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segunda-feira, 14 de julho de 2014

A cristã condenada à morte no Sudão «está na cadeia, grávida e acorrentada pelos tornozelos

Meriam Yehya Ibrahim 

Meriam Yehya Ibrahim
Actualizado 24 de Maio de 2014

Tempi.it
Meriam Yehya Ibrahim, a mulher cristã do Sudão grávida de oito meses e condenada à morte por apostasia e a cem chicotadas por adultério, está acorrentada pelos tornozelos. Pela primeira vez o marido, Daniel Wani, teve a possibilidade de visitá-la na cadeia, e viu as condições nas quais vive desde 17 de Fevereiro.

«É ultrajante»
«As suas pernas estão inchadas. É ultrajante, visto que está grávida de oito meses e meio», declarou aos meios de comunicação estadunidenses Tina Ramirez, directora executiva de Hardwired, grupo que luta contra a perseguição religiosa no mundo e que está ajudando Wani. O marido, que goza de duplo passaporte sudanês e estadunidense, solicitou várias vezes, inutilmente, a ajuda da embaixada estadunidense no Sudão para obter a liberdade da sua mulher, encarcerada junto com o seu filho de vinte meses.

Condenada por apostasia
Meriam foi condenada por apostasia em 15 de Maio: a doutora, de 27 anos, foi educada como cristã pela sua mãe, pois o pai muçulmano abandonou-a quando ela tinha seis anos. Mas o irmão, junto aos tios paternos, acusaram-na de ter crescido como muçulmana e de ter-se convertido posteriormente ao cristianismo.

No Sudão, segundo a sharia, a apostasia castiga-se com a morte e um matrimónio entre uma muçulmana e um cristão não é válido e os filhos que nascem da relação são ilegítimos. Este é o motivo pelo que Martin, o filho de vinte meses de Meriam, está na cadeia com ela e o pai não pode ter a custódia.

Estadunidense na cadeia
Wani, junto com os advogados da sua esposa, afirmou que recorrerá para que não se execute a sentença capital. Enquanto se queixou bastante do facto de que a embaixada estadunidense nunca o tenha ajudado a resolver o caso judicial. Ajuda que esperava visto que o seu filho Martin está na cadeia e é, para todos os efeitos, um cidadão estadunidense.

Como declarou «dei à embaixada todas as provas que me pediram para demonstrar que o Martin é um cidadão estadunidense. Levei o certificado de nascimento, o meu certificado de matrimónio e os resultados de ADN do meu filho, que foram enviados para os Estados Unidos para ser verificados. Mas fecharam-me a porta na cara».

A CNS News pediu directamente ao porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, que confirme a veracidade destas notícias, mas o porta-voz não soube responder. «Está você dizendo que não sabem se este menino que está na cadeia é um cidadão estadunidense?», insistiu o jornalista. «Não temos mais detalhes». À data de hoje o Departamento ainda não aclarou este aspecto, que pode ser concludente para o destino de Meriam: a pressão internacional de um governo como o dos Estados Unidos poderia fazer mudar a sentença dos juízes sudaneses num provável processo de recurso.

(Tradução de Helena Faccia Serrano, Alcalá de Henares)


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