lutava sempre, e por isso castigavam-me com reclusão. Ao sair da prisão, pensei que já que gostava de lutar podia usar isso para ganhar dinheiro".

Droga e espancamentos
John conheceu "uns tipos que pareciam tê-lo todo". Introduziram-no nos circuitos da venda de droga, os espancamentos por encomenda e as tareias de capanga de bar e de porta de discoteca.

Trabalhava de "protector". Ou de "ameaçador", depende.

E o dinheiro fluía. "Pensei que o que tinha era tudo: dinheiro, poder, raparigas, drogas... Mas ainda assim havia algo que faltava".



Um dia deu uma tareia num rival. O pai e o irmão do espancado vieram procurar John ao pub para vingar-se. Houve luta, e John esfaqueou o irmão. Semanas depois soube, aliviado, que não o tinha morto.

Mas entretanto, com 27 anos, dinheiro e reputação de tipo duro, fazia-se perguntas: "porque não sou feliz? Porque estou tão furioso?"

Uma experiência mística
E uma noite, passou algo. "Estava no meu apartamento, sentado, só. Sentia-me deprimido e vazio. Seriam nove horas. Então ouvi o que só posso definir como uma voz. Dizia-me as piores coisas que eu tinha feito. Deve ser a TV, pensei, e mudei de canal. Mas a voz continuava ali. Apaguei a TV. Será que estava ficando louco?"

"Então algo fez clic em mim: era a voz de Deus, a minha consciência. Não podia respirar, era como se estivesse morrendo. Um medo terrível apanhou-me. Vou para o inferno, pensei. Caí de joelhos e as lágrimas assomaram aos meus olhos. "Dá-me outra oportunidade", chorei".

"De repente, senti como se as mãos de alguém me agarrassem pelos ombros e me levantaram. Um calor incrível apoderou-se de mim e o medo evaporou-se. Nesse momento soube, (não só acreditei mas sim soube), que Deus é real. Consumia-me um sentimento surpreendente de amor.

Entendi pela primeira vez que Deus me amava. Até então eu pensava que a minha vida não valia nada".

Necessidade de contá-lo
John necessitava dizê-lo a alguém imediatamente. Ao sair de casa, olhou o seu relógio: era uma da manhã. O que lhe tinha parecido um minuto eram na realidade quatro horas.

Foi a casa da sua mãe, acostumada a recebê-lo bêbado.

- Mamã, creio que encontrei Deus.

- Quê? À uma e meia da madrugada? - disse ela enfrentando-o nos olhos.

A sua mãe levava anos rezando por ele e confessou-lhe que tinha estado rezando uma novena a São Judas, patrono das causas impossíveis, a modo de ultimatum a Deus.

John abraçou a sua mãe, "e senti um amor por ela que não tinha sentido em muito tempo".

O primeiro padre com o qual falou disse-lhe que não era o único a quem aconteciam estas experiências. Animou-o a confiar em Deus e convidá-lo a ir a um retiro de cinco dias, onde conheceu um antigo heroinómano que tinha deixado a droga por uma experiência similar à sua. É apaixonante ler como John foi dando passos para reencaminhar a sua vida.

Mudança de vida: uma aventura

Custou-lhe uns dias mudar tantos hábitos: livrar-se das suas fitas de porno, dos seus "negócios de droga", cortar uma relação inadequada com uma rapariga.

Os seus chefes no mundo do crime, assombrosamente, deixaram-no abandonar as suas tarefas. «Foi extraordinariamente fácil. Agora creio que me deixaram marchar pensando que eu poderia ser o seu salvo-conduto na Eternidade; como se pensassem que, no caso de que todo vá mal e Deus exista, eles poderiam apresentar-me como a boa acção que de alguma maneira os redime».

John confessou-se a sério, começou a trabalhar num refeitório para pobres... E acabou na cadeia 30 dias por dívidas antigas que ainda tinha pendentes.

Na prisão aproveitou para rezar, ler, falar com os capelões e ajudar a voltar à fé a um cigano companheiro de cela. "Parece que Deus me mandou à cadeia por ele", escreveu depois. 


Os frades de rua do Bronx
De novo na rua, através do padre Stan Fortuna, conheceu os Franciscanos da Renovação (www.franciscanfriars.com). Fortuna tinha sido um músico de rap profissional antes de tomar os hábitos, e evangelizava na rua ao ritmo de rap. "Os frades do Bronx", como se lhes conhece, vivem a pobreza percorrendo bairros degradados.

John, com 34 anos, foi noviço dos Franciscanos da Renovação nos piores bairros de Nova Iorque durante 6 meses. No livro descreve com detalhe e carinho essa vida austeríssima e exigente. Ele, um "tipo duro" das ruas, convenceu-se de que era demasiado duro para ele.

Descobriu que Deus não o queria ali para ser frade, mas sim como parte de um processo de cura espiritual. Voltou a Inglaterra e trabalhou em centros de jovens conflituosos e nas campanhas de Youth2000 (www.Youth2000.org), um movimento carismático católico de evangelização para jovens.



Com os seus irmãos da comunidade St. Patrick,
na Irlanda
Um lar para evangelizar
Um tempo depois encontrou o seu lugar na Comunidade de Saint Patrick (www.stpatrickscommunity.org), um pequeno grupo de laicos que vivem juntos no condado de Leitrim na Irlanda, consagrados à evangelização. Alguns de eles, como John, tem também um passado complexo: Matthew Beine esteve anos longe da fé, entregue a festas nocturnas, Niall Slattery pertencia a uma banda violenta de "hooligans" do futebol... Agora evangelizam mediante retiros de Confirmação, palestras em colégios e encontros de oração em paróquias. Também representam na Irlanda a ONG "Marys Meals" (www.marysmeals.org), na qual crianças de colégios das Ilhas Britânicas enviam "mochilas de comida" a crianças do Terceiro Mundo. Colaboram com paróquias, com Youth2000, com os Franciscanos da Renovação...

O seu testemunho está no YouTube, na sua página da internet (www.johnpridmore.com) e agora pode-se ler em espanhol no livro Da terra do delito à terra prometida (Editorial Rialp).




in


Sem comentários:

Enviar um comentário